MEC divulga nova lista de cursos superiores com avaliação ruim Engenharia civil da PUC Goiás está na lista

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Instituições terão de cumprir exigências e melhorar o conceito dos cursos. Lista inclui universidades federais e particulares.

A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação publicou na edição desta terça-feira (8) do “Diário Oficial da União” uma nova relação de cursos de graduação obtiveram resultados insatisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC) referente ao ano de 2011.

A lista (veja aqui) tem 38 cursos de 21 instituições de ensino superior, sendo quatro universidades federais, cinco universidades particulares, quatro institutos federais e sete centros universitários.

Na lista estão cursos da PUC-SP (cursos de história e geografia), PUC-Campinas (ciências biológicas, ciências sociais, educação física, engenharia civil, quimica e letras português e inglês), PUC Goiás (engenharia civil), PUC Minas (ciências biológicas e ciências sociais), Mackenzie (arquitetura e urbanismo); as federais de Rondônia (pedagogia), Tocantins (pedagogia), Univasf (arqueologia) e do Recôncavo da Bahia (matemática).

Também aparecem os institutos federais de educação de Roraima (saneamento ambiental), Ceará (automação industrial e química), Pará (análise e desenvolvimento de sistemas), Sertão Pernambucano (física), e Fluminense (análise e desenvolvimento de sistemas, engenharia de controle e automação e manutenção industrial).

Entre os centros universitários estão cursos do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ), com engenharia de controle e automação, engenharia elétrica, engenharia eletrônica, e engenharia mecânica; FESSC (redes de computadores), Uninassau (arquitetura e urbanismo), Unianchieta (engenharia de produção), Unipinhal (ciências biológicas), Unisalesiano (educação física) e Uniflu (arquitetura e urbanismo).

Os vestibulares para estes cursos não serão suspensos. No entanto, as instituições que organizam os cursos terão de cumprir medidas cautelares preventivas de ajustes para melhoria da avaliação destes cursos. Todas as instituições que tiraram igual ou menor que 2 no CPC serão convocadas a estabelecer um protocolo de compromisso junto ao MEC e terão de gerar relatórios a cada dois meses sobre o andamento das mudanças. Elas terão 60 dias para cumprir as exigências relacionadas ao corpo docente, como contratar novos mestres ou doutores, por exemplo; e 180 dias para se adequar na questão da infraestrutura, como criação ou reforma de laboratórios ou bibliotecas.

Outro lado

O G1 entrou em contato com as instituições e aguarda retorno.
A reitoria da PUC-SP afirmou que "a nova gestão da universidade avaliará todos os componentes que levaram ao resultado não adequado obtido pelos cursos de geografia e história e buscará melhorar o que for necessário. Também observará as exigências do MEC em relação aos referidos resultados".

A assessoria da PUC-Campinas informou que o projeto pedagógico está em constante processo de aprimoramento e que a universidade aguardará pelo comunicado oficial do MEC, para tomar as providências necessárias. Além disso, também alegou que alguns cursos sofreram boicote durante a realização da prova.
A PUC Minas disse que só vai se pronunciar após ser notificada pelo MEC.

A PUC Goias disse, em nota, que "o curso de engenharia civil é umd os mais tradicionais da região Centro-Oeste, e que o resultado do CPC depende da adesão dos alunos ao Enade e não reflete as melhorias e os investimentos realizados nos últimos anos na engenharia Civil". A PUC Goiás afirmou que "a visita in loco permitirá ao MEC ter uma visão mais completa do curso e formular uma avaliação mais abrangente".

A reitoria do Mackenzie afirmou que "o curso de arquitetura e urbanismo obteve um desempenho atípico na avaliação do Enade, sobretudo quando observada sua trajetória de 95 anos, seu histórico nas avaliações anteriores e, mesmo, em outras formas de avaliação". E que "várias providências estão sendo tomadas, entre elas a instituição de uma comissão interna de avaliação, que envolverá toda comunidade acadêmica (professores, alunos, funcionários e gestores), para realizar o estudo aprofundado desses indicadores".

Na UFRB, a pró-reitoria de graduação informou que se reuniu com o Colegiado do Curso de Licenciatura em matemática para discutir um plano de providências para melhoria do curso, como análise das prova do Enade, melhoria do laboratório de matemática, e revisão do projeto pedagógico do curso.

Na Unir, o pró-reitor Jorge Coimbra disse que esse resultado deve ser avaliado de forma prudente. Para ele há problemas em vários setores da universidade que resultam em consequências não satisfatórias para o curso de história. "Vamos fazer uma reunião com o Núcleo de Ciências Humanas e com a chefia do Departamento de História para avaliarmos quais os pontos falhos do curso. De forma geral sabemos quais a deficiências da universidade", afirmou. "Sobre o corpo docente, tenho certeza que não enfrentamos problemas, pois nossos professores são habilitados e a maioria possui mestrado e doutorado, mas sobre a insfraestrutra da instituição, isso sim deixa a desejar. Nossos laboratórios didáticos são precários e a manutenção deles assim como das salas de aula também são problemas enfrentados pela universidade".

No Cefet-RJ, segundo Luiz Eduardo Laranjeira, assessor do diretor-geral do centro, a avaliação dos alunos sobre a infra-estrutura do Cefet foi o que mais prejudicou a nota dos cursos. Luiz disse ainda que houve uma reunião para analisar as deficiências e para saber se a greve dos professores afetou o desempenho.

O Instituto Federal do Ceará (IFCE) diz que fará os esclarecimentos solicitados ao Ministério e continuará implementando ações para melhorar, ainda mais, a infraestrutura dos cursos citados.

Como é a avaliação

O CPC avalia o rendimento dos alunos, a infraestrutura e o corpo docente. Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes conta 55% do total, enquanto a infraestrutura representa 15% e o corpo docente, 30%. Na nota dos docentes, a quantidade de mestres pesa em 15% do total; a dedicação integral, 7,5% e o número de doutores, também 7,5%.
Em 2011, foram avaliados 8.665 cursos, sendo 6.083 do sistema federal de ensino, das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.

Do total, 4.458 tiveram CPC satisfatório, sendo 1.272 federais e 3.186 particulares. Dos cursos avaliados, 672 tiveram CPC insatisfatório, sendo 124 federais e 548 particulares. Outros 1.114 cursos ficaram sem conceito.

Suspensão

Em dezembro, o MEC divulgou a lista de 207 cursos superiores que tiveram seus vestibulares suspensos por terem obtido índice insatisfatório (nota menor de 3) no Conceito Preliminar de Curso (CPC) nas últimas medições realizadas, em 2008 e 2011. Ao todo, o ingresso para 38.794 vagas estará suspenso.

Fonte: G1