Chuvas preocupam, mas ONS nega
Em Goiânia choveu 13 milímetros nos primeiros sete dias do ano. Valor deveria ter sido quatro vezes maior.
A notícia da reunião mensal do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) marcada para amanhã, no Ministério de Minas e Energia, foi recebida com alvoroço pelo mercado. Liderando as baixas, os papéis da Eletrobras fecharam o pregão de ontem em queda de 4,99%. O setor de energia elétrica puxou o índice Ibovespa para o terreno negativo (-0,94%), mas o Operador Nacional do Sistema (ONS) é tachativo: não haverá racionamento em 2013.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Goiás não tem perspectiva de normalização das chuvas. Por normalização leia-se regularizar a distribuição, de forma que não chova grandes quantidades de uma vez só em áreas isoladas do Estado. “Pode até chover o previsto para janeiro, mas as chuvas de pancada não ajudam nem a agricultura nem as hidrelétricas”, explica a meteorologista Elizabete Alves Ferreira.
Regularidade
A superintendente de Políticas e Programas de Pesquisa, Rosidalva Lopes, da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado (Sectec), fala em “grande tendência” de a regularidade acontecer a partir do dia 13, mas não dá total garantia. A secretaria estima que até quarta-feira chova, ainda que pouco, nos 246 municípios goianos. Pautada em informações do Sindicato Rural de Edéia, a superintendente da Sectec afirma que na cidade a estiagem completou 30 dias nesta segunda-feira (7).
Nos sete primeiros dias do ano, choveram 13 milímetros cúbicos em Goiânia. “Teria de atingir de 40 a 50 milímetros para alcançar a média de janeiro”, alerta Rosidalva Lopes.
Níveis nos reservatórios
Há mais de uma década, de 2001 a 2002, o País passou por racionamento de energia. Agora, a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras aproxima-se dos níveis de dez anos atrás. A assessoria de imprensa de Furnas esclareceu, por meio de nota, que a Usina de Itumbiara opera normalmente, com o reservatório na elevação de 498,86 metros, o que representa um volume útil de 9,37%, estando 3,86 metros acima do seu nível mínimo de operação.
Localizada no Rio Paranaíba, entre Itumbiara (GO) e Araporã (MG), a usina possui seis unidades em operação, totalizando uma capacidade instalada de 2.082 MW. As usinas hidrelétricas são componentes do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a sua operação é planejada e programada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Na Usina São Simão, no sul goiano, o volume útil do reservatório despencou de março até novembro do ano passado, quando passou de 96,38% para 19,55%. Em Serra da Mesa, na Bacia do Alto Tocantins, a redução foi menor, terminando 2012 com 39,68% da capacidade.
Fonte: Jornal O Hoje