Secretário apela aos goianos contra dengue

17:42 0 Comments A+ a-



Risco de a doença se transformar em epidemia é grande e o combate eficiente passa pela ação dos municípios.

“Nós conclamamos todo cidadão e toda cidadã do nosso Estado a se conscientizarem sobre a gravidade de uma nova epidemia de dengue.” A frase é do secretário de Saúde de Goiás, Antônio Faleiros, e foi dita ontem durante uma coletiva de imprensa para tratar sobre a dengue.

Na ocasião, ele declarou a necessidade de que a população e, principalmente, gestores municipais atuem intensamente no combate ao mosquito Aedes aegypti. O principal meio de se fazer isso, de acordo com o secretário, é a conscientização. Até ontem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) suspeitava que três mortes haviam ocorrido em decorrência da doença.

Até agora são 12 municípios com alto risco e 22 com médio risco de epidemia. Faleiros anunciou que, na próxima semana, se reunirá com as prefeituras das cidades em questão. A intenção é cobrar a intensificação de ações e disponibilizar a estrutura do Estado para que os gestores municipais tenham um reforço a mais para executar as estratégias.

Para secretário, a situação chegou ao ponto que está devido a diversos fatores, sendo o mais importante dele a introdução do vírus tipo 4. Sobre o novo sorotipo da dengue, Faleiros garante: “É grave. O número de óbitos está aumentando e nós não ganharemos essa batalha sem a ajuda do cidadão goiano. É um apelo”, afirma. No entanto, outros fatores também colaboraram para que a situação chegasse a tal ponto.

O período chuvoso surge como um agravante no combate à dengue. Como se não bastasse a água parada, o acúmulo de lixo nas ruas das cidades é igualmente prejudicial na luta contra o mosquito transmissor da doença. Além disso, algumas transições nas administrações dos municípios goianos resultaram na demissão de agentes de saúde. Segundo Antônio Faleiros, somados os fatos, gerou-se uma inquietação nos técnicos que trabalham com a dengue. “Por isso queremos ver se ainda conseguimos impedir que seja uma grande epidemia [...] É uma ação de guerra que nós temos que travar”, diz.

Mais grave
O sorotipo 4 da dengue é o que causa maior preocupação e a explicação para isso é motivo de alerta para a população. Isso porque quem já teve os outros tipos do vírus pode ser afetado pelo vírus 4. Da mesma forma, se um paciente que já teve a dengue com outro vírus for afetado pelo tipo 4, então a gravidade é muito maior, conforme o secretário de saúde.

Questionado sobre se os hospitais públicos estão preparados para atender os casos de dengue o secretário afirmou que sim. Por outro lado, adiantou que a iniciativa privada deve estar igualmente pronta para atender pacientes com a patologia. Por essa razão, uma das ações da pasta será entrar em contato com entidades goianas voltadas para a saúde privada.

Neste contexto, os médicos precisam estar atentos aos sintomas dos pacientes logo no primeiro atendimento. Ele pondera que os óbitos não podem aumentar por falta de um bom atendimento. “As fatalidades devem ser mínimas. O atendimento pode salvar inúmeras vidas”, completa.

Dados
Dados divulgados pela SES mostram que 750 casos haviam sido notificados de 30 de dezembro de 2012 a 5 de janeiro deste ano. Neste mesmo período, Goiânia era o município com a maior incidência, ficando à frente de Barro Alto e Aparecida de Goiânia. No ano passado foram registrados 31.921 casos da doença, sendo que 36 pessoas morreram. Em 2011, as notificações chegaram a 44.009 doentes, o que resultou em 51 óbitos.

Em matéria divulgada pelo O HOJE, na edição do último dia 9, dados do Ministério da Saúde revelaram que o número de óbitos por dengue diminuiu no Brasil, mas as mortes em Goiânia aumentaram em 47%. Diante da situação tida como crítica, o órgão federal anunciou o repasse de R$ 173,2 milhões para todas as cidades brasileiras investirem em ações combativas. Para Goiás a verba será de R$ 6,1 milhões.

Atenção: uniformes de agentes são roubados
Dezenas de uniformes e bolsas de agentes de controle de endemias (agentes de controle da dengue) foram roubadas nesta semana, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Um boletim de ocorrência foi registrado pelo órgão no Distrito Policial do Jardim Curitiba.

Com a situação inusitada, o órgão orienta a população que, “ao receber o agente, verifique se o profissional utiliza crachá e se a foto corresponde à pessoa. Em caso de dúvida, o morador deve perguntar o nome do agente e entrar em contato com o departamento de Vigilância em Saúde Ambiental pelos telefones (62) 3524-2137 e (62) 3524-3113”.

Fonte Jornal O Hoje