Obra de parque vira local de marginais

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O Parque Nova Esperança é para ser o maior da capital, mas não tem data pra ficar pronto e causa insegurança aos moradores

Enquanto as obras do Parque Nova Esperança se “arrastam” para serem concluídas, na região noroeste de Goiânia, o espaço vive o paradigma de ser local cativo de marginais e até disparo de tiros, durante a madrugada. Moradores dos bairros Jardim Nova Esperança e Setor Santos Dumont, que vivem nas proximidades do terreno, reclamam da morosidade da conclusão, que poderá ocorrer só em 2014. O parque é para ser o maior da capital, com área de 263 mil metros quadrados.

Curiosamente, na placa da prefeitura afixada no lado superior do terreno, que sinaliza a obra e indica o nome do futuro parque, a parte onde estava a previsão de conclusão foi recortada com estilete. Inicialmente, a prefeitura anunciou que 40% da obra seriam feitos pelo poder municipal e os outros 60% por empresa vencedora de licitação. As intervenções começaram em março do ano passado. Os moradores da região se queixam, também, que logo após as eleições para prefeito, a presença de operários e maquinário, no local, diminui sensivelmente, retornando mesmo só na última quarta-feira.

A assessoria de comunicação da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) contrapôs com informações de que a obra não foi paralisada ou sofreu diminuição em nenhum momento, e que parou, apenas, durante o recesso de final de ano. Chegou a afirmar, ainda, que os homens estariam trabalhando o dia todo. Ontem, pela manhã, as máquinas estavam no local, mas, após o almoço, não retornaram. A reportagem esteve no parque e constatou o ocorrido. Somente dois operários trabalhavam na confecção de tapumes de madeira, para cercar um dos vertedouros de um dos dois lagos que vão compor o parque.

O diretor de Áreas Verdes e Unidades de Conservação da Amma, Cristiano Meireles Rocha, foi surpreendido pela informação da reportagem de que após o almoço não haviam máquinas trabalhando. Ele prometeu averiguar o cumprimento das exigências estabelecidas no contrato, ainda hoje, pois o horário mínimo de parada diária dos trabalhos deve ser 16 horas. Segundo ele, três máquinas e quatro caminhões foram separados para a obra. Ainda segundo ele, não houve paralisação em momento algum e que a licitação para escolher a empresa que se responsabilizará pela segunda parte das intervenções já foi feita e está em fase final.

Cristiano acredita que a empresa ganhadora vai iniciar as ações no terreno no máximo até fevereiro. Após isso, a previsão para a conclusão total do parque é pelo menos um ano, ou seja, fevereiro de 2014. “É uma obra grande”, frisa.

Insegurança
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, por medo dos criminosos que rondam o local, relatou que acorda sempre na madrugada com o barulho de gritos e tiros vindos do parque. A casa dela fica bem próxima ao local. “Agora, com a retirada da vegetação, isso aqui ficou de fácil acesso. Qualquer um entra, qualquer um faz o que quer”, afirmou.

Em abril, a tal moradora e a irmã foram assaltadas na frente de casa. Após o ocorrido, câmeras de segurança foram instaladas na lateral dos portões. O marido já quis deixar o local e se mudar para outro bairro, mas a mulher insiste em ficar, por gostar da região. Outro aspecto levantado por ela é que, com os lagos cheios, surge o risco de crianças pequenas se acidentarem ou afogarem. Não é raro flagrar situações, em que crianças aproveitam para tomar banho no local, e não existe nada obstruindo.

Fonte: Jornal O Hoje