Diminui número de endividados em Goiânia

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Pesquisa da Fecomércio Goiás mostra ainda que consumidor despertou para consumo, elevando o índice para quase 150%

O número de endividados em Goiânia caiu 2,3 pontos porcentuais entre novembro e dezembro. As dívidas agora alcançam 44% das famílias da capital, porém, aumentou o percentual das que têm contas em atraso e também das que não terão condições de pagar seus débitos nos próximos meses. Segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), divulgada ontem, em novembro, 46,3% das famílias tinham dívidas. Em dezembro de 2011, o total somava 35,5% nessa situação.

Assim como o Produto Interno Bruto (PIB) goiano, que ficou acima do nacional, de 1% contra quase 5% no Estado, o total de goianos endividados (44%) ficou abaixo dos 60,7% registrados no País. O volume de vendas deverá fechar o ano entre 8% e 8,2%, conforme o presidente da Fecomércio-GO, José Evaristo dos Santos, também acima da média nacional, que deverá somar algo em torno de 5,5%.

Atualmente, 21% das famílias goianienses têm contas em atraso, resultado 11,8% superior a novembro e que também supera dezembro de 2011, em 19,5%. Os que não terão condições de honrar seus débitos totalizam 9,5%. Esse percentual é 11,8% superior ao encontrado em novembro, 33% maior que o de dezembro de 2011 e acima da média nacional, que registrou 7%.

Segundo Evaristo, o resultado foi provocado pelo próprio governo, que incentivou as famílias a comprarem mais com ações pontuais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo a Peic, a principal forma de aquisição dessas dívidas foi o cartão de crédito, responsável por 72,3% dos débitos adquiridos.
Outro dado preocupante é que 45,1% das famílias que têm dívidas em atraso não terão condições de quitá-las em janeiro. “Esse resultado vai chamar a atenção de quem concede crédito que vai procurar restringi-lo um pouco mais agora”, diz o presidente da Federação.

Do total de famílias que não terão condições de pagar, 46% têm dívidas atrasadas há mais de 90 dias e outros 51,3% estão comprometidos com dívidas por mais de um ano, fato que, segundo Evaristo, representa um alto grau de risco. “Qualquer imprevisto pode levá-las ao atraso ou ao não pagamento”, diz.

Consumo
Em dezembro, o goianiense despertou para as compras, elevando para 148,4% o Índice de Consumo das Famílias, que mostra otimismo quando alcança níveis acima de 100% e pessimismo quando se configura abaixo desse percentual. Em novembro, o índice era de 133,2% e de 139,4% em dezembro de 2011. O otimismo é também maior que a média nacional, que ficou na casa dos 138%.

Pesou a favor da elevação do consumo do goianiense um maior otimismo com relação ao emprego, perspectivas profissionais, estabilidade e renda, com a oferta de emprego temporário. O resultado, segundo Evaristo, não mostra se as famílias compraram no mercado formal. A procura este ano foi por presentes de menor valor, beneficiando camelódromos, feiras e o comércio de rua, como o encontrado na Rua 44, nas proximidades do Terminal Rodoviário de Goiânia.

Das 500 famílias consultadas pela pesquisa, que ocorreu entre os dias 18 e 22 de dezembro, 79,5% responderam que vão consumir mais nos próximos seis meses que no semestre atual.

Fonte: Jornal O Hoje