Caem juros para imóveis acima de 500 mil

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Iniciativa da Caixa reduz a taxa de 9,9% para 9,4%, ao ano, para clientes que não têm relacionamento com o banco.

A Caixa Econômica Federal (CEF) reduziu a taxa de juros para financiamento de imóveis acima de R$ 500 mil, e que, portanto, estão fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas taxas valem para contratos assinados a partir de ontem e oferecem juros efetivos que podem chegar a 8,3% ao ano, em caso específico. Em Goiás, o setor imobiliário espera que as vendas desse segmento cresçam nos mesmos patamares de imóveis comuns.

A redução ainda é pequena, segundo representantes do segmento imobiliário goiano, mas estimulam o setor. A iniciativa reduziu a taxa de 9,9% para 9,4%, ao ano, para clientes que não possuem relacionamento com o banco. Para clientes que possuem relacionamento e conta-salário no banco, as taxas serão reduzidas de 8,9% para 8,4%, ao ano, e podem chegar a 8,3%, ao ano, para servidores.

A economia para um financiamento de R$ 600 mil, por exemplo, poderá ficar em torno de R$ 43,3 mil, em 30 anos, de acordo com o banco. O vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, José Urbano Duarte, afirmou em nota que “diante do cenário de demanda crescente por crédito imobiliário, o objetivo da Caixa é oferecer condições atrativas para todos os clientes”. Ele disse ainda que, em 2012, a Caixa reduziu juros para imóveis enquadrados no SFH, ou seja, abaixo de R$ 500 mil. “Desta vez, ampliaremos as opções também ao público de média e alta renda”, diz.

Mercado goiano
Em Goiás, o setor imobiliário recebe com otimismo a redução de juros e espera que outros bancos acompanhem a iniciativa. Segundo o diretor da Indústria Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção de Goiás (Sinduscon), Roberto Elias Fernandes, o setor prevê crescimento de 8% nas vendas gerais esse ano. Os imóveis voltados à classe A, normalmente, não acompanham esse crescimento. “Acreditamos que, com incentivos, o segmento possa crescer na mesma média das vendas gerais em 2013”, avalia.

Ainda segundo Fernandes, o preço médio dos imóveis em Goiás gira em torno de R$ 250 mil. Do mercado consumidor desse tipo de imóvel, 90% utilizam linhas de crédito para a aquisição. No caso das unidades de alto padrão, 80% dos compradores não utilizam financiamentos, em parte, pelo fato dos juros nada atrativos. “Muitas pessoas não usavam financiamento. Preferem economizar e comprar à vista ou trocar por algum imóvel no qual já tenha posse”, explica.
Imóveis acima de R$ 500 mil, além de estarem fora das regras do SFH, não contam com recursos subsidiados da poupança ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No ano passado, o banco já havia cortado as taxas para imóveis enquadrados no SFH.

Por um lado, a classe de baixa renda tem, à disposição, taxas de juros para financiamento de imóveis que podem chegar a 4,5%. Para os que estão fora das regras do SFH, as taxas podem chegar a 12,5%, segundo o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Ilézio Inácio Ferreira, que diz que o valor bruto das vendas desse tipo de imóvel representa mais da metade das vendas em Goiás.

Ferreira ressalta que esse mercado andou, durante muito tempo, com as próprias pernas, sem financiamento imobiliário, mas tem todas as condições para ser estimulado. “Os principais condicionantes de valor de taxas de juros são a segurança, a liquidez e a adimplência. Como a inadimplência dessa faixa é muito menor que nas demais, não há porque as taxas estarem no patamar que estavam”, explica.

A Caixa informou que atingiu, no último dia 21 de dezembro, um volume de R$ 101 bilhões em contratações do crédito imobiliário. “Com o resultado, o banco superou a expectativa de empréstimos imobiliários para o ano e atingiu um recorde no financiamento para casa própria”, diz em nota. O volume corresponde a um crescimento de 33,8% em relação ao mesmo período no ano anterior, quando realizou R$ 75,4 bilhões em contratações.

Fonte: Jornal O Hoje