Licitação do VLT é adiada para fevereiro
O edital da licitação para construir o corredor viário do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi adiado mais uma vez. O processo licitatório estava previsto para iniciar ontem, mas a data foi alterada para depois do dia 4 de fevereiro. A justificativa é a falta de membros da Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC), que precisa autorizar a concessão do serviço. O VLT deve substituir o atual corredor de ônibus do Eixo Anhanguera.
A abertura da licitação foi transferida para dia 4 de fevereiro. Nesta data está agendada a primeira reunião da CDTC no ano. Para lançar o edital, o governo estadual precisa da aprovação da câmara. Instância máxima de decisão sobre o transporte coletivo na região metropolitana, a CDTC está sem todos os seus membros empossados.
Com as mudanças na equipe do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), duas pastas do executivo municipal que têm assento na CDTC ainda estão sem titular formalmente. O novo presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Ubirajara Abud, ainda não tomou posse. E o futuro titular da recém recriada Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) não foi escolhido.
O terceiro nome a ser empossado na CDTC é de um deputado estadual a ser indicado pela Assembleia Legislativa. A posse dos membros que ainda faltam à CDTC está prevista para dia 31 de janeiro.
A nova concessão do Eixo Anhanguera está na pauta da próxima reunião da CDTC, marcada para 4 de fevereiro. A câmara também precisa protocolar o edital no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para realização de controle prévio. O documento será publicado após o TCE tomar conhecimento do conteúdo e das regras da licitação.
O projeto está concluído. Nesta semana a Prefeitura da capital concedeu as licenças ambientais que faltavam, após encontro entre o prefeito Paulo Garcia e o governador Marconi Perillo (PSDB). Na ocasião, o governador pediu ao prefeito a nomeação dos novos titulares das pastas que integram a CDTC.
Com custo inicial previsto de R$ 1,3 bilhão, o VLT gerou polêmica entre o governo estadual e a Prefeitura da capital. A divergência ocorreu justamente devido ao preço, pois a opção adotada pelo município deve custar cerca de R$ 237 milhões (veja quadro).
O VLT será construído através de parceria público privada, com aporte do governo estadual na ordem de R$ 805 milhões. A linha vai do Terminal Padre Pelágio até o Terminal Jardim Novo Mundo, totalizando 13,6 quilômetros. O projeto VLT Anhanguera será realizado na modalidade de concessão, com prazo de 35 anos. A empresa vencedora terá de assumir não apenas a instalação dos trilhos, mas também todas as intervenções urbanísticas ao longo do trecho, como construção de ciclofaixa e calçadão.
O novo modal deve aumentar a velocidade média dos veículos em relação aos ônibus que hoje fazem o mesmo trajeto. A estimativa é de que o tempo de viagem no trecho, em cada sentido, caia de 78 minutos - contando o tempo de manobras - para 34 minutos. A capacidade de cada composição passará de 200 para 600 passageiros. Serão 12 estações e 5 terminais. Os 30 trens vão circular em intervalos de três minutos.
Lojistas preocupados com impacto das obras
A redução do número de cruzamentos na Avenida Anhanguera e o tempo que será gasto para as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ficarem prontas são as principais preocupações dos comerciantes da via. Nesta quinta-feira, eles estiveram reunidos no Mercado Municipal de Campinas para discutir o impacto das intervenções no comércio local.
Organizado pelo Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), o encontro levantou transtornos a empresários lojistas, funcionários e aos moradores da cidade que utilizam a avenida. “O projeto foi apenas apresentado e não discutido com a gente. Em vez de tirar dúvidas, foram criadas ainda mais”, afirmou o presidente do Sindilojas, José Carlos Palma Ribeiro.
Dois anos
De acordo com o projeto do VLT, o tempo de obras é estimado em dois anos. E haverá uma redução de 53 para 35 cruzamentos na Avenida Anhanguera. José Carlos argumenta que a segregação dos lados da via poderá inclusive prejudicar o trabalho da polícia, que encontraria dificuldades para atravessar de um lado ao outro.
O presidente do Sindilojas alega que após a última intervenção feita na avenida - na década de 1980 - muitos comerciantes tiveram de fechar as portas. “São milhares de lojas, contando também as ruas paralelas e as que cruzam a Anhanguera. Temos que pensar nos empregos também”, diz.
José Carlos sustenta que não é contra o projeto, mas defende maior diálogo. “Como ficará o lojista que não poderá abrir o comércio por dois anos, enquanto as obras estiverem em andamento?”, interroga.
Fonte: O Popular
1 comentários:
Write comentáriosSerá que a preocupação do Sr. José Carlos sobre a segurança tem razão de existir? O assunto a este relacionado é de grande importância...
ReplyEm primeiro lugar, sua preocupação pode ser estendida ao trânsito de outros veículos, como ambulâncias e carros do Corpo de Bombeiros, por exemplo.
Observando a seção típica da Avenida Anhanguera com os VLT de acordo com a figura 3.20 da proposta técnica disponível em http://www.metropolitana.go.gov.br/arquivos/3_INVESTIMENTOS.pdf
(página 140)vemos que a via destinada ao VLT não deve ser segregada por meio de gradis, como hoje se encontra a via destinada ao serviço de ônibus. Assim, em tese, não há barreira física à travessia de pedestres ou veículos. O leito da via, gramado, não se oferece como obstáculo ao trânsito eventual de viaturas, tanto transversal como longitudinalmente. Trânsito de veículo policial ou de emergência pode ser verificado hoje ao longo da via segregada para ônibus - com o VLT tal tráfego continuará possível. Trânsito de veículo policial ou de emergência no sentido transversal da via é impossível hoje, por conta dos gradis; com o VLT, no entanto, será possível. De forma complementar, observemos a proposta técnica no que diz respeito à segurança de operação, disponível em http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2012-10/4_operacao-e-manutencao.pdf
(páginas 236-238).
O "efeito-barreira" provocado pelos VLT pode se constituir em motivo de preocupação? O trânsito dos veículos ferroviários pela avenida apresenta-se, à primeira vista, como obstáculo a travessia. Entretanto, deve-se observar que a frequência dos veículos será - grosso modo - igual a de um terço da frequência atual do serviço dos ônibus; circularão pela avenida menos veículos, com maior capacidade. Entretanto, a que se avaliar de forma criteriosa e científica o "efeito-barreira" na Avenida Anhanguera - sob a configuração atual e proposta - pois é assunto complexo, estabelecido em função de volume de tráfego, da velocidade de operação, da geometria da via, dos equipamentos de sinalização, do número e do tipo de veículos em circulação pela via e nas vias transversais, dos percursos dos pedestres... com a palavra, pesquisadores e especialistas.
De qualquer forma, a legítima e pertinente preocupação do presidente do Sindilojas reflete o quão pouco alguns setores da sociedade conhecem o projeto do novo modal na Av. Anhanguera, sejam quais forem as razões.