Aluguel deve ficar 7,8% mais caro em Goiás

23:39 0 Comments A+ a-



Média de reajuste em 2012 ficou em 8,1%. Tendência é a de que não haja grandes mudanças nos contratos que vencerão.

Os contratos de aluguel com vencimento no mês de janeiro devem sofrer reajuste de 7,8% no Estado, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi Goiás). No acumulado do ano passado, o aluguel de imóveis residenciais apresentou média de reajuste de 8,1%. O percentual supera o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que é o índice usado para reajuste do aluguel e que ficou em 7,82%, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese Goiás).

De acordo com o vice-presidente de locação de Imóveis do Secovi-GO, Benjamim Ragonezi, a tendência é que não haja grande movimentação nos contratos que vencerão nos próximos meses. “O mercado está calmo e preparado para atender à demanda. A oferta e a procura estão excelentes e os programas habitacionais do governo não influenciam na faixa de pessoas que aluga imóveis”, explica.

Segundo Ragonezi, os reajustes deverão manter uma média de 7,5% a 8%, salvo os que completaram, agora, 30 meses de locação. Alta que é aguardada com apreensão pela autônoma Silvana Galvão Ribeiro, de 61 anos.
O contrato do imóvel que ela aluga vence no mês de abril e ficou R$ 55 mais caro no ano passado, o que significou uma elevação de 8,46%.

Despesa elevada
A despesa consome 54% de sua aposentadoria e a o­briga a desempenhar atividade extra para complementar a renda. “Não dá para parar de trabalhar. Tem água, luz, telefone e tantas outras despesas, que agente acaba tendo que continuar trabalhando”, diz ela, que vende bolsas para complementar a renda.
O índice de reajuste baseado no IGP-M, acumulado em 2012, ficou 2,72 pontos percentuais acima do alcançado no fechamento de 2011 (5,1%). Já o índice calculado pelo Secovi-GO, até novembro, com quase 12 mil contratos de imóveis alugados e dois mil imóveis ofertados para aluguel, mostra média de 8,39% e reajustes de 9,2% em novembro do ano passado.

O sindicato deve divulgar, ainda nesta semana, o resultado oficial do mês de dezembro e do acumulado do ano passado em Goiás.

Locador tem direito de aplicar IGP-M
Se o reajuste pelo IGP-M está previsto no contrato de aluguel, o locador tem todo o direito de aplicar a taxa, garante o vice-presidente de locação de Imóveis do Secovi-GO, Benjamim Ragonezi. Em todos os casos, porém, se o valor ficar acima do que o inquilino consegue pagar, ele pode tentar negociar com o dono do imóvel um aumento que seja menor que o índice.

“Cabe negociação em todos os casos”, diz, Ragonezi. Se o inquilino paga em dia e não destrói o imóvel, é mais viável o proprietário reajustar o aluguel em um percentual menor que se arriscar alugando o para um estranho pagando.

No caso de quem tem contrato de locação vencendo agora, o dono do imóvel passa a ter o direito de pedir um novo valor para o aluguel. Normalmente, a duração dos contratos é de 30 meses, com reajuste anual, previsto na Lei do Inquilinato, sempre no mês de aniversário da assinatura do documento. O que geralmente acontece na renovação de contrato é o proprietário comparar o aluguel que vinha recebendo com o valor de mercado na região.

Desvalorização
A correção pelo IGP-M perdeu da valorização do mercado nos últimos anos, principalmente em 2010 e 2011. Nesse período, o valor do imóvel para locação deu um salto, acompanhando o boom de preços das novas edificações e o descompasso entre a oferta menor que a demanda por moradias para alugar.

O pico foi em novembro de 2011, quando o aluguel novo em Goiânia subiu, em média, 11,7%, enquanto os contratos em andamento eram corrigidos por um IGP-M de 5,4%. No ano passado, no entanto, essa relação ficou um pouco mais equilibrada: o aluguel novo aumentou 8,3%, número próximo da variação de 7,8% do IGP-M.

Entre outros motivos, de acordo com o Secovi-GO, o preço da moradia ficou caro, a economia brasileira desacelerou e parte dos imóveis novos que estão sendo entregues pelas construtoras estariam indo para o mercado de locação.

Fonte: Jornal O Hoje