Dengue: Entre as capitais, Goiânia é a 2ª pior em número de casos
Dois mil trezentos e cinquenta casos de dengue por semana – duzentos e noventa e três casos por dia, doze casos por hora. Este foi o saldo deixado pela alta infestação pelo mosquito Aedes aegypti em Goiânia na terceira semana de janeiro. O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia mostra que a capital chegou a 5.844 casos notificados da doença em 2013, o que a coloca em segundo lugar no ranking das capitais com o maior número de casos no País, atrás apenas de Campo Grande (MS), que registrou no mesmo período 11,4 mil casos.
O avanço da epidemia trouxe a Goiânia, ontem, o coordenador do Programa Nacional de Controle da dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, e o representante da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério, Rodrigo Said.
Após passar o dia de ontem reunida com os técnicos do órgão, a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim informou ao POPULAR que a secretaria, sob a orientação do Ministério, terá de redimensionar o Plano Municipal de Contingência para Enfrentamento de Epidemias de Dengue, elaborado pelo município no fim do ano passado para o controle da doença neste ano.
O referido plano é composto de ações voltadas para assistência ao paciente, vigilância epidemiológica dos casos e controle do mosquito Aedes aegypti.
De acordo com a diretora, os representantes do Ministério da Saúde voltam a se reunir hoje com os secretários Municipal e Estadual de Saúde para discutir qual apoio o órgão dispensará ao Estado e à capital para o enfrentamento da epidemia – que, segundo estimativas, ainda não alcançou o pico do número de casos por semana.
Os coordenadores do Ministério da Saúde que estão em Goiânia já solicitaram aos gestores locais a revisão do contingente de agentes de combate ao mosquito previsto no plano de contingência. Ainda não está definido, mas não se descarta o envio de recursos humanos e insumos para Goiânia para colaborar no controle da epidemia.
Reportagem publicada pelo POPULAR na semana passada, quando os órgãos de saúde desencadearam uma série de ações para conter o avanço da epidemia, mostrava que a campanha iniciava-se em desvantagem. Os números informavam que cada agente de endemias é responsável, em média, pelo combate ao mosquito em 1.366 domicílios. A proporção recomendada pelo Ministério da Saúde é de um agente para cada 1 mil domicílios, no máximo.
AVANÇO
O avanço do número de notificações de novos casos de dengue nas três primeiras semanas de janeiro é assustador. Os levantamentos epidemiológicos mostram que a capital já tem notificada quase a metade dos casos registrados durante todo o ano de 2012 – quando ocorreram na capital aproximadamente 11,5 mil casos de dengue.
Para se ter uma ideia do volume de casos de dengue registrado em Goiânia neste ano, em todo o Estado do Rio, onde historicamente ocorre sempre graves epidemias de dengue, foram registrados em 2013 cerca de 3 mil casos da doença. O Estado do Rio tem cerca de 16 milhões de habitantes.
Segundo a diretora Flúvia Amorim, um dos grandes desafios da secretaria, hoje, é reduzir o número de óbitos. Em 2013 não foi notificada nenhuma morte pela doença. Em 2012, elas chegaram a 22. “Estamos no caminho certo do ponto de vista da assistência, porque não temos tido complicações dos quadros de dengue, o que é positivo”, frisa a diretora.
As unidades de saúde responsáveis pelo atendimento primário a pacientes com dengue já tem sofrido, segundo Flúvia Amorim, com o aumento da demanda por atendimento. “Mas a rede está reagindo bem a esse crescimento do número de pacientes”, reforça a diretora.
Conforme explica, a secretaria está intensificando o combate ao mosquito nas áreas prioritárias de Goiânia, onde há maior infestação do mosquito e notificação de casos. Nesses locais, o controle é feito com o carro de fumacê.
O veículo percorrerá a cidade em dois turnos: no período da manhã, das 6 horas às 8 horas; e à tarde entre as 17h30 e as 20 horas. Os locais e horários em que o fumacê irá percorrer será divulgado a cada dois dias no site da SMS (www.saude.goiania.go.gov.br). A população precisa fazer a sua parte, abrindo portas e janelas.
Fonte: Jornal O Popular