Marconi e Paulo retomam mutirões

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Programas do governo e da Prefeitura estão em fase de preparação e são vistos como vitrines para os dois gestores.

O governo do Estado e a prefeitura de Goiânia retomam, separadamente, nas próximas semanas, os mutirões. Em ambas as esferas, o planejamento já está em andamento, para definição da programação e cronograma de trabalho. Depois disso, é só esperar o fim do tempo chuvoso.

Os dois programas são parecidos e oferecem serviços similares. Enquanto a estrutura do governo percorre as regiões do Estado, no chamado Governo Itinerante, a prefeitura instala sua central de serviços em bairros de todas as regiões da capital.

São oferecidos à população pelo governo estadual, atendimentos como consultas oftalmológicas, distribuição de óculos, de mudas e kits da Organização das Voluntárias de Goiás (PVG). No total, os moradores têm à disposição cerca de 80 serviços feitos por servidores de secretarias de Estado e agências.
Também são ministradas palestras a alunos da rede pública de ensino e moradores.

Entre os parcerias mais constantes estão o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), na emissão de titulo de eleitoral, e o Sebrae. O Tribunal de Justiça já acertou sua participação este ano, assim como a Federação das Indústrias (Fieg), Ministério Público, Caixa Econômica, Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e Banco do Brasil.

Já a prefeitura desenvolve ações de roçagem de lotes, recuperação asfáltica, reforma de prédios púbicos assessoria jurídica, emissão de documentos, entrega de mudas de árvores do cerrado, entre outros serviços. A última edição do Governo Itinerante realizado na cidade de Goianira, em outubro de 2011, e encerrada pelo governador Marconi Perillo. A primeira edição deste ano está reservada para Goiânia, possivelmente na região noroeste, uma das mais populosas e mais carentes da capital.

Criado em 2011, o programa recebeu atenção especial de Marconi. Reformulado, será coordenado pela Secretaria de Articulação Institucional, dirigida por Daniel Goulart. A intenção é de que, em cada edição, sejam inauguradas obras e entregue outros benefícios à população.

Agenda positiva
Por suas características, o programa possibilita uma maior aproximação do governador com eleitores e, por consequência, suas bases eleitorais. É a chamada agenda positiva, com investimentos estimados em R$ 1,5 bilhão, e que servirá de termômetro para o lançamento de uma eventual campanha pela reeleição.

Nos primeiros dois anos de governo, Marconi enfrentou problemas de ordem financeira, com o cofre no vermelho, cenário agravado, politicamente, pelo desgaste com a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que desbaratou a quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A reedição do programa mostra a retomada do equilíbrio fiscal das contas do Estado e a convicção do governador de que o pior já passou.

Para Daniel Goulart, trata-se da descentralização do serviço público estadual. “Nessa edição, queremos deixar algo acontecendo na região, como cursos de qualificação e capacitação, conforme a vocação de cada município”, disse. Preliminarmente a edição do programa se dará em 30 microregiões de 150 municípios.

Caso Cachoeira interrompeu mutirão

O programa Prefeitura nos Bairros também foi prejudicado por conta dos desdobramentos da Operação Monte Carlo. Em maio do ano passado, o prefeito Paulo Garcia (PT) decidiu suspender os contratos com a Delta Construções, por conta do suposto envolvimento da empreiteira com Carlinhos Cachoeira em esquema de pagamento de propina
Os mutirões foram prejudicados, já que parte das ações contava com maquinário da Delta. Sem máquinas e caminhões, locados pelo município, o projeto inviabilizou os trabalhos básicos de recolhimento de resíduos sólidos e outras sobras de materiais utilizados na construção e reforma de praças, escolas e creches.

O programa foi idealizado pelo ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), na sua primeira gestão (2005/2008), e logo se tornou a principal vitrine da administração municipal. Realizado a cada 15 dias, aos sábados e domingos, o mutirão capitaliza, por si só, dividendos de ordem política e eleitoral.

Tanto que Iris tratou de resgatar esse modelo posto em prática em seu primeiro governo no comando do Estado (1983/1986). Na época, estavam em voga os grandes mutirões para construção de moradias populares, instrumento que popularizou a imagem do peemedebista e fez dele um vencedor nas urnas.

Como o próprio prefeito já afirmou que a sua gestão, nos próximos dois anos, servirá como suporte para a sustentação da chapa majoritária formada pelo PT e PMDB, de olho no Palácio das Esmeraldas, em 2014, tudo indica que o programa será ampliado, com o oferecimento de mais serviços.  

Paulo Garcia minimiza os eventuais dividendos eleitorais do programa e diz que o projeto possibilita ouvir as reivindicações dos moradores e, na medida do possível, atendê-las. A legião de pessoas que procuram os serviços mostra que o poder público ainda não consegue atender a contento a necessidades básicas da população.

Fonte: Jornal O Hoje