Goiânia é o centro do rock cravado no meio do Cerrado

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Não há ordem certa, mas Goiás se tornou centro de produção e está no caminho para a formação de uma indústria musical, que valoriza o rock e modifica a visão cultural que o país tem do Estado
Fernando Leite/Jornal Opção
Léo Bigode: “Hoje, há mais preocupação com a qualidade musical por parte das bandas”
Marcos Nunes Carreiro 
Estamos num centro do rock cravado bem no meio do Cerrado. A frase dita pelo anfitrião de um pub de Goiânia, na semana passada, antecedeu a entrada da banda goiana Cambriana no palco e desde então se fixou em minha mente, principalmente depois que uma das fãs da banda se levantou no meio do show e disse: “cara, não acredito que isso é Goiânia!”.

O antagonismo entre as duas afirmações demonstra que acontecem coisas em Goiás que o próprio goiano desconhece. Con­comitantemente é possível ouvir pessoas reclamando de que em Goiás não há meios para se satisfazer os anseios daqueles que querem rock. E talvez, há alguns anos, isso fosse realmente verdade, mas não é o que podermos ver atualmente.

Há muito tempo Goiás experimenta uma mobilização. Na década de 1990, as bandas conhecidas no Estado eram as de pop-rock. Muitas delas gravaram e apareceram em cenário nacional, mas já existiam aqui grupos que trabalhavam com conceitos importados, com fortes influências do grunge estadunidense, como o Nirvana. Surgiram as bandas de garagem, que faziam um som mais “sujo”, pesado, e que ainda hoje mantêm essa raiz.

Acredita-se que, atualmente, entre 30% e 40% das bandas goianas mantenham essa vertente, mesmo que haja uma diversidade muito grande dentro do estilo. E esse fato está popularizando o estilo de forma que as bandas não precisem da grande mídia para a divulgação dos eventos. Como a maioria dos eventos atuais, a divulgação é feita pela internet, o que possibilita um grande alcance e presença maciça de público. Dessa forma, é possível afirmar que Goiás vive o mais importante momento da música, principalmente ao que concerne o rock.

Hoje em dia, o rock está no shopping e no circuito comercial. Só não está na grande mídia, porque ela não atenta para o gênero. Estima-se que haja centenas de bandas de rock em atividade no Estado, sendo mais de 100 somente na capital. E esse pessoal dispõe de lugares para tocar regularmente, estúdios de gravação e ensaio, além de festivais que atraem mais e mais pessoas com o passar dos anos. A soma desses fatores resulta no que se pode chamar de o caminho goiano para a formação de uma indústria musical.

Mas como essa indústria musical tem sido formada em Goiás? Na verdade, não há como atribuir a abertura dessa trilha à apenas uma causa, assim como não se pode determinar se a demanda criou a oferta, ou vice-versa. Contudo, há uma certeza: elas criaram um sistema. Bandas de rock existem em Goiás há muitos anos. A Mecha­nics, por exemplo, já tem quase duas décadas de estrada espalhando seu rock pesado pelo Estado e figurando como uma das bandas mais conhecidas de Goiânia.

E existindo bandas, há público. Contudo, foi o aumento do público que propiciou que mais grupos fossem formados e que, por sua vez, forçou os produtores a montarem os festivais? Ou foram as apostas dos músicos na criação de bandas que criou a abertura para os festivais, que chamaram a atenção do público? Ou poderá ter sido o público a forçar a criação dos festivais, que atraiu as bandas? Um pouco de cada.

Leonardo Ribeiro, conhecido por Léo Bigode, um dos sócios da Monstro Discos, diz que o que se pode perceber é que as bandas de rock tem tido mais preocupação com o nível de qualidade. “Assim, o gênero se apresenta como uma opção a mais. A grande diferença é que o rock não está na grande mídia e ele se mantém assim, pois é uma característica sua.”

João Lucas, produtor musical da Fósforo Cultural, aponta: “No começo dos anos 2000, existiam poucos locais em Goiânia em que as bandas podiam tocar, sem contar que os festivais eram mínimos. Somente depois os produtores atentaram para o grande número de bandas que estavam surgindo no meio e que não tinham lugar para se apresentar. Foi então que vieram os festivais, que se tornaram o grande catalisador do público, por serem vitrines. As pessoas vão para ver uma ou duas bandas e lá acabam conhecendo mais dez, o que provoca uma divulgação e faz crescer o público”.

Já para o jornalista e produtor cultural Pablo Kossa, a grande responsável pelo crescimento da música goiana foi a expansão da capital. “Que existe mais público atualmente, existe. Mas não poderia responsabilizar os festivais por isso. Não é só por eles que a música emergente foi crescendo. Pode-se dizer que os festivais consolidaram algo que já estava sendo desenhado. Goiânia também cresceu e com isso a cidade adquiriu ares de metrópole.”

Por sua vez, os músicos atribuem outras causas ao desenvolvimento musical. Luis Calil, vocalista da Cambriana — banda a qual citamos no início da reportagem — o público e o sucesso de outras bandas são as personagens principais da peça. “Goiânia tem um público que é sedento por shows, principalmente de rock, então isso alimenta a cena e motiva muita gente a montar bandas. O sucesso de certos grupos goianos, como o Black Drawing Chalks, também deu um empurrãozinho nisso. Mas pode não ser tão evidente assim. Eu não sabia de nada que estava acontecendo em Goiânia quando o nosso disco de estreia estava sendo feito, só soube quando entrei na cena.”

Enquanto Victor Rocha, vocalista e guitarrista da Black Drawing Chalks, pontua que a fase de festivais em Goiânia já passou. “Hoje a cidade está mais parecida com São Paulo, por exemplo, onde há mais casas de shows. Aí as pessoas têm mais opções de públicos e estilos diferentes de balada. Acredito que no Brasil não existe um nível tão alto de qualidade de rock quanto em Goiânia, e olha que já viajamos o Brasil todo. O problema é que nem todas as bandas rodam como a gente, para mostrar isso ao mundo.”

Assim, mesmo que não haja o traçado de uma ordem correta, o fato é que Goiás se tornou centro de uma pontual e crescente produção musical, onde o rock aparece como um dos protagonistas do ato, ao que já tratam, pelo país afora, como a movimentada cena do rock goiano. E essa cena se passa em uma metrópole, onde as personagens conseguem seu espaço trilhando caminhos diferentes uma das outras.

Retomemos o caso da novata Cambriana. A banda completa pouco mais de um ano e, por esforço próprio, arrebatou espaço em grandes festivais tanto goianos, como o Vaca Amarela, em Goiânia, e o Canto da Primavera, em Pirenópolis, e já cogita a realização de shows fora do Brasil. Idealizada pelo vocalista Luis Calil, o grupo gravou seus primeiros CD’s com produção própria e depois da divulgação feita pela internet, propostas de shows apareceram.

O álbum “House of Tolerance” — o primogênito — foi elogiado em todos os lugares onde tocou e, por isso, o grupo — que não se enquadra em um gênero específico do rock — já é tido como uma das grandes revelações do estilo. Com Calil aparecem: Wassily Brasil, Pedro Falcão, Heloísa Cassimiro, Rafael Morihisa e Israel Santiago. Juntos, os seis formam a banda nomeada pelo ex-integrante Wan­derson Meireles, que sugeriu essa palavra mais pela sonoridade. “Embora o significado dela também seja interessante (Cam­briana foi o período em que a vida cresceu e diversificou explosivamente na Terra)”, declara Calil.

Caso semelhante é o da Black Drawing Chalks, banda que teve seu nome tirado de uma caixa de lápis carvão alemã muito antiga. Formada por Victor Rocha e Douglas de Castro enquanto ainda eram alunos da faculdade de De­sign, mais como um pretexto para poder atrair clientes, a banda cresceu e é apontada como a maior revelação do rock brasileiro, visto que foi a legítima representação do Brasil no palco alternativo do festival Lollapalooza, em São Paulo, no ano passado. Cantando em inglês, a banda — hoje com o acréscimo de Denis de Castro e Edimar Filho — poderia facilmente ter sido confundida com um grupo estrangeiro, a não ser pelo fato de que o quarteto se orgulha muito de sua terra natal, mesmo não tendo a intenção de “levantar a bandeira goiana”, como diz Victor.

“Por onde eu viajo e toco, a grande maioria das pessoas sabe as músicas, e sabe de onde nós somos. Não tenho um sentimento de levantar a bandeira goiana, eu só quero viajar, me divertir e levar diversão com o que eu crio para o mundo todo. Ser goiano é bom nesse caso, pois prova que não precisamos ser das maiores metrópoles mundiais para termos conhecimento e o nível musical alto. Hoje em dia, todos estão expostos a todo o tipo de informação e influência que desejar, basta ligar o computador. Mas que Goiânia é uma metrópole no quesito rock, isso é”, declara.

Mas não há apenas bandas que fazem sucesso cantando em inglês. A Ultravespa é prova disso. For­mada em 2008, com nenhuma pretensão de “fazer sucesso”, o grupo despontou e é, atualmente, figura carimbada nos festivais e casas de show de Goiânia. Digamos que no bairro onde eles (Dinho, Rangel, Bruno e Benke) moravam haviam muitas bandas tocando e se apresentando e eles resolveram entrar na onda. Tocaram até que foram aparecendo cada vez mais convites e isso fez com que atentassem para algo mais elaborado, como produções mais interessantes e melhores meios de gravação.

Diz o vocalista Fernan­do de Almeida, vulgo Dinho: “Essa coisa do rock tem ganhado espaço em Goiás. É meio aos trancos e barrancos, mas está indo. E acredito que tende a aumentar, visto que tem mais gente interessada e buscando ouvir esse tipo de som. O rock está atingindo outros tipos de público. Antigamente, era mais difícil, pois tinham poucos lugares para tocar e poucos festivais. Hoje, a coisa aumentou e temos lugares certos para tocar com um público que também cresceu”.
Goiânia, capital de quê?

Em um país grande como o Brasil, não é difícil que haja rótulos sobre tudo e para todas as regiões do país. Musicalmente, por exemplo, se diz que os baianos são do axé, assim como os paulistas do samba e os goianos do sertanejo. Dessa forma, acredita-se nesses rótulos e assim são divulgados, inclusive aqueles que vivem nesses locais, visto que, mesmo “nativos”, não é raro encontrar pessoas que não conhecem sua cidade, principalmente as grandes metrópoles, como Goiânia.

Então, se Goiânia não é a capital do sertanejo, é capital do quê, afinal? “De tudo o que você quiser! Assim como acontece em toda metrópole, quem quer rock, tem; quem quer metal pesado, tem; quem quer blues, tem; quem quer sertanejo, tem; quem quer reggae, também tem. Há a mania de se falar que Goiânia é capital da música sertaneja, mas eu sou goiano e não tenho nenhum tipo de vínculo com esse tipo de música, meus amigos também não, nem meus familiares. E aí?”, dispara o jornalista e produtor musical, Pablo Kossa.

E ele continua: “Quem fala isso é quem não sabe o que se passa na cidade. São pessoas que não sabem onde ficam as principais casas que tocam um tipo de som diferente, não sabe sobre os festivais, muito menos sobre as bandas”. Mas o que se nota é que pessoas que nasceram e cresceram em determinado local, realmente, se acomodam naquilo que as interessa e acabam não interferindo muito em outras áreas — o que é normal. Para quem está aqui, não há muito referencial, mas se se pergunta para quem é de fora, não será difícil achar alguém quem fale sobre a cena do rock goiano.

E isso se deve também ao fato de que o fluxo de pessoas pelo Estado tem sido cada vez maior, além da constante “reciclagem desse público”, como analisa o produtor Léo Bigode. “Esse circuito de rock aqui, que tem se mostrado mais maduro ao longo do tempo, mostra que quando o rock se profissionalizou, ele pôde ter uma voz mais ativa. E isso se soma ao fato de que o público se reciclou em Goiânia. O cara que vai a shows de rock deixa de frequentar as apresentações de modismo mais rápido”, diz.

O mercado cultural também fornece sua contribuição para que essa vertente musical seja pasto para outros campos. O eixo Rio-São Paulo, está mais culturalmente acostumado a consumir esse gênero. A Black Drawing Chalks, por exemplo, relata que são mais ovacionados fora daqui do que em Goiânia. “Em Belo Horizonte e São Paulo sempre são shows com grandes festas, o público bastante louco, do jeito que a gente gosta. Tocando em palcos maiores, você acaba se distanciando do público, o que é a difícil tarefa de se tocar em grandes festivais como o Lolla­palooza e o SWU, mas somos muito felizes, pois o público sempre se enlouquece, e nos devolve muita energia. Sou muito realizado por isso”, afirma Victor Rocha.

Mas há quem prefira ficar em solo goiano. Segundo o vocalista da Cambriana, o público em Goiás é mais receptivo. “É diferente porque ainda somos mais conhecidos aqui em Goiânia do que em qualquer outra cidade. E, às vezes, eu sinto um pouco mais de vontade e interesse no público goiano do que em outros lugares que a gente já tocou, como Brasília, São Paulo e Minas Gerais, mas pode ser apenas impressão”, afirma Luis Calil.
Viver de música, como músico, não dá
O grande questionamento de quem mexe — e de quem está interessado em entrar no ramo — com música sempre foi: há como viver de música? A resposta é sim. Mas isso significa viver do nicho em sua completude, isto é, tocar com a banda e ao mesmo tempo ter um estúdio, trabalhar com produção e assessoria, etc., porque, como músico, o campo é limitado. Para se manter com música é preciso “rebolar” em muitos meios.

Isso, obviamente, depende das intenções de cada pessoa, pois, como metaforizou Pablo Kossa, “para beber uísque Red Label, como músico, não dá”, mas pode-se consumir coisas menos dispendiosas. Tudo depende da ambição. Digamos que, em Goiás, como músico, as pessoas conseguem manter a banda sem ter que tirar dinheiro do próprio bolso. Entretanto, não dá para pagar as contas pessoais dos componentes, como, por exemplo, o uísque.

Porém, essa é uma situação que era impossível de se vislumbrar a uma década, pelo menos no Cen­tro-Oeste. O que se nota é a mais frequente escassez de renda para o artista por meio da venda de discos, o que força os músicos a tocarem mais para compensar. Contudo, os cachês dos shows nem sempre pagam o suficiente para garantir que o artista continue se empenhando na carreira.

“No lucro, ainda está caminhando”, como analisa Dinho, da Ultravespa. Há quem diga que para uma banda começar a pensar em viver de sua música, ela precisa ter reconhecimento nacional e estar constantemente se apresentando pelo país. Mas enquanto não chegam a esse nível, os músicos precisam se desdobrar entre jornadas triplas ou até quádruplas para ter condições de seguir sua carreira satisfatoriamente.

Victor Rocha, que é designer e tatuador, por exemplo, reclama por não ter o apoio do Estado. “Não vivemos de música. Nunca tivemos o apoio do Estado. Já nos inscrevemos em diversas leis de incentivo, mas nunca aprovaram nossos projetos, mesmo que tenhamos tocado nos principais festivais do Brasil e alguns fora dele, sempre falando que somos goianos. Acho que é por não falarmos do Cerrado, do pequi, ou do arroz cristal em nossas músicas, além de cantar em inglês. Somos somente nós e o nosso esforço.”

Caso semelhante é o da feminina banda Girlie Hell. De acordo com a baterista Carol Pasquali, não é impossível viver de música, mas as quatro meninas da banda não o fazem, pois, assim como vários outros músicos, elas têm outras formações e profissões, o que torna a luta ainda mais árdua e as conquistas ainda mais saborosas. “Entre produtores, donos de estabelecimento e músicos, existem muitas pessoas que lutam e vivem disso, mas ainda não chegamos nesse patamar”, declara.
Sonho

 
Hoje guitarrista da conhecida Mechanics e dono do estúdio Volt, um dos mais requisitados para gravação e ensaios de bandas de rock, Ricardo Darin conta que já foi parar nos Estados Unidos por causa do sonho da música. “Eu tinha uma banda chamada Punch. Fomos para o exterior em busca de despontar. Morei seis anos em Los Angeles. O que vi foi que existe mais espaço lá, pois os festivais são maiores, mas não é tão fácil quanto se pensa, visto que as bandas são muito boas e as gravadoras não investem despretensiosamente para apostar em alguém. Tem que ser coisa certa”, relata.
Segundo ele, ao contrário do que se pensa no Brasil, muitos grandes artistas estadunidenses não vivem apenas em prol de suas carreiras. “As bandas lá não vivem só de música. Existem várias pessoas que gravam, fazem turnê na Europa durante meses e quando voltam, continuam a trabalhar em seus empregos normalmente. Eu trabalhava numa loja de instrumento musical lá e vi isso muitas vezes. E, na verdade, é isso que torna a banda duradoura, pois se mantém o pé no chão e não vive apenas do sonho”, diz.
Como dono de estúdio, Darin é testemunha da ebulição da música goiana. “Tanto o rock in­dependente quanto o rock evangélico cresceu bastante nos últimos anos. E com certeza, não só do rock em si, mas a forma que as bandas e os produtores musicais trabalham hoje em dia. Todos se profissionalizaram bastante. Além disso, existem grandes patrocinadores, como a Petrobras, que incentivam alguns festivais.”
Inglês é a língua para o sucesso?
Nos últimos tempos, tem-se percebido que um grande número de músicos procuram outras línguas, que não a materna, para gravar seus discos. Como “língua comercial mundial”, o inglês é a mais usada. Obviamente, as bandas também têm predileção pelo inglês, devido à sonoridade que o sistema linguístico possui.

Para os produtores, cantar em inglês é dificulta muito mais o sucesso, mas em contrapartida, possibilita que as bandas consigam espaço fora do Brasil. Para Victor Rocha, o inglês veio como alternativa natural, já que ele cresceu o pai ouvindo rock inglês e estadunidense, o que o influenciou. “E é disso que eu gosto. Se isso vai me fazer viajar mais para fora do Brasil, ótimo, mas nunca foi a pretensão inicial. Queremos só fazer músicas como as que gostamos de ouvir”.

Pensamento seguido por Calil. “Eu não sei as justificativas de outras bandas, mas eu canto em inglês na Cambriana porque a grande maioria dos artistas que eu cresci ouvindo também canta em inglês. É como se fosse a língua da música pop no século 20. O fato dela ser mais universal e possibilitar espaço fora do Brasil é um bônus.”

Para as meninas do Girlie Hell, nem sempre a escolha de outra língua significa que a banda pense no público. “Para nós, o inglês foi um caminho natural. Nossas grandes influências cantam em inglês. Can­tamos em inglês porque achamos que a língua combina mais ‘esteticamente’ com nosso som. Isso de ‘pensando no exterior’ pode ser um grande tiro no pé. Você pode am­pliar seu público ou ser alvo de críticas pesadas, que podem acabar com todo o trabalho. Existem muitas bandas boas de rock que cantam em português e nós tiramos o chapéu para isso”, declararam.

E no time dos defensores da língua nativa está o Ultravespa. Os rapazes têm óbvia influência de grupos estrangeiros, como The Who, Rolling Stones e Beatles, mas pode-se dizer que sua maior base de convivência musical seja o som “sixtie nacional” (Jovem Guarda, Erasmo Carlos, Roberto Carlos e os Mutantes).

Assim, “fica mais fácil a gente conseguir passar o que queremos em português, justamente por contarmos com essas referências. Não imagino que as bandas daqui cantem em inglês exclusivamente por mirar no exterior (acho que muitas nem miram nada), o lance é que certos sons soam melhor em inglês, quem gosta e toca sabe disso e vê o uso dessa outra língua como meio de aproximar seu som com o som gringo que ele e outras pessoas curtem ouvir”, explicou Dinho, o vocalista da banda.  
Fonte: Jornal Opção

2 comentários

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4 de fevereiro de 2013 às 21:20 delete

Que matéria maravilhosa meus parabéns ao blog. No tocante a carência de nossa metrópole superlativamente rock n' roll, algo tem incomodando muito esse público tão mal acostumado com o silêncio gélido, principalmente em espaços antes socioculturais, como no caso do nosso querido Martin "chechererecheche" onde dois anos atrás ecoavam a alegria, amizade e o amor de todos irmãos goianos ou não goianos que compartilham das filosofias trazidas pelo estilo rock n' roll de vida, independentemente dos gêneros. Nosso rock não vai se calar pelas rodas de desespero, pois quando o mundo transborda violência e injustiça as atitudes afloram de cada um desses tais de rockeiros, que muitas das vezes são apresentados como "drogados" e "sujos" -- mas que nunca estarão derrotados e conformados. Viva a música entorpecida! Viva o rock n' roll! Viva Goiânia!

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Anônimo
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5 de fevereiro de 2013 às 16:45 delete

Viva o "NÃO!!" a intolerância. Que os diferentes estilos musicais convivam com respeito, paz, sensatez e alegria. Afinal, isso é o que interessa. Música não pode nunca servir para separar e sim unir!

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