Empresas oferecem 500 vagas em Goiás
O grau de dificuldade de inserção no mercado de trabalho pode ser medido, muitas vezes, pela falta de networking e, sobretudo, de experiência do jovem estudante. Responsável por quebrar essas barreiras, o estágio pode ser considerado o primeiro passo na vida profissional. Esse tipo de contratação vem crescendo, nos últimos anos, cerca de 20% em Goiás. Atualmente são, pelo menos, 496 oportunidades pulverizadas em várias cidades do Estado.
Essa é a melhor época do ano para garantir uma vaga de estagiário. Isso porque o início do ano letivo vai ao encontro com duas combinações que culminam em uma maior abertura de vagas: a formação escolar de jovens no fim de 2012 e a finalização de outros jovens do tempo máximo de dois anos de estágio em uma única empresa, conforme a legislação do estágio.
A gerente de estágio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/GO), Taciana Nascimento, diz que o estágio é uma importante arma para o jovem conciliar a teoria das escolas e as práticas do mercado. Ela explica que, em um curso superior de quatro anos, por exemplo, o jovem pode explorar o estágio como forma de ampliar o autoconhecimento. “Durante o período do curso superior, ele pode trabalhar em até quatro empresas distintas, conhecendo diferentes modelos de negócios e analisando os perfis de cada uma”, afirma.
Dependendo da área de atuação, como ciências contábeis, economia, direito e administração, explica, os estudantes podem começar a estagiar ainda no primeiro semestre acadêmico. Em outros casos, principalmente os cursos voltados para a área da saúde, é necessário a conclusão da metade do curso.
NÍVEL TÉCNICO
Em média, afirma, os valores das remunerações mensais variam de R$ 400 a R$ 800, sendo o primeiro valor referente a remuneração do estagiário de nível médio e o segundo para níveis superior e técnico. Ele também recebe um benefício de auxílio-transporte.
Taciana conta que a crescente busca, nos últimos dois anos, por cargos de nível técnico, foi responsável por uma mudança no incremento da bolsa paga para o estagiário deste curso. “Até pouco tempo atrás, os estagiários de nível técnico recebiam valores mais próximos aos estagiários de nível médio. Hoje, esse valor pago está mais próximo ao dos estagiários que cursam nível superior”, avalia. A demanda saiu de uma escala em que a procura estava praticamente estagnada e saltou, em dois anos, para uma procura até 20% maior. Não raro, diz, falta estagiário para esse nível profissional.
O supervisor da unidade do CIEE Goiás, Guilherme Rosa, afirma que as empresas abriram um leque maior para esse nicho de profissionais. Além disso, os cursos técnicos estão mais conhecidos. Em relação à remuneração, afirma que legalmente não há nenhuma referência que estipula o valor a ser pago ao estagiário. “Legalmente quem estipula o valor da bolsa é o empregador. Na prática, o mercado é quem define isso”, diz.
Guilherme credita outra razão para o crescimento das vagas de estágios. Conforme ele, a nova legislação do estágio, vigente desde 2008, definiu mais claramente os direitos e deveres de ambas as partes. “O empresário demorou um pouco, mas desde 2010 para cá ele está mais seguro e à vontade em conceder estágio”, afirma.
VANTAGENS
Guilherme explica que a experiência tende a ser benéfica tanto para as empresas quanto para os estudantes. Para os empregadores, é uma ferramenta para a formação de novos colaboradores conforme a cultura e o perfil da empresa. No mais, ajuda a reduzir custos. “Para o estudante é a oportunidade de adquirir experiência”, afirma.
Taciana relata que alguns estagiários, supervisionados por seus professores, foram responsáveis pela modificação estrutural de empresas. “Eles chegam com uma visão diferente, trazendo conhecimentos novos e melhoram as empresas”, afirma.
PRÁTICA
O assistente administrativo de gestão de pessoas do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Goiás (Crea-GO), Alysson Pierre Almeida da Silva, conta que a autarquia contrata, anualmente, 26 estagiários - 15 de níveis técnicos e 11 de níveis superiores. Ele ressalta que incentiva a apresentação de novas ideias. “Quem chega de fora, às vezes, vê melhor o cenário”, declara.
Entretanto, diz, muitos encaram a oportunidade como meio de renda e não como um degrau para o crescimento profissional. “Ninguém começa lá de cima, procuro alertá-los, mas não são todos que conseguem perceber a importância”, diz.
Fonte: Jornal O Popular