Goiás terá primeiro Banco de Multitecidos do Centro-Oeste

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Goiás será o primeiro Estado da Região Centro-Oeste a ter um Banco de Multitecidos para transplantes. A unidade vai funcionar no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), e será regulada pela Central de Transplantes, da Secretaria da Saúde. O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e agora está em fase de liberação de verba federal. A previsão é que os trabalhos se iniciem no segundo semestre deste ano. A novidade vai beneficiar não apenas os pacientes do Crer, mas também vítimas de queimaduras e acidentes de todo o Estado e região.

A tragédia de Santa Maria trouxe à tona uma discussão importante: no Brasil não há bancos de pele suficientes para tratar vítimas de queimaduras. No incêndio na cidade gaúcha, que provocou a morte de duas centenas de jovens e deixou mais de 100 internados, países como Uruguai e Argentina foram acionados para doar tecidos a fim de ajudar no tratamento dos feridos.

Escassez de pele

Apenas Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo têm bancos, com estoques insuficientes para tratar grande número de pacientes com queimaduras de grande porte. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no ano passado, apenas 18 doações de pele puderam ser aproveitadas em todo território nacional. Para comparar, foram 11.744 córneas doadas no mesmo período.

As peles são retiradas de pacientes que tiveram morte encefálica diagnosticada, mediante autorização de familiares. As doações esbarram em dúvidas e mitos populares, como a desfiguração do corpo. No entanto, a camada de tecido retirada é extremamente fina, mais fina do que uma folha de papel, e em áreas do corpo que não são expostas. “A legislação exige a reconstituição do corpo, em qualquer caso de retirada de órgãos”, explica o gerente da Central de Transplantes de Goiás, Luciano Leão.

Em Goiás, o Banco de Multitecidos vai reunir doações de pele, tendões e ossos, ainda não realizados no Estado, além de medula e córneas. Segundo a coordenadora técnica da Central, Zima Masson, “os procedimentos realizados atualmente em hospitais goianos são autólogos, ou seja, de pele retirada de outras áreas do próprio paciente, ou com tecidos provenientes de bancos de outros estados”.

Fonte: Mais Goiás