Marconi confirma corte de servidores

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Governador fala pela primeira vez sobre a polêmica envolvendo cortes de comissionados e diz que medidas são moralizantes.

O governador Marconi Perillo (PSDB) falou ontem à imprensa pela primeira vez após o desenvolvimento da polêmica em relação ao corte de funcionários comissionados do Estado. Ele disse que as medidas que estão sendo adotadas compõem uma nova política do governo e que são “moralizantes e definitivas”. Disposto a se sobrepor à oposição, Marconi demonstrou ter se rendido às críticas protagonizadas por oposicionistas e radicalizou ao dizer que quer eliminar, aos poucos, os cargos comissionados.

“Não estou cortando gastos com comissionados apenas por contenção de despesas, mas porque quero, aos poucos, diminuir essa cultura dos cargos comissionados. Minha determinação ao secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, e ao da Casa Civil, Vilmar Rocha, é que, depois de termos todos os cargos, enviemos a Assembleia um projeto de lei extinguindo esses cargos, porque eles não poderão mais ser recriados. Depois quero ver quem terá coragem de apresentar à Assembleia algum tipo de projeto de lei propondo a criação de mais cargos comissionados”, provocou.

Ele argumentou que o governo está buscando equilíbrio não só por meio do corte de comissionados. Disse que a previsão deste ano era de despesa corrente de mais de R$ 1 bilhão, mas que as medidas adotadas reduzirão esse número a R$ 300 milhões. Marconi voltou a externar a crise gerada no governo desde que solicitou aos secretários que criassem lista de demissões em cada pasta. Na quarta-feira, o governo enviou nota assinada pelo chefe de gabinete da Governadoria, João Furtado, “ameaçando” os secretários que resistem em enviar as listas. “Quem discordar pode e deve entregar imediatamente o cargo que ocupa no Poder Executivo”, dizia a nota.

Ontem, ao se referir às medidas adotadas para contenção de gastos, disse que a população só conhece como medida o corte de comissionados “porque ela se torna pública à medida que um ou outro secretário resiste em disponibilizar cargos para que sejam exonerados. Mas o conjunto das medidas é muito mais amplo”, enfatizou. Questionado se o governo criará concursos públicos, disse que serão abertos, mas de acordo com o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Estamos diante de um momento em que estamos decididos a ir mudando a cultura em relação aos cargos comissionados. Se dependesse de mim, avançaríamos muito mais. Mas, neste momento, necessitamos em algumas secretarias dos cargos comissionados enquanto não há concurso”, finalizou.

Fonte: Jornal O Hoje