Inflação em Goiânia é a maior em três anos

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Alta de preços na capital goiana segue tendência do País, que registrou, para janeiro, o maior índice desde 2003.

A inflação de janeiro em Goiânia foi ampliada em 0,89%, registrando a maior alta mensal desde agosto de 2010 e a maior para os meses de janeiro desde 1995, quando ficou em 1,62%. A taxa mostra tendência ascendente desde novembro do ano passado. No País, o índice ficou em 0,86% em janeiro, no mais alto índice desde abril de 2005 (0,87%) e também o maior para meses de janeiro desde 2003 (2,25%).

As principais pressões para os bolsos do consumidor goianiense, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram os alimentos, despesas pessoais e transportes. Também contribuíram para a inflação, altas nos itens de saúde e cuidados pessoais, artigos de residência e a educação.

No grupo dos alimentos, 14 dos 16 itens pesquisados ficaram mais caros no mês passado, sendo 11 com variação positiva superior a 1%. Tubérculos, raízes e legumes apresentaram alta incomum, ficaram 28,51% mais caras de um mês para o outro.

A alta foi influenciada pelo excesso de chuvas em todo o Estado, o que, segundo o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para a área de cereais fibras e oleaginosas, Leonardo Machado, prejudicou as lavouras. Hortaliças e verduras ficaram 5,79% mais caras, e as carnes e peixes industrializados, com maior peso no orçamento, tiveram alta de 2,62% e 2,91%, respectivamente.

Na sequência, gastos com recreação (2,03%), fumo (1,34%) e serviços pessoais (1,07%) foram as influências responsáveis para que o grupo de despesas pessoais registrasse a segunda maior variação positiva no mês.

Embora a alta de 6,6% no preço da gasolina autorizada e já repassada aos postos de todo o País ainda não tivesse surtido efeito no indicador de janeiro, naquele mês, o índice apontou alta de 2,16% no preço dos combustíveis na capital. Somada a alta de 0,87% no preço dos veículos, o custo com transportes ficou 1,11% maior em janeiro que no mês de dezembro.

Apenas três grupos têm queda na capital

Itens de vestuário, em função da mudança de coleções e vendas de peças com grade de numeração incompleta, apresentaram queda de 0,32%. A maior delas foi observadas em acessórios como joias e bijuterias, mais baratos em 1,57% em média. Em seguida, tecidos e armarinhos também tiveram queda nos preços (-1,03). As roupas masculinas estiveram 0,88% mais baratas.

Na habitação, embora quatro dos cinco itens que compõem o grupo terem apresentado altas, foi registrada queda de 4,27% na tarifa de energia, já em função de uma pressão negativa, proporcionada pelo efeito parcial da redução de 18% prometido pelo governo. Uma queda de 0,11% no grupo comunicação fecha as deflações entre os grupos pesquisados pelo IBGE.

País
No País, o índice do mês mostrou que os preços dos alimentos continuaram subindo e atingiram 1,99%, superando o resultado de 1,03% de dezembro. É a maior alta de grupo em janeiro deste ano, com impacto de 0,48 ponto percentual no índice, fazendo com que o grupo alimentação e bebidas responda por 56% do IPCA.

Vários produtos do grupo alimentação e bebidas tiveram a oferta reduzida em função do clima, ocasionando fortes aumentos de preços. É o caso do tomate (26,15%), batata-inglesa (20,58%), cebola (14,25%), hortaliças (10,86%) e cenoura (9,83%).

Goiânia registrou quinta maior elevação no índice entre 11 regiões consultadas pelo instituto. Em primeiro lugar aparece a região metropolitana de Belém (1,06%), seguida de Fortaleza (1,01%), São Paulo (0,99%) e Recife (0,90%). A menor taxa ficou com Brasília (0,46%). No acumulado dos últimos 12 meses, Goiânia registra alta de 5,85%, o terceiro menor do País.

O IPCA se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos. Já a inflação para as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou inflação um pouco menor em Goiânia 0,82%, embora tenha apresentado índice mais elevado no País (0,92%).

Fonte: Jornal O Hoje