Imóveis verticais em Goiânia sobem 18,86%
O bairro mais valorizado em Goiânia ainda é o Setor Marista, onde o metro quadrado custa R$ 4.965; seguido pelo Jardim Goiás.
Ao trocar de apartamento, a gestora executiva Cleide Januário da Silva Fernandes, 43, pretendia apenas ter um lugar melhor para morar com a família. Ela escolheu o Setor Alto da Glória, região sul de Goiânia, onde a valorização alcança níveis extasiantes. Em 2009, pagou R$ 277 mil no imóvel, na planta, e esperaria menos de dois anos para se mudar. Como previsto, a mudança ocorreu em 2011. Um ano depois ficou impressionada ao ver que o preço de venda do apartamento já estava em R$ 410 mil.
O caso de Fernandes não é isolado. A valorização dos imóveis em Goiânia alcançou um nível histórico ao longo do ano passado ao atingir 18,86%, segundo pesquisa de preços de apartamentos do Departamento de Prospecção e Análise do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Goiás (Creci), divulgada ontem. Segundo o presidente do Creci de Goiás, Oscar Hugo Monteiro Guimarães, embora não haja registros, a última grande valorização nesses patamares ocorreu na década de 1980.
Entre 2010 e 2011, a valorização média havia sido de 11,26% e o preço médio era de R$ 3.299,03. Em dezembro de 2012, o valor subiu para R$ 3.921,14. Seguindo a média, o investidor que comprou um apartamento por R$ 200 mil no final de 2011 obteve de lucro R$ 37,7 mil em um ano.
Bom investimento
“Tivemos surpresas que mostraram que o mercado imobiliário ainda é uma boa opção para investimentos”, diz Guimarães. Segundo ele os dados mostram que o mercado evoluiu bastante e continua sendo o grande responsável por investimentos e por sua manutenção.
A valorização do imóvel de Fernandes alcançou 48% em três anos e foi beneficiada pelo desenvolvimento da região. “Em poucos anos apareceram supermercados, restaurantes, academias, locais para lazer e melhorias no trânsito”, diz ela.
A pesquisa apontou para 164 empreendimentos em Goiânia, totalizando 27.524 unidades das quais 7.074 disponíveis para a venda atualmente, a maioria delas de três quartos (2.899) e na região sul da capital (2.561).
Diante do crescimento, o presidente do conselho descarta a possibilidade de início de uma “bolha econômica” e reforça que se não forem lançados novos empreendimentos haverá falta de imóveis no mercado e, como consequência, pode haver uma valorização ainda maior, considerando níveis crescentes de demanda. “Até 2006 tínhamos uma média histórica de seis mil unidades vendidas por ano. Subiu para sete mil em 2008 e atualmente a média gira em torno de 12 mil a 14 mil”, informa Guimarães.
Região norte da capital é valorizada
Embora o metro quadrado mais caro seja o da região sul (R$ 4.402), ano passado houve uma mudança no perfil de valorização dos imóveis no norte de Goiânia. Setores localizados na região ganharam empreendimentos e, pela primeira vez, ultrapassaram, em valor médio, o preço dos imóveis localizados na região oeste da capital, segundo o presidente do Creci Goiás.
Enquanto os da região oeste têm preço médio de R$ 2.614,65, os da norte custam R$ 2.876,86. Estes imóveis, no entanto, ainda são mais baratos que nas regiões sudoeste (R$ 3.075,86) e Campinas/Centro (R$ 3.119,53). A região que concentra imóveis com preço mais em conta, na capital, é a noroeste (R$ 2.542,36).
O setor mais valorizado ainda é o Marista, onde o metro quadrado custa R$ 4.965. O setor é seguido pelo Jardim Goiás (R$ 4.697), Oeste (R$ 4.665), Bueno (R$ 4.605), Leste Universitário (R$ 4.540). Setores como Nunes de Morais (R$ 2.134), Parque Oeste (R$ 2.379), Eldorado (R$ 2.540) e Ipiranga (R$ 2.542) têm o metro quadrado com menor preço em Goiânia.
Além de demonstrar a relação entre a oferta e o preço de imóveis, o resultado, apontado na pesquisa do Creci-GO, mostra a existência de dois nichos de mercado: os imóveis singles, voltados para atender à crescente demanda de pessoas que moram sozinhas ou que vêm a trabalho para a capital; e as famílias que estão comprando seu segundo imóvel.
O valor médio do metro quadrado, entre os empreendimentos verificados, chegou a R$ 3.921,14. Os de quatro quartos, mais caros, têm preço médio de R$ 5.057,90 o metro quadrado. Na sequência, aparecem as unidades de um quarto. Elas custam mais que as de dois e três quartos.
Fonte: Jornal O Hoje