Projeto propõe a venda de terrenos próximos à Prefeitura de Goiânia

11:31 2 Comments A+ a-


PLC prevê construção de empreendimentos residenciais e comerciais. Prefeitura espera arrecadar R$ 300 milhões com a venda dos imóveis.

A Prefeitura de Goiânia enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei complementar que propõe a venda de terrenos próximos à prefeitura. São 33 áreas, principalmente na região do Parque Lozandes, onde fica o Paço Municipal. A proposta prevê a desafetação e o adensamento das áreas. O que na prática é a autorização para que a prefeitura venda essas áreas para que sejam construídos empreendimentos residenciais e comerciais.

O secretário de Planejamento Municipal, Roberto Elias, afirma que foram feitos estudos e que as áreas não vão fazer falta ao município. Segundo ele, a prefeitura pretende arrecadar com a venda R$ 300 milhões. “Esse dinheiro seria usado para a conclusão das obras do Paço Municipal e para a implantação do Parque Jardim Botânico do Cerrado”, afirma.

O projeto nem bem chegou às mãos dos vereadores e já está causando polêmica. O vereador Elias Vaz considera a proposta absurda. Ele afirma que ela vai contra o plano diretor de Goiânia, criado para organizar o crescimento da cidade. O vereador questiona o argumento de que as áreas não seriam necessárias para o serviço público.

“Hoje nós já temos problemas em algumas regiões de Goiânia, que às vezes é preciso construir determinados equipamentos públicos, como por exemplo, escola municipal de educação infantil (Cmei), e a dificuldade é justamente porque não tem área. A prefeitura já vendeu ou já doou a área”, observa Elias Vaz.

Um dos argumentos contrários à venda das áreas públicas é o trânsito. Com a ocupação do espaço por prédios residenciais e comerciais, a previsão é de que o fluxo de veículos aumente muito para o lado leste da cidade, piorando ainda mais o trânsito.

Para atravessar a BR-153 em direção às áreas que poderão vir a ser vendidas, são três caminhos principais: o viaduto próximo ao Estádio Serra Dourada, o da Avenida Jamel Cecílio, que dá acesso à GO-020, e o que atravessa a rodovia perto do Jardim Botânico.

A prefeitura diz que tem projetos para desafogar o trânsito, mas quem transita ou mora em áreas próximas ao Paço se preocupa com o agravamento do tráfego de veículos, que já é intenso.

“Vai dar tráfego, principalmente na hora do pico. Vai haver muita movimentação”, diz a estudante Daiane Gonçalves de Oliveira.

O representante comercial Edilson Cardoso Ferreira lembra que o Paço Municipal já foi deslocado do centro para essa região para isolá-lo do movimento. “Acredito que atrapalhará sim”, afirma.

Urbanistas

Urbanistas de Goiânia também estão preocupados com venda do terreno ao lado do Paço Municipal. Um deles é o arquiteto, urbanista e professor, Aluízio Antunes Barreira. Para ele, o acesso para esse lado da cidade ainda é muito incipiente. “Nós necessitávamos de mais ligações entre a BR e os bairros para poder facilitar essa ocupação”, pontua.

O arquiteto comenta que quando é feito o planejamento da cidade já são previstas as áreas para os equipamentos públicos [escolas, creches, hospitais, postos de saúde, esporte, lazer, dentre outros]. “Mesmo que a prefeitura não tenha condições de construir agora, no futuro essas áreas vão fazer falta, exatamente no momento em que a cidade já terá crescido para esse lado”, adverte.

“Nós sentimos que o fluxo do trânsito de vários bairros de Goiânia passaram a usar a BR-153 intensamente. Esse anel viário deveria chegar próximo para que realmente ela [BR-153] se transformasse numa via eminentemente urbana. O que ocorre hoje é que nós temos o trânsito local e o trânsito da rodovia misturados. Essa prática tem resultado em vários acidentes. Sem o anel viário, ou qualquer via que venha a substituí-lo, é muito difícil para que os veículos de grande porte saiam da cidade. A implantação da infraestrutura deve vir sempre antes, para que não houvesse os transtornos que a população sente ao longo do tempo. Toda vez que se faz uma obra depois que a área está adensada, o transtorno é maior e o índice de acidentes, muito mais grave”, explica o arquiteto e urbanista Aluízio Antunes Barreira.

Fonte: G1 Goiás
Foto: Juventino Neto

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Anônimo
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18 de novembro de 2011 às 15:11 delete

Abram os olhos Ministério Público e Poderes constitucionais. O Iris Rezende quase deu um quarterão para Belcar Veiculos na area mais valorizada de Goiânia, com essa conversa de vender, se não fosse uma intervenção do ilustre vereador Elias Vaz.
Procuradores de justiça, vamos acordar porque depois de assinarem as vendas aí já passou. Tudo tem que se fazer uma consulta popular.

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Anônimo
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18 de novembro de 2011 às 21:15 delete

Cuidado porque é último ano do PMDB na prefeitura de Goiânia, caciques e afins vão fazer um limpa e superfaturamento. De olho neles!

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