Proibir estacionar tem prós e contras
Só este ano, a Agência Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (AMT) proibiu estacionar em trechos de sete ruas e avenidas de Goiânia com o objetivo de facilitar a fluidez do trânsito. Ao todo, conforme levantamento feito pelo O HOJE, as mudanças envolvem cerca de 70 quadras da cidade. Levando em consideração a metragem média da quadra (150 m), as regras de trânsito e o tamanho de uma vaga (5 m), significa menos 1.960 possibilidades de se estacionar. Em contrapartida, no período, o trânsito ganhou mais 13.329 carros. A pergunta que fica é: proibir estacionar é suficiente para a tranquilidade no tráfego?
O aumento na quantidade dos veículos significa agravante para a já acirrada briga por espaço no trânsito. Além disso, a proibição de estacionar ao longo das vias implica em superlotação de carros e transtornos nas ruas próximas. No fim das contas, pode ficar “elas por elas”. A AMT vai realizar novas intervenções em outros pontos da cidade nos próximos meses. Não divulga data, nem local, mas, no geral, o presidente da agência, Miguel Tiago, diz que as mudanças têm tido efeito desejado.
Os técnicos da AMT produzem relatórios sobre a situação nos locais das intervenções. Miguel afirma que os documentos atestam a melhora e ele não dispensa o parecer da reportagem, que visitou os sete pontos que mudaram. À primeira vista, o tempo gasto para trafegar nos locais parece ter diminuído, pois houve aumento do espaço e maior distribuição de veículos ao longo da via. Comerciantes e moradores concordam. No entanto, não é preciso andar muito para notar que as consequências precisam ser levadas em conta, pois sinalizam novos problemas.
Os carros se distribuem em filas duplas e encontrar vaga em locais próximos à Rua 10, por exemplo, é questão de sorte. Jorge Dias da Silva, 65, mantém uma banca de frutas há 27 anos na Rua 10. Além de lidar com a diminuição significativa do faturamento diário, após a proibição, ele sofre com o aumento do movimento de carros na porta de casa.
Fonte: Jornal o Hoje