MP quer licença para Eixo Universitário

10:43 1 Comments A+ a-


Cejane Pupulin

Na terça-feira (8), o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, lançou a obra do Eixo Universitário, que liga a Rua 10, no Centro, à Praça da Bíblia, no Setor Universitário. No entanto, um dia depois, os problemas já começaram. O Ministério Público exigiu que os responsáveis tenham as licenças devidas para o prosseguimento da construção. O foco principal é a derrubada de 267 espécies de mongubas e guarirobas que ficavam no canteiro central da via. Por outro lado, a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) garante que a licença já foi emitida, pois as árvores estavam comprometidas. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 5 milhões na obra.

O promotor Juliano de Barros Araújo, da 15ª promotoria (Meio Ambiente), pede que a documentação seja enviada ao MP e exige a paralisação imediata da obra em caso de não haver as licenças. A assessoria de imprensa da Amma revela que o pedido de licença chegou ao órgão e já foi emitido. O órgão reitera que não se trata de retirada das espécies, mas substituição, pois outras 850 àrvores nativas do Cerrado e de grande porte serão plantadas no Eixo Universitário.

A assessoria conta que técnicos do órgão estiveram no local no sábado (5) e o laudo emitido constata a incapacidade de drenagem da atual galeria receptora da Avenida Universitária. Como será feita a construção de uma rede coletora com maior capacidade de vazão no canteiro central, as espécies de monguba – que possuem idade avançada, com aproximadamente 30 anos – não suportariam a intervenção devido ao comprometimento do sistema radicular. O órgão informa ainda que nos locais com fiação de distribuição de energia elétrica serão plantadas espécies de acordo com o Plano Diretor de Arborização (Pdau).

A construção da rede coletora visa impedir o alagamento da via no período chuvoso. Por isso, a Agência Municipal de Obras (Amob) fará a drenagem do terreno e a rede pluvial trocada – de canos de 60 para de 1.500 milímetros. De acordo com o presidente da Amob, Iram de Almeida Saraiva Júnior, essas obras custarão R$ 3 milhões. Sobre a retirada das árvores do Eixo Universitário, o presidente da Amma, Pedro Henrique Gonçalves Lira, explicou que para todas as intervenções foram feitos estudos de impactos ambientais.

Patrimônio
O MP também fez pedido ao Instituto Brasileiro do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan) sobre a existência de tombamento ou outra restrição ou proteção histórica às árvores da avenida. De acordo com Beatriz Otto de Santana, coordenadora técnica da Superintendência do órgão em Goiás, o único pedido do MP, até então, é de três semanas atrás e se tratava apenas da Praça Universitária. Beatriz relata que a praça não está sob proteção do Iphan, por não ser considerada um patrimônio.

Em relação ao Eixo Universitário, a coordenadora revela que o trecho que compreende a Rua 10 (Avenida Universitária) até a Rua 91 é tombado em relação ao traçado urbano pela ligação que tem com a Praça Cívica e os prédios construídos em Art Decò. Desta forma, o órgão público é impedido de trocar o logradouro ou cortar praças do trecho. “Lá é formado por duas laterais, um canteiro central e o leito de trafegabilidade, e são esses componentes que não podem deixar de existir. Do que sabemos, a reforma continua mantendo todos eles”, alega Beatriz.

Fonte: Jornal o Hoje

1 comentários:

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Anônimo
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10 de novembro de 2011 às 11:39 delete

É uma pena que a troca das árvores, está mudando muito a característica anterior. As grandes árvores que dão sombra confortável e de uma área considerável, estão sendo trocadas por coqueirinhos e outras especies de vegetação rala que tem apenas a função estética, retirando assim o conforto da sombra extensa de algumas arvores que ainda existem, mas se continuarem arrancando as frondosas e colocando arbustos...

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