Italianos podem fechar negócios com goianos
Mariza SantanaCom a Europa passando por uma crise financeira, os europeus estão em busca de oportunidades de negócios nos países emergentes, principalmente os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Desde o último dia 17, uma delegação de empresários italianos visita Goiás, visando firmar parcerias e fechar negócios. O grupo é formado por representantes de empresas das áreas de informática, móveis, alimentação, bebidas, energia, reciclagem, metalmecânica e construção.
Ontem, o grupo italiano participou de uma reunião de trabalho na sede da Federação das Indústrias (Fieg), onde conheceram em detalhes dados econômicos de Goiás e suas potencialidades. O gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fieg, Plínio Viana, apresentou-lhes as áreas mais promissoras do Estado: transporte, energia elétrica e de biomassa, mineração, agroindústria, exploração de lagos para criação de peixes, indústria química e farmacêutica, indústria de plástico e embalagem, indústria automotiva e software.
Segundo o trader de comércio exterior que lidera a delegação italiana, Rossano Bonanno, não é novidade que a Europa passa por uma crise financeira e por isso os empresários europeus buscam o Brasil, pelos seus atrativos econô- mmicos. Mas também contribuem os laços culturais que unem os dois países. No Brasil, eles procuram as regiões que apresentam maior potencial de crescimento e por isso a opção pelo Centro-Oeste.
Construção
“Desta vez, estamos interessados nas áreas de alimentação, informática, produção de móveis de qualidade e construção civil”, afirmou Bonanno. Segundo ele, no setor da construção civil as empresas italianas detêm um know how específico, capaz de erguer casas em tempo recorde, o que pode ser útil para o programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal. Ele ressaltou que, na Itália, há grande predominância das pequenas e médias empresas e são esses empresários que pretendem fazer parcerias com os goianos. A delegação italiana permanece em Goiás até próximo dia 29. Hoje eles se reúnem com representantes de sindicatos industriais e entidades do setor produtivo goiano, além de empresários locais, também na sede da Fieg.
O gerente do CIN da Fieg, Plínio Viana, lembra que o comércio exterior é um trabalho de longo prazo. Os empresários italianos demonstraram interesse em fechar negócios na distribuição de alimentos (embutidos) e de vinhos. Empresas da construção civil querem transferir tecnologia capaz de levantar casas no prazo de duas a três semanas, além da área da produção de móveis. Ele citou que uma empresa goiana, a Paulete Armários, já está produzindo móveis com design italiano, fruto de uma joint venture com uma empresa da Itália.
Este ano, a Fieg já recebeu uma delegação chinesa da província de Hebei e, mais recentemente, um grupo de empresários sul-coreanos. “Hoje isso (receber delegações estrangeiras) está se tornando uma constante na Federação. Amanhã deveremos receber um grupo de empresários de Cingapura”, afirmou Plínio.