Mesmo com crise, PIB de Goiás subiu 0,9% em 2009

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Mariza Santana

O ano de 2009 foi marcado pelos efeitos na economia da crise financeira mundial que eclodiu no fim de 2008. Naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 0,3% por causa da perda do dinamismo industrial e da redução dos fluxos do comércio interno. Mas em Goiás, a despeito das turbulências econômicas, o PIB registrou em 2009 taxa positiva de 0,9%. A riqueza produzida no Estado naquele ano atingiu R$ 85,615 bilhões, mantendo Goiás na posição de nona economia do País.

Os dados do PIB 2009 de Goiás foram divulgados ontem pela Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), responsável pelo estudo no Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Apesar de estarmos falando de números de um ano de crise, em que o País registrou a única taxa negativa do PIB desde 1995, nós podemos comemorar, pois Goiás teve índice de 0,9%, bem acima da taxa brasileira”, afirmou a superintendente de Estatística, Pesquisa e Informações Socioeconômicas (Sepin) da Segplan, Lillian Prado.

Segundo a superintendente, a despeito da crise houve um bom desempenho da agropecuária goiana, que cresceu 6,9%, principalmente por causa da agricultura, cuja expansão foi de 11,7%. Os preços agrícolas aumentaram no mercado internacional, por se tratar de alimentos. Ela destacou ainda o fato de o cultivo da cana de açúcar ter crescido 34,4% em 2009. Lillian disse que a produção da indústria de transformação goiana é muito voltada para o mercado interno e por isso foi menos afetada pela crise, que prejudicou bastante o desem­- pe­nho das exportações.

Indústria
Conforme a Segplan, a indústria registrou queda de 2,7% em 2009, sendo que a retração mais acentuada foi verificada no segmento de eletricidade e água (-15%), por causa da queda na geração de energia. A indústria extrativa mineral teve expansão de 7,8%, puxada pelo aumento da produção principalmente de cobre, níquel e fosfato. Já a indústria de transformação apresentou queda de 0,6%, enquanto a construção civil teve acréscimo de 1,1%.
O setor de serviços registrou crescimento de 1,3%, influenciado pela expansão do segmento de intermediação financeira, seguros e previdência (9,9%), que foi estimulado pelo aumento da oferta de crédito. Serviços domésticos tiveram alta de 8,4%, devido à formalização da atividade. Mas o segmento do comércio e serviços de manutenção e reparação, que tem peso na economia goiana, sentiu os efeitos da crise e recuou 2%.

Lillian Prado lembrou que Goiás conquistou a nona posição entre as principais economias do País e tão importante como conquistar esse ponto é mantê-lo. Ela informou que em 2009 o Estado conseguiu subir uma posição no PIB per capita, que é a divisão do PIB pela população residente. Naquele ano o PIB per capita goiano atingiu o valor de R$ 14.447, colocando o Estado na 11ª posição no ranking nacional, contra o 12º lugar em 2008. “Essa é uma conquista interessante, pois o PIB per capita é usado mundialmente e reflete a qualidade de vida da população. A melhoria desse indicador é sempre positiva”, ressaltou. Mas o PIB per capita goiano ainda é inferior à média nacional, que ficou em R$ 16.918.

A superintendente da Segplan explicou que a defasagem de tempo na divulgação do PIB de Goiás se deve ao fato de ser um estudo laborioso, que depende do fechamento de diversas pesquisas do IBGE sobre a indústria, comércio e agropecuária. Além disso, é preciso que o PIB nacional seja consolidado antes de dividi-lo entre as Unidades da Federação. Ela acrescentou que o Estado tem dois recordes para comemorar. O primeiro é que nunca se agregou tanto valor à economia goiana como em 2009, que foi de R$ 10,344 bilhões. O outro é a participação do PIB goiano no PIB nacional, que passou de 2,48% em 2008 para 2,64% no ano seguinte.

Sobre as perspectivas para 2010, Lillian ponderou que se sabe de antemão que foi um ano positivo, por isso a estimativa é que o Produto Interno Bruto de Goiás para o próximo ano deve apresentar bons resultados. Ela confirmou ser possível Goiás atingir a meta de R$ 100 bilhões em valor do PIB em 2012, desafio lançado pelo governador Marconi Perillo. “Nossas previsões para 2009 consideravam um PIB de R$ 77 bilhões, porque sabíamos desse ano de crise, e chegamos a quase R$ 86 bilhões. Para chegar aos R$ 100 bilhões em 2012, acho que é uma meta facilmente de ser alcançada”, afirmou.

Fonte: Jornal o Hoje