Em dezembro, 17º Goiânia Noise será no Sol Music Hall
Raisa Ramos
Todo bom goianiense que se preze, quando novembro se aproxima, fica ansioso em saber quais são as grandes atrações de um dos maiores festivais de música independente do País, o Goiânia Noise, que este ano chega a sua 17ª edição. Desta vez, a ansiedade do público é ainda maior, porque, pela primeira vez, o evento é organizado sem a pitaco de Fabrício Nobre, que, em abril deste ano, saiu da Monstro Discos para se dedicar ao seu novo projeto, a Construtora Música e Cultura. O resultado prático disso: um festival mais enxuto, com apenas dois dias de programação, concentrado em uma única coisa: música de qualidade. Mas não é apenas essa a novidade. O Noise, como é carinhosamente chamado pelo público fiel, será realizado no primeiro fim de semana de dezembro, nos dias 2 e 3. Além disso, o local também mudou: será no Sol Music Hall, no clube Jaó.
Antes de atirarem pedra, Leo Razuk, um dos organizadores, explica: "Tínhamos agendado no [Centro Cultural] Oscar Niemeyer, mas recebemos um comunicado do [Nasr] Chaul [gestor do local], na semana passada, falando que as reformas não ficarão prontas a tempo". Com a bomba na mão, o trio responsável pelo evento - Razuk, Leo Bigode e Márcio Jr. - tiveram que correr contra o tempo e atrás de um novo lugar para abrigar o festival grandioso. Eles pensaram, pensaram e pensaram mais um pouco até escolherem o Sol Music Hall como substituto. "É diferente, mas vai ser legal. Fizemos algumas visitas e constatamos que é a melhor opção", diz Razuk. Mas e o Martim Cererê, que é o lugar mais procurado quando o assunto é festival de música independente? Antes mesmo de ser questionado sobre isso, o sócio da Monstro continua: "Não queríamos o Cererê porque acreditamos que o Noise é maior do que o lugar pode oferecer. Buscamos um local grande, que desse conforto e qualidade, por isso escolhemos o Sol".
Confirmações
Há algumas semanas, os amantes do rock ficaram extasiados com uma notícia boa: o festival estava negociando trazer a Sofly, banda de Max Cavalera, para Goiânia. Como quem conta um conto aumenta um ponto, logo já se escutava "Você viu? Sofly está confirmado no line-up do Noise!". Mas não estava. Márcio Jr. esclarece as coisas: "Os boatos ficaram muito fortes, mas nunca chegamos a confirmar. Não deu certo de trazer a banda". Pois é, não vai ser dessa vez que os goianienses vão ver o grupo de metal. Para compensar, a Monstro confirmou em seu Twitter oficial alguns nomes de peso, garantidíssimos na programação: o pernambucano Siba, a lenda viva da black music Gerson King Combo e os rappers estadunidenses do Delinquent Habits.
Em conversa com A Redação, Leo Razuk divulgou outros nomes que ainda não foram jogados nas redes sociais: o conhecido Raimundos, o pesado Claustrofobia e o catarinense Cassim & Barbária. "Este ano, buscamos colocar na programação bandas diferentes, bandas que gostaríamos de ver tocar. Nas últimas edições, o Noise se desvirtuou um pouco da música, mas voltamos a focar nos grupos", comenta Razuk. Ele ainda atiça a curisidade do público: "Nossa programação vai ser diversa, com bandas diferentes, algumas consagradas, outras novas, algumas apostas... O Noise sempre foi uma vitrine, sempre pautou outros festivais. Queremos resgatar isso".
Preços
A organização ainda não sabe dizer quanto os ingressos vão custar. Por conta da mudança de lugar, outros gastos devem ser levado em consideração, como o aluguel do local, por isso essa questão ainda está indefinida. Outro agravante é o patrocínio, escasso este ano, feito apenas pela Petrobrás e pela Lei Municipal de Cultura. Como Márcio Jr. trabalha atualmente na Agepel, o festival não pode participar da seleção para a Lei Goyazes. "O maior patrocinador do evento, na verdade, é o público. Procuramos estabelecer um preço honesto, mas que, ao mesmo tempo, dê para cobrir os gastos. A verba da Petrobrás, por exemplo, é de R$ 250 mil, mas o festival custa o dobro disso", conta Razuk.
Fonte: A Redação