Para Marconi, retomada das obras no Aeroporto de Goiânia é melhor notícia do ano
A notícia foi transmitida ao governador pelo ministro do TCU, Raimundo Carreiro, responsável pela análise das contas do contrato entre a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e o Consórcio Odebrecht/Via Engenharia, responsável pelas obras. A audiência entre Marconi e o ministro durou cerca de vinte minutos. “Não vou precisar a data exata da retomada das obras, mas posso garantir que é uma questão de dias”, declarou o ministro.
Todos os trâmites burocráticos para a assinatura do acordo entre a Infraero e o Consórcio, segundo o ministro, estão na fase final. “Não há mais nenhuma pendência para que esse acordo seja assinado o mais rapidamente possível e as obras recomecem imediatamente”, salientou Raimundo Carreiro.
O governador Marconi Perillo comemorou o anúncio, lembrando que tem se dedicado ao assunto desde que as obras foram embargadas pelo TCU, há quase cinco anos. “Devo ter visitado o TCU, a Infraero e o Ministério da Defesa pelos menos umas 30 vezes desde à época em que era senador, na busca de uma solução para este problema”, recordou Marconi.
Os contatos de Marconi com os órgãos responsáveis pela busca de uma solução para a retomada das obras foram intensificados a partir de janeiro, quando assumiu o governo do Estado. No primeiro mês da administração, o governador reuniu-se com o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, a quem pediu agilidade no processo.
Providências idênticas ele tomou no Tribunal de Contas da União. “Nós nos empenhamos para que todas as providências necessárias fossem tomadas de forma mais rápida. Goiânia e o Estado de Goiás esperaram muitos anos. Foi uma grande vitória conseguir, em menos de um ano, que os entraves fossem superados e que as obras possam ser reiniciadas brevemente. Estou muito feliz com esta notícia que o ministro Raimundo Carreiro acaba de me transmitir”, declarou o governador, agradecendo o esforço da sociedade goiana e de todos os agentes políticos neste sentido, especialmente a bancada federal de Goiás.
Histórico
Assim que assumiu o governo, em janeiro, Marconi Perillo não deu descanso às autoridades do governo federal, em Brasília, na busca de destravar a paralisação da obras do novo Aeroporto Santa Genoveva. No início de fevereiro deste ano teve reunião com o presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, para cobrar informações sobre o processo de retomada das obras do aeroporto, paralisadas devido a problemas na justiça. Também durante todo seu mandato como senador, Marconi investiu em ações para a retomada da obra, interrompida em 2007 quando o TCU constatou irregularidades e recomendou a paralisação ao governo federal.
Em fevereiro, Marconi foi informado pelo TCU de que, desde 2007, o Tribunal aguardava informações da Infraero sobre irregularidades apontadas nos relatórios, desde o processo de licitação até sobrepreço na execução das obras. A intervenção provocou um impasse entre o TCU e o consórcio de empresas responsável pelas obras.
O TCU buscava um acordo entre o consórcio de empresas e a Infraero. Foi proposta a realização de um termo de ajustamento de conduta, que obrigava a uma série de alterações contratuais por parte das empresas. O ministro da Defesa à época, Nelson Jobim, informou que estava antecipando o calendário de ajuste no qual propunha que as empresas aceitassem a perícia feita nas obras do aeroporto de Goiânia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas. A perícia serviu de base para solucionar a demanda judicial existente entre a Infraero e o consórcio construtor, sanando as pendências existentes entre a empresa e o TCU.
As obras no Santa Genoveva foram contratadas para começar em março de 2005 e programadas para terminar em março de 2008. Em abril de 2007, elas foram paralisadas pelo consórcio Odebrecht/Via Engenharia, que alegou para isso desequilíbrio contratual, após o Tribunal de Contas da União constatar indícios de superfaturamento. Desde então, obras da pista de taxiamento das aeronaves, terminal de passageiros e de carga, além de outras de infraestrutura, foram abandonadas.
Estrutura
O novo terminal terá uma área de 27.160 metros quadrados, quase cinco vezes maior do que o atual, de 6,2 mil metros quadrados. Vai atender até 1 milhão 800 mil passageiros por ano. O edifício principal será totalmente climatizado, com sistema geral de infraestrutura para prédios inteligentes, galeria, escadas rolantes, elavadores panorâmicos e quatro pontes de embarque.
Terá quatro níveis principais: um subsolo, com 4.120 metros quadrados (área de serviço); térreo, com 12.270 metros quadrados (check-in e área de embarque); intermediário, com 1.600 metros quadrados (galeria técnica); superior, com 9.170 metros quadrados (praça de alimentação, lojas, embarque).
No subsolo do prédio serão instalados subestação elétrica, central de ar condicionado, depósitos e sistemas de infraestrutura. No térreo ficarão o check-in, com 29 balcões de atendimento, balcões de venda e reserva de passagens, saguão, desembarque e lojas comerciais e de atendimento ao turismo. O térreo terá ainda uma sala de desembarque doméstico, com 1.384,35 metros quadrados, além de duas salas para administração da Infraero e para o Centro de Operações e afins.
Fonte: Diário da Manhã