Verticalização volta a Campinas
No ano em que Campinas completa 201º aniversário de fundação, comemorado ontem, o bairro recebe, depois de 30 anos, um empreendimento vertical, com duas torres de 26 andares cada, que já se tornou um "case" de sucesso de vendas. Das 368 unidades em construção e que serão entregues daqui a três anos, 302 foram vendidas em menos de 40 dias, o que retrata a carência de imóveis, sobretudo verticais, para moradia na região. No bairro existe apenas um prédio, com mais de dez andares, o edifício Everest, construído pela Encol.
A verticalização de Campinas acontece agora graças à revisão do Plano Diretor de Goiânia, feita em 2008, que permitiu a construção de prédios em diversos bairros, e desconcentrou essas obras de setores tradicionais.
Além de Campinas, outros bairros, até então desconhecidos, como Vila Maria e Flórida se transformaram em nichos de mercados para as empresas e para os compradores, ao receberem lançamentos em maio último. Os imóveis lançados nesses bairros foram os campeões de vendas no mês.
Lançamentos
Em maio, foram lançados em Goiânia seis empreendimentos com 907 unidades. As vendas totalizaram 1.099 apartamentos, dos quais 55% foram de dois quartos e 35% de três dormitórios. É o que mostra a pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-GO), feita pela Grupom Pesquisa de Mercados.
Das 1.099 unidades habitacionais no estilo vertical, vendidas em maio último, 277 estão sendo erguidas em Campinas, 83 na Vila Maria e 48 no Bairro Flórida (veja quadro). "São novos nichos de mercados que as construtoras estão descobrindo, em função do Plano Diretor de Goiânia, e que estão ajudando a puxar para baixo o preço médio dos imóveis novos na capital", justifica o presidente da Ademi-GO, Ilézio Inácio Ferreira.
Em maio, o preço médio das unidades vendidas ficou em R$ 122,8 mil, contra R$ 239,3 mil, de abril passado, e de R$ 231,2 mil registrados há um ano, conforme a pesquisa Ademi/Grupom.
Sucesso
Em maio último, a Remo Incorporadora e a Engel Engenharia lançaram o empreendimento Solar Campinas, que está sendo construído na Avenida Sergipe, em Campinas. Apenas em maio foram comercializadas 277 das 368 unidades disponíveis. O diretor da incorporadora, Edmar Rezende de Morais, conta que, antes do lançamento do empreendimento, foi feita uma pesquisa de mercado que mostrou que o empreendimento seria um sucesso de vendas. "E está sendo", comemora o empresário.
Em Campinas, segundo ele, existe há uma grande demanda reprimida por imóveis verticais para moradia, e não há como construir prédios por causa da limitação do Plano Diretor de Goiânia. Apenas quatro avenidas - que são corredores de ônibus - podem receber empreendimentos verticais. São elas: Anhanguera, 24 de Outubro, Castelo Branco e agora a Sergipe. Mas na maioria dessas vias ainda existem alguns limitadores: o tamanho dos lotes, que é pequeno e estão ocupados por casas, e os preços, que são muito elevados.
Por isso, é que o comerciante Ricardo Barros e Silva aproveitou a oferta de apartamento em Campinas e adquiriu duas unidades. Uma para morar e a outra para investimento. "Minha empresa está localizada em Campinas e sempre sonhei morar próximo ao trabalho, para evitar o estresse do trânsito, mas até agora não havia oferta de habitação. Agora posso realizar o sonho com esse empreendimento imobiliário", declarou.
Este ano, as empresas lançaram 5.408 unidades habitacionais, número inferior ao total vendido: 6.467. A vantagem para os compradores é que ainda existem 12.715 unidades disponíveis em estoques, em função de saldo de lançamentos de anos anteriores. O número de unidades comercializadas de janeiro a maio representa 75% do total vendido em 2010 (10.512). Diante dessa dinâmica do mercado, o presidente da Ademi-GO estima que serão vendidos, até dezembro, ao todo 14.400 apartamentos em Goiânia e Aparecida de Goiânia, um recorde.
Fonte: Jornal O Popular