Goiânia altera panorama da região Região Metropolitana
Conforme a capital foi se consolidando, ao longo das décadas, a rotina das cidades ao redor também foi sendo modificada. Uma cidade que serve de referência é Aparecida de Goiânia, cuja povoação foi iniciada no princípio da década de 1920. Os reflexos da capital foram sentidos na vizinha principalmente nos anos 1970. Dos mirrados 7.740 habitantes em 1970, a população passou para 178.320 em 1991 e para 455.657 pessoas em 2010, levando-a ao posto de 2ª maior população do Estado.
A proximidade fez com que Aparecida ficasse ligada umbilicalmente com a capital. Hoje não é mais possível separá-las e há até mesmo indefinições quanto aos limites geográficos. O movimento de ligação física com outras cidades logo chegaria a Trindade, Goianira e Senador Canedo nas últimas décadas.
Estar tão perto da capital, muitas vezes, não é saudável para as cidades vizinhas. Um dos aspectos mais diretos, do ponto de vista negativo, é a perda da identidade. Em Trindade, por exemplo, há uma separação entre os bairros mais próximos da capital (chamados de Trindade 2) e do centro histórico (Trindade 1). "O pessoal mais perto de Goiânia não se considera como trindadense", explica o estudante de Geografia Wilker Lopes Vieira, de 21 anos, morador da área central da cidade desde bebê.
O irmão de Wilker, Warley Lopes Vieira, de 32 anos, lembra que, no caso do centro histórico, Trindade sempre teve uma identidade própria, até por ser uma cidade muito mais antiga do que a capital e pela conotação religiosa. A cidade nasceu na década de 1840, em torno de um medalhão encontrado por um casal de agricultores e que deu origem à tradição do Divino Pai Eterno.
Mas a independência, na opinião dos irmãos Lopes Vieira, vai parando nesse ponto da tradição cultural/histórico/religiosa. Nos demais, eles consideram que Trindade é muito dependente de Goiânia. Eles listam os aspectos: emprego, saúde, educação e lazer .
"A indústria de confecção aqui já foi muito forte, hoje está um pouco abalada. Funcionam muitas facções que acabam empregando poucas pessoas. Então, a maioria dos empregos é na capital", argumenta o irmão mais velho, Warley.
Wilker, que faz faculdade fora de sua cidade natal pela falta de oferta de cursos superiores, lembra que o grande fluxo de pessoas que se deslocam todos os dias para Goiânia acaba gerando um problema de transporte coletivo.
Fonte: Jornal O Popular