Marconi: Celg já fez sua parte
Marina DutraDepois de enumerar os avanços do governo nos primeiros 180 dias, o governador Marconi Perillo lamentou ontem a persistência do impasse que tem adiado o acordo para superação da crise enfrentada pela Celg, manifestando a esperança de que a solução decorra de decisões técnicas e não políticas.
Ao ser questionado sobre quais os maiores desafios do governo, Marconi não relutou em afirmar que as maiores metas ainda são o reajuste fiscal, a pressão salarial dos servidores, a crise na Iquego e, colocando como o quarto obstáculo, a recuperação financeira da Celg.
Ele deixou a entender que forças desconhecidas podem estar atuando para que o acordo com o governo federal não seja finalizado. “Eu conversei com muitas pessoas, tanto na Eletrobrás como no Ministério de Minas e Energia. Percebo boa vontade do governo federal, mas muitas vezes, por trás de uma boa vontade, às vezes, há uma determinação para que as coisas não andem. Eu não tenho prova de nada. Não posso acusar ninguém. Tenho sido bem tratado pelo governo federal, mas acho que essa questão da Celg já deveria ter sido resolvida há mais tempo”.
Marconi ressaltou ainda que “a bola está nos pés do governo federal” desde janeiro, quando ele e sua equipe elaboraram o plano de recuperação da empresa. “Temos estado abertos a uma negociação com o governo federal e esperamos que ele tenha uma boa vontade efetiva e definitiva para que o assunto seja resolvido.”
Testando a base
O governador criticou, de forma velada, a votação apertada (16 votos a 12) da matéria. “Nossa bancada tem quase 30 deputados, mas na hora do voto, 16 estiveram conosco. Eu agradeço a eles”, disse.
O tucano considerou a votação de quarta-feira como um “grande teste” da base governista. “Essa votação foi sem dúvida um grande teste da nossa base e eu resolvi bancar, juntamente com o líder do governo, deputado Helder Valin, para que os deputados pudessem se manifestar contra ou a favor.”
“Preferimos fazer a votação em primeiro turno, até mesmo para confirmar o apoio que teríamos da bancada governista. Daqui pra frente, a votação será retomada no mês de agosto e, enquanto isso, nós retornaremos a discussão harmônica com o tribunal”.
O governador frisou que foi procurado pelo TJ e que o acordo foi de que as negociações continuassem antes do projeto ser submetido à segunda votação . Disse que a relação entre eles não está desgastada.
Fonte: Jornal O Hoje