Novo Eixo custará R$ 1,5 bilhão
Trinta e cinco anos após ter sido criado, o Eixo Anhanguera está prestes a ser submetido a sua maior e mais drástica remodelação, em seus próximos três anos. Há chances dos seus 90 ônibus serem substituídos por 72 trens, divididos em 24 composições. É o metrô de superfície, ou simplesmente VLT (veículo leve sobre trilhos). O detalhe é que o custo da substituição está estimado, pelo comando da Metrobus, em cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 1,570 bilhão, em cotação média de julho).
O professor da PUC/GO Benjamim Jorge Rodrigues dos Santos, doutor em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), garante que a medida é boa, apesar de atrasada, e que a relação custo-benefício compensa, principalmente para o usuário, que terá um transporte “seguro, confortável, confiável e adaptado às suas necessidades individuais”. A questão protagonista, em um primeiro instante, é como viabilizar financeiramente estudos (técnico, jurídico e econômico), obras das linhas e das estações, operação e serviço de passageiros.
Considerando a féria diária em torno de R$ 300 mil, resultante da presença de aproximadamente 240 mil passageiros que utilizam os serviços ao longo dos 14 quilômetros do Eixão, o negócio levaria cerca de 14 anos para se pagar. Os especialistas advertem que o pote de ouro pode ser encontrado nas publicidades estáticas (estações) e móveis (áreas internas e externas das composições). Mas há de se realizar um arranjo institucional vantajoso à administração estatal e ao usuário (preço da passagem).
A saída, de acordo com o presidente da Metrobus, Carlos Maranhão, geólogo por formação, mas gestor público há 25 anos, é a Parceria Público Privada (PPA). Os percentuais ainda não estão definidos. Especula-se que a iniciativa privada fique com 75%. Esse e outros pontos devem ficar claros até novembro, quando fica pronto o estudo funcional, que está sendo realizado pela maior administradora de VLTs no mundo, a Veolia Transdev, que fatura anualmente com os seus 60 mil veículos cerca de 8 trilhões de euros.
ESTUDOS
A conta do trabalho, que será paga pela Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) – consórcio das cinco concessionárias exploradoras do serviço de transporte coletivo em Goiânia e 18 municípios da Região Metropolitana (Rápido Araguaia, HP, Viação Reunidas, Cootego e a estatal Metrobus) –, é de R$ 20 milhões e será diluída, caso realmente o projeto seja levado à frente, no edital de licitação. Por enquanto, a RMTC opta por não comentar o mérito do assunto.
Maranhão, mesmo aguardando a chegada dos novos ônibus no final de agosto (60 articulados, com capacidade para transportar 180 usuários, e 30 biarticulados, que transportam até 270 passageiros) – encomenda que custou à estatal cerca de R$ 92 milhões –, diz-se convicto da realização do projeto. Ele explica que a escolha da tecnologia está ancorada, basicamente, no público-alvo. Bem diferente, segundo Maranhão, dos 80 mil que lotam os ônibus no Eixo Norte-Sul.
O projeto do VLT ainda pode receber cerca de R$ 220 milhões da União, por intermédio do PAC da Mobilidade. No início deste ano, a Prefeitura de Goiânia entregou projeto ao Ministério das Cidades, solicitando R$ 430 milhões, dos quais R$ 210 milhões para o corredor de 17 quilômetros que ligará o Terminal Veiga Jardim ao Terminal dos Violeiros. O restante dos recursos será repassado ao Estado, para implantação do projeto do metrô de superfície.
Fonte: Jornal O Hoje
1 comentários:
Write comentáriosAcho que houve um excesso aí, quando se fala na maior administradora de VLT do mundo, a Veolia Transdev...
ReplyGanhar "8 TRI - LHÕES" de euros anualmente?
É quase que a economia dos Estados Unidos bruta...
Está erradíssimo isso...
Talvez seja "8 Bilhões" de euros.