Marconi alfineta Alcides na reinauguração de hospital em Santa Helena

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Em discurso dirigido a seu antecessor, tucano disse que Hurs não será “um novo Oscar Niemeyer”

A disputa política entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e seu antecessor, Alcides Rodrigues (PP), marcou a reinauguração do Hospital de Urgências de Santa Helena (Hugo), realizada ontem. Na solenidade, marcada pela ausência da prefeita do município, Raquel Rodrigues (PP), mulher de Alcides, o tucano disse que o HURS não seria “um novo Oscar Niemeyer”, referindo-se ao centro cultural que permaneceu fechado durante todo o governo Alcides Rodrigues.

A unidade, que custou R$ 24 milhões, já havia sido inaugurada no apagar das luzes do governo Alcides, mas permaneceu inativa por seis meses. A falta de profissionais de diferentes áreas, a necessidade de treinamento dos concursados, além da falta de aferição de alguns equipamentos e a necessidade de adaptações físicas foram apontados como empecilhos para o início das atividades.

Em discurso, o governador alfinetou ao agradecer primeiramente a ex-prefeitos do município e representantes de partidos aliados ao governo. Ao ignorar solenemente a prefeita, mesmo sem citar nomes, o tucano ressaltou o que julga as deficiências da última gestão.

“Não inaugurei, coloquei plaquinha e deixei fechado, não”, destacou o tucano, acrescentando a promessa de que vai priorizar conclusão de obras não só de seu próprio governo, mas também dos seus antecessores.

Ele argumentou ainda que o que vai gastar em oito meses para colocar o hospital em funcionamento é superior aos valores disponibilizados na parte física. “Construir é fácil, manter em funcionamento que é difícil”, disse, acrescentando que serão gastos mensalmente no hospital R$ 3,1 milhões.

Provocação
Aliados de Alcides provocaram os marconistas colocando faixas e cartazes nas vias próximas ao hospital e na entrada da cidade agradecendo o pepista pela obra.

Parte do material foi arrancado por assessores do governo antes do início do evento. Conterrâneos do pepista também circulavam pelas ruas com adesivos de agradecimento ao ex-governador colados nos vidros dos carros.

Terceirizações
Segundo o diretor-geral da Organização Social Pró-Saúde, que administra o HURS, Reginaldo Biffe, o hospital começa a atender com apenas metade da capacidade. São 123 leitos, sendo 20 Unidades de Terapia Intensiva. “No segundo mês, devemos estar operando com 75% da capacidade e ir aumentando gradativamente”, diz.

Com infraestrutura para cobrir 27 municípios da região e atender cerca de 500 mil pessoas, o HURS ficou inativo por seis meses. Aproximadamente 700 concursados permaneceram durante este tempo recebendo os salários sem exercer as atividades. Temerosos do hospital não ser reaberto, várias manifestações foram realizados pelos funcionários em Santa Helena de Goiás e em Goiânia.

A dificuldade do Estado administrar hospitais foi levantada pelo secretário estadual da saúde, Antônio Faleiros. Ele citou as terceirizações das unidades de saúde do Estado e negou que isso represente a privatização do sistema. Justificou que a máquina pública não possui agilidade para gerir o setor. “Não temos agilidade administrativa. Somos incompetentes, precisamos modernizar”, afirmou o secretário.

Fonte: Jornal O Popular