Inflação dos mais pobres de Goiânia é a maior do país

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Reajuste de 11,11% das passagens pesou no orçamento das famílias de menor renda em Goiânia.

A inflação em Goiânia foi mais perversa para a população de menor renda em junho. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede o custo de vida para as famílias com renda de até seis salários mínimos, subiu 0,60% na capital, o maior aumento do País.

O que mais pesou para essas famílias foi o reajuste de 11,11% no preço da passagem de ônibus. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação para as famílias com renda de até 40 salários, recuou 0,08% por causa da queda dos preços dos combustíveis e dos alimentos.

Custo
Em junho, o custo do transporte público, que tem um peso de quase 10% no cálculo do INPC, subiu 7% para o goianiense. Só o reajuste da passagem de ônibus, que havia subido em maio, ainda refletiu um aumento de 8,23% sobre o orçamento em junho.

"O peso da passagem de ônibus urbano é bem maior para a população de menor renda, que utiliza muito este serviço", explica a gerente de Pesquisa do IBGE, Irene Maria Machado.

Por outro lado, os preços dos combustíveis caíram, em média, 6,34% no mês passado. Por isso Irene explica que a inflação para as famílias de maior renda, que utilizam muito mais automóveis para o transporte diário, recuou no período.

Seca
Além dos combustíveis, os preços dos alimentos também ajudaram a segurar a inflação em junho. A gerente de Pesquisa do IBGE lembra que o fim do período chuvoso ajudou a reduzir os preços de produtos como hortaliças e verduras, que ficaram 3,4% mais baratas, e dos tubérculos, raízes e legumes, que caíram 4,03%.

O início de várias safras também contribuiu para a queda nos preços de produtos como o açúcar e derivados e as frutas, que custaram 8% menos. "Mesmo aqueles que subiram, aumentaram menos que nos meses anteriores",destaca a getente de Pesquisa do IBGE.

Já os gastos com vestuário pesaram no orçament o de praticamente todas as famílias goianienses no mês passado. Irene Machado explica que isso é resultado do reajuste no preço do algodão e da mudança de estação, com a entrada das novas coleções de outono-inverno. Os maiores reajustes ocorreram nos preços dos calçados e acessórios, de acordo com os números do levantamento do Istituto.

Acumulado
Apesar do recuo em junho, o IPCA de Goiânia ainda acumula reajuste de 7,19% nos últimos 12 meses, o segundo maior do País, atrás apenas de Curitiba, onde o custo de vida está 8,3% maior este ano. Alguns produtos ainda estão bem mais caros que em junho de 2010.

Açúcar
É o caso dos açúcares e derivados, que acumulam um reajuste de 25,7%, e dos combustíveis que, apesar dos recentes recuos de preços, ainda estão custando 23,5% mais que no mesmo período do ano passado. As carnes e peixes industrializados também estão 19,3% mais caras e os óleos custavam 17,1% mais em junho deste ano.

"Os preços de muitos produtos estão mais altos este ano por causa dos vários reajustes ocorridos no primeiro semestre, como ocorreu com alguns alimentos, os combustíveis e os gastos com educação", explica Irene.

Fonte: Jornal O Popular