Campininha das Flores chega hoje a 201 anos

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Lyniker Passos

Em algumas ruas, ainda é possível respirar ares do interior, com casais passeando calmamente pela calçada, cães latindo e vizinhos se cumprimentando. Campinas, o bairro que serviu de berço para a formação da capital, comemora hoje 201 anos, mas, ao longo do tempo, os moradores mais antigos presenciaram o pacato bairro se transformar em polo comercial, com trânsito turbulento e problemas de segurança.

As casas históricas deram lugar a cômodos comerciais ou residências modernas. Poucas tiveram a arquitetura preservada, como a do casal Vanderlan Fernandes, 74 anos, e Suzy Fernandes, 72. A casa foi construída no final do século 19. “Nossa casa possui pelo menos 115 anos”, disse Suzy. Moradores de Campinas desde que nasceram, os dois resolveram comprar o imóvel há cinco anos. “A primeira vez que vi a casa pensei em comprá-la”, conta Vanderlan.

Devido à insegurança, a arquitetura colonial da casa ganhou detalhes modernos. Grades de ferro e cercas elétricas foram instaladas em razão de receio de assaltos. “Não posso mais sentir seguro com as portas e janelas abertas. O comércio trouxe desenvolvimento, mas nos deixou sem liberdade”, opinou Valdemar.
Já Amanda Mendes Soares, 17, não recusa uma tarde de leitura na Biblioteca Municipal Cora Coralina, que fica na Avenida 24 de Outubro, uma das mais movimentadas. Ela passou a infância pelas ruas do bairro. “A maioria dos meus amigos está aqui.”

Amanda conta que preza pela tranquilidade, no entanto não vive sem a modernidade. “Sou muito caseira, mas o desenvolvimento é essencial.” Ela se queixa apenas do fato da biblioteca estar hoje em rua movimentada. Ela e a mãe Tereza Cristina Mendes homenageiam o bairro com a confecção de um bolo temático. “Essa é o quarto ano que fazemos o bolo.”

Fonte: Jornal o Hoje