Imóveis serão avaliados novamente para obras do Mutirama

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Valores iniciais para desapropriação, oferecidos pela Prefeitura, devem sofrer acréscimo com avaliação.

Depois de muita reclamação dos proprietários de imóveis que serão removidos para dar lugar ao estacionamento do novo Parque Mutirama, na região central da capital, o prefeito Paulo Garcia autorizou novas avaliações para efeito de desapropriação. A informação foi passada pelo secretário Extraordinário de Projetos Especiais, Leodante Cardoso, que assumiu recentemente a presidência de uma comissão formada para resolver tais pendências

A notícia pegou de surpresa as famílias que aguardam uma posição da Prefeitura. Várias delas decidiram fazer, por conta própria, uma nova avaliação, e pelos preços obtidos até agora já descobriram que, em média, a Prefeitura ofereceu remuneração 40% abaixo do valor de mercado. É o que diz Erlis Jesus, de 75 anos, há 69 morando e retirando sua renda do prédio localizado na confluência das Avenidas Araguaia e Contorno. "Por minha casa e duas salas comerciais construídas em 519 metros quadrados a Prefeitura ofereceu R$ 375 mil. Fiz uma avaliação que mostrou um valor de R$ 780 mil, por isso vou fazer outra para comparação". A família se informou que bem próximo, na Avenida Paranaíba, um terreno de 270 metros quadrados é avaliado em R$ 470 mil.

Proprietária de um pequeno edifício de dois andares na Avenida Contorno, Leandra Cristina Ribeiro também descobriu que seu imóvel vale mais do que o oferecido pela Prefeitura. O prédio, recém-reformado, abriga seu próprio lar e outros apartamentos alugados. "Eles me ofereceram R$ 503 mil, mas já fizemos duas avaliações que apontaram um valor aproximado de R$ 800 mil."

Leodante Cardoso explica que os 14 processos estão sendo analisados isoladamente. Desses, pelo menos sete vão passar por nova avaliação. Há casos mais complexos como a sauna Músculo Y Poder e a Academia do Pinheiro que, segundo a Prefeitura, une propriedade privada e invasão de área pública. A família garante que possui documentação dos terrenos mas a Prefeitura quer discutir melhor os argumentos. Ontem à tarde, houve nova rodada de negociação.

Outra pendência é o posto de combustível na esquina das Avenidas Araguaia e Contorno. "A empresa nos pediu uma área para permuta, mas não é tão simples porque tem a questão de uso do solo. Para esse tipo de empreendimento é preciso uma distância mínima de manancial, escolas e hospitais", explica Leodante.

Por outro lado, está definido que o Centro Espírita Luz e Vida vai permanecer na Avenida Contorno. Os administradores conseguiram fazer um paralelo com a capela de Nossa Senhora das Graças que resistiu à demolição da antiga Santa Casa, no lugar onde está hoje o Centro de Convenções. Até terça-feira, eles terão de apresentar à Prefeitura um projeto de adequação do prédio para, conforme Leodante, não comprometer a arquitetura do novo parque.

Se a questão das desapropriações não está resolvida, o mesmo não pode ser dito das obras. Operários e máquinas trabalham sem parar. Além de várias árvores arrancadas, parte dos imóveis que ocupavam a área do parque também foi removida. A fúria dos maquinários sobrou até mesmo para quem aguarda uma posição da Prefeitura. "Eles abalaram meu telhado. Não perguntaram nada, foram derrubando", contou Erlis.

Mais de 20 famílias também ficaram sem água depois de uma incursão mal elaborada dos operários. Leodante Cardoso espera solucionar as pendências num prazo máximo de dez dias.

Fonte: Jornal O Popular

1 comentários:

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Anônimo
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12 de julho de 2011 às 18:50 delete

Cuidado com o superfaturamento seu prefeito de Goiânia, o ilustre parlamentar Elias Vaz está de olho em vocês.

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