Anápolis completa 104 anos e se destaca por sua força econômica

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Cidade tem a 3ª maior arrecadação de impostos federais do Centro-Oeste.
Distrito Agroindustrial é uma das principais fontes de riqueza do município.

No próximo domingo (31) a cidade de Anápolis comemora 104 anos de fundação. O município, com 334.613 habitantes, fica a 54 quilômetros de Goiânia e está entre os mais desenvolvidos de Goiás. A sua principal fonte de riqueza está no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), criado na década de 1970. No primeiro ano, o Daia contava com apenas 3 empresas e hoje já contabiliza 130.

Quando o assunto é arrecadação pública, a cidade também se destaca. No ano de 2009 foram arrecadados R$ 82 milhões. Em impostos federais, só fica atrás de Brasília e Goiânia com mais de R$ 1,7 bilhão.

A economia forte é um dos principais fatores de atração de pessoas de outras regiões. O economista Paulo Ichii está entre eles. "Anápolis é a minha terra, eu não trocaria aqui por nada deste mundo", declara.

A consolidação do polo farmacêutico de Goiás, um dos maiores da América Latina, favorece o crescimento da economia do município. O Porto Seco, terminal privado de uso público, movimentou só no ano passado quase US$ 2 bilhões em mercadorias.

Entre as cidades do interior goiano com mais de 30 mil habitantes, Anápolis lidera o ranking de geração de emprego. Só o Daia oferece 12 mil vagas.Também é um lugar para quem está começando. Foi assim com a farmacêutica mineira Simone Oliveira, que deixou Belo Horizonte (MG) em busca de uma vaga de estágio e agora é uma das farmacêuticas de um laboratório.

"O reconhecimento do trabalho também é muito importante. Lá, eu não teria as mesmas oportunidades que tenho aqui, sem dúvida", afirma Simone.

Fonte: G1
Video Aqui

Metrobus apresenta modelo de ônibus da nova frota

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A Metrobus apresenta na próxima segunda-feira, dia 1º, às 10h, o resultado da consulta popular sobre a escolha da pintura da nova frota de ônibus, adquirida pela estatal. O presidente, Carlos Maranhão, vai apresentar também um ônibus modelo que estará em exposição no pátio da empresa. Três modelos de pintura estão sendo apresentados: azul, prata com detalhes de outras cores, e azul com detalhes verde e amarelo.

Os 90 veículos zero Mega-BRT (sigla inglesa para ônibus de trânsito rápido) são da marca volvo modelo 2011/2011 e 2011/2012. Os ônibus terão motor eletrônico, suspensão eletrônica, computador de bordo, monitor de TV e um sistema eletrônico de segurança que não permite o deslocamento do veículo com a porta aberta. Os ônibus articulados terão capacidade para 170 passageiros, com o limite máximo de 6 passageiros por metro quadrado. O espaço interno terá 45 assentos mais espaço exclusivo para uma cadeira de rodas.

Os biarticulados terão capacidade para 270 passageiros, também com o limite máximo de 6 passageiros por metro quadrado. O espaço interno terá 60 assentos mais e espaço para uma cadeira de rodas. O ônibus-modelo que será apresentado na segunda-feira é um articulado. A Metrobus fica na Rua Patriarca, nº 299, na Vila Regina, depois do Terminal Padre Pelágio.

Usuários do Eixo Anhanguera escolhem cores dos novos ônibus

A Metrobus Transporte Coletivo S/A realizou uma consulta popular para a escolha das cores dos 90 novos ônibus comprados pela empresa, que estarão circulando no Eixo Anhanguera dentro de 120 dias.

A consulta ocorreu em cinco terminais do Eixo. O instituto de pesquisa Epom – Pesquisa de Mercado será o responsável pela consulta.

A proposta, de acordo com o presidente da Metrobus, Carlos Maranhão, é fazer com que a população participe de todas as etapas de renovação da estrutura e do conceito do transporte coletivo administrado pela estatal. “A nossa prioridade é a qualidade no atendimento aos nossos clientes, a nossa prioridade é o cidadão”, completa.

Fonte: Goiás Agora
Foto: Wesley Sport quem fotografou o Fôlder(SkyscraperCity)

Delegação australiana de futebol vem a Goiânia

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Uma delegação composta por membros da Federação Australiana de Futebol chega a Goiânia na próxima quinta-feira, dia 4, para conhecer o Estádio Serra Dourada e o Centro de Treinamento do Goiás. O grupo deve visitar ainda os Centros de Treinamento do Atlético Clube Goianiense e Vila Nova.

A vinda da delegação da Austrália é o primeiro fruto do intenso trabalho do Governo de Goiás, por meio da GoiásTurismo em parceria com Agel e da Federação Goiana de Futebol, para que o Estado seja Centro de Treinamento de Seleções durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014.

Os australianos chegam às 8 horas e permanecem na capital até o meio-dia. Eles vão ser recepcionados pelo presidente da GoiásTurismo, Aparecido Sparapani; pelo presidente da Agel, José Roberto de Athayde, e pelo presidente da Federação Goiana de Futebol, André Pitta. A GoiásTurismo encaminhou à CBF uma lista com opções de locais no Estado que podem receber seleções para treinamento.

Fazem parte da lista: Caldas Novas, o Estádio Serra Dourada, o Centro de Treinamento do Goiás, o Centro de Treinamento do Vila Nova e o Centro de Treinamento do Atlético Goianiense. A delegação da Austrália solicitou visita ao Serra Dourada e ao Centro de Treinamento do Goiás.

Fonte: Goias Agora

Luiza Possi no Flamboyant In Concert

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Data: 30/08/2011
Local: Deck Parking Sul Piso 3 - Flamboyant
Fone: (62) 3546.2000
Site: www.flamboyant.com.br

Horário: 20h.

Show com:
- Luiza Possi

Valores:
- Setor 1 - A cada R$ 600,00 em compras, um ingresso limitado a dois convites por CPF.

- Setor 2 - A cada R$ 400,00 em compras, um ingresso limitado a dois convites por CPF.

- Setor 3 - cada R$ 200,00 em compras, um ingresso limitado a dois convites por CPF.

Release:
A cantora e compositora Luiza Possi é a próxima atração do Flamboyant In Concert com a turnê ?Bons Ventos Sempre Chegam?. Trata-se de uma apresentação inspirada no quinto álbum da cantora, produzido por Max Viana, e traz seis músicas de autoria da própria Luiza, cinco em parceria de Dudu Falcão, e uma inédita só dela.

*Ingressos:
- As cadeiras são numeradas e organizadas por setor, sendo os ingressos limitados e condicionados a trocas de notas fiscais com valores a partir de R$ 200. Importante observar o período vigente das notas fiscais para cada show, conforme regulamento no site http://www.flamboyant.com.br/novidades.php?cod=1481

Endereço: Av. Jamel Cecílio, nº 3.300
Jardim Goiás

Festival Bananada 2011

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Data: 28/08/2011
Local: Martim Cererê
Preço: É você que manda.
Site: www.quantovaleoshow.com

Horário: 14h.

12 horas de música onde você decide quando vai pagar, no sistema #QTOVALEOSHOW? De R$ 2,00 a R$ 100,00.

Shows com:
- Mugo
- Black Drawing Chalks
- Hellbenders
- Johnny Suxxx
- Space Monkeys
- Bang Bang Babies
- Dom Casamata
- Kamura
- Ultra Vespa
- Girlie Hell
- Grupo Sincrosone
- Banda Uó
- Gloom
- Diego e o Sindicato
- Barfly
- Folk Heart
- Solicitude
- River Breeze
- Trivoltz
- Black Queen

Release:
Se você não tem ou teve uma banda, provavelmente conhece alguém que está na luta, persistindo bravamente em algum projeto musical independente. Às vezes a gente curte tanto o som que pensa em dar uma força, mas não sabe muito bem o que fazer além de comparecer aos shows e incentivar a moçada.

Pensando em abrir novas possibilidades a esses gladiadores do rock, A Construtora Música e Cultura aposta em uma nova idéia. E essa aposta envolve não apenas as bandas, mas também o público, ou seja, você.

O que a gente quer saber é Quanto Vale o Show? Assim, de forma direta mesmo, bem rock n'roll. E quem vai responder isso é você, que pode opinar sobre o show e contribuir com um valor pago às bandas.

Aí vem outra pergunta direta: Como? Simples, votando em seu show favorito e pagando o valor que achar justo na saída. Você chega ao show, curte o som, aproveita a noite e, na saída, vota em sua banda favorita e dá uma nota para o show – uma nota de dinheiro: 2, 5, 10, 20, quem sabe 50, 100 reais!

Agora vem a parte mais interessante: são as bandas que levam as notas, literalmente. 80% do dinheiro arrecadado é dividido entre as bandas. O que vale então é a emoção, relação direta entre banda e público. Quanto mais fãs e amigos, mais votos e mais o cachê fica justo para as bandas.

Endereço: Rua 94 A, Q. 18 - Setor Sul.

Definida avenida por Onde começará a Ciclovia

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A primeira ciclovia de Goiânia, anunciada há poucos meses pela Prefeitura, está sendo discutida com vereadores e a ong Pedal Goiano. Hoje tiveram mais uma reunião na Agência Municipal de Obras - Amob para definir o trajeto da ciclovia e ficou definido que começará na Avenida Vera Cruz, no Jd. Guanabara.
Interessante o Pedal Goiano tirou uma foto do canteiro central dessa avenida com 15 ciclistas para mostrar a quantidade desse tipo de locomoção que caberá ali.

Só que no projeto não poderão ser retiradas as árvores e os canteiros gramados, pois não estão ali somente para enfeitar, como muitos pensam. Essa parte de terra é necessária pois não se pode impermeabilizar todo o solo - o que causaria desastres ambientais como alagamentos pela falta de escoamento da água da chuva.

Mesmo assim a ciclovia será muito bem vinda como alternativa para diminuir quantidade de carros nas ruas, diminuir o tempo para se chegar ao trabalho, escola e ainda como opção saudável para melhoria do condicionamento físico dos goianienses.

Como eu não aprendi a pedalar, vou ficando com aquelas da academia mesmo que não enfrentam congestionamentos e nem os perigos do trânsito, mas para quem gosta, é com alegria que damos a notícia.

Fonte: Blog Avenida Goiânia

Programa da Pref. de Goiânia na segurança vira modelo para o país

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A Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki visitou nesta quinta-feira (28) a Escola Municipal Leonísia Naves de Almeida. Ela conheceu o Programa Goiânia Mais Segura, implantado pela Prefeitura no último dia 18, no Setor Finsocial.

O Secretário de Defesa Social, Alen Viana, disse à repórter Nathália Lima para a RÁDIO 730, que ainda é um projeto-piloto, e que segue até o dia 3 de setembro, com 120 guardas municipais atuando. Segundo ele, o objetivo do Programa é integrar os diversos órgãos da Segurança Pública do Estado e da sociedade civil organizada, num conjunto de ações para enfrentar a violência e as drogas.

“Vamos fazer este experimento de tirar a Guarda de trás dos muros e ir para dentro da cidade, nas ruas e praças. Temos um contingente de 1.800 Guardas só para a região do Finsocial, colocando-os nas rondas ostensivas, no patrulhamento a pé e com as viaturas, para que a cidade conheça a Guarda e ela possa somar forças com a PM e a Polícia Civil”, destaca.

Para Regina Miki, a maior qualidade do Programa é a integração, que garante maior segurança a sociedade. “É trazer a tranquilidade, a dignidade, e a paz que o povo tanto quer. A integração é fundamental no novo paradigma de segurança que temos neste país”, aponta.

De acordo com a Secretária Nacional de Segurança Pública, a violência deverá ser combatida em diversas frentes, da prevenção à repressão.

Fonte: Portal 730

"Não vamos desperdiçar dinheiro", garante Marconi Perillo

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O governo de Goiás entregou 1.181 cheques moradia a famílias de 43 municípios goianos, e liberou quase R$ 3 milhões para financiar a construção das casas. Os terrenos foram doados pelas prefeituras.

O Governador Marconi Perillo explicou que a Prefeitura colaborará com o terreno, o governo ficará com a construção em parceria com a Caixa Econômica, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Programa Minha Casa Minha Vida.

O Governador Marconi Perillo destacou a importância social do cheque moradia. “Estamos a partir de hoje beneficiando quase 1.200 famílias com a sua casa própria, além de inúmeras entidades através do cheque comunitário.

De acordo com o Governador, o programa goiano é modelo para outros estados e em alguns Estados como a Paraíba, Pará e Tocantins o Programa tem o mesmo sucesso que há em Goiás.

Apesar de retomar o chegue moradia o governador destacou que o chegue moradia para reformas continua suspenso.

“Tivemos alguns problemas em relação à má utilização do cheque moradia para reforma nos últimos anos, e não vamos em hipótese alguma desperdiçar dinheiro público”, completa.

Fonte: Portal 730

Instalação do Módulo Operacional do Aeroporto de Goiânia em estágio avançado

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As obras de instalação do Módulo Operacional (MOP) do Aeroporto de Goiânia/Santa Genoveva (GO) estão em estágio avançado. Já foi concluída a etapa de cobertura do Módulo, além de mais da metade do fechamento lateral e do piso. As próximas etapas serão a instalação da rede telemática e contra incêndio. Com área de 1.200m², o Módulo é orçado em R$ 2,49 milhões e funcionará como sala de embarque, ampliando a capacidade de passageiros do aeroporto goiano.

A previsão é que os trabalhos sejam finalizados em setembro, 150 dias após a assinatura da Ordem de Serviço, conforme prevê o edital. O Módulo Operacional possui a infraestrutura tradicional de uma sala de embarque, tais como ar condicionado, sanitários, Sistema Informativo de Voos, canal de inspeção, entre outras facilidades.

"O Módulo Operacional representa um passo a mais rumo ao nosso objetivo de atender o anseio da sociedade por melhorias em nosso aeroporto. Com essa conquista aumentaremos o nível de conforto dos passageiros que embarcam em Goiânia", destacou o superintendente do aeroporto, Ricardo Signorini.

Fonte: Infraero

Semarh promete agilizar licenças do Corredor Norte-Sul

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O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Leonardo Vilela, afirmou que hoje assinará portaria que institui um grupo de trabalho na Semarh, encarregado de fazer estudos técnicos e de impacto ambiental, com o objetivo de acelerar a liberação de licença para que a Prefeitura de Goiânia possa iniciar as obras do corredor Norte-Sul.

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), cobrou de Leonardo a liberação das licenças ambientais, ontem de manhã, quando os dois participavam da inauguração de um passeio público feito em parceria com a Consciente Construtora, que obedece normas de acessibilidade e sustentabilidade. É a segunda calçada desse tipo feita na capital, e faz parte do projeto Calçada Consciente.

"É só isso que falta para que possamos construir o corredor, e pedimos que o senhor leve mais uma vez a solicitação para o governador Marconi", disse Paulo, dirigindo-se ao secretário. O evento contou com a presença de boa parte do secretariado do prefeito, e também de alguns vereadores.

Leonardo afirmou que logo após a inauguração, falou com o governador Marconi Perillo (PSDB), que pediu providências imediatas. Leonardo então comunicou ao prefeito, na tarde de ontem, que a portaria será assinada hoje.

O corredor ligará a cidade de Aparecida de Goiânia ao norte da capital, e passará pelas avenidas Rio Verde, 1ª Radial, 90, 84 e avenidas Goiás e Goiás Norte. No novo eixo deverão ser utilizados ônibus articulados, semelhantes aos que já existem no Eixo Anhanguera.

O secretário afirmou que a reforma do corredor da Avenida Anhanguera, que deverá abrigar um metrô de superfície, também estará incluído nos estudos a serem feitos com a assinatura da portaria.

No evento, o prefeito assinou ofício que encaminha um Projeto de Lei do Executivo para a Câmara de Goiânia, que incentiva a adoção do novo modelo de calçada. O projeto deve ser votado logo na primeira semana após o recesso. A matéria já passou por modificações de Paulo e agora está em revisão no Gabinete Civil, antes de ser encaminhado à Câmara.

No Plano Diretor de 2007, já está prevista, porém, a adequação das calçadas, "para atender o fluxo de pedestre da cidade especialmente as pessoas portadoras de limitações locomotoras".

A prefeitura e a Consciente Construtora estão elaborando um manual que ensina proprietários a fazerem a calçada no modelo ideal. "Queremos que este manual seja entregue quando a pessoa ou empresa for retirar o alvará de construção", disse o secretário municipal de Planejamento, Roberto Elias.

Fonte: Jornal O Popular

1° Fórum Regional de Aviação Geral acontece em Goiânia dias 28 e 29 de outubro

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Nos dias 28 e 29 de outubro, a cidade de Goiânia vai sediar o 1° Fórum Regional de Aviação Geral, promovido pela ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral), a mesma entidade que organiza a Labace, considerado hoje o maior evento da América Latina no segmento de aviação executiva. A proposta do Fórum é reunir exposição de aeronaves e ciclo de palestras. O evento já conta com o apoio do Governo do Estado de Goiás.

Goiânia é hoje o segundo pólo aeronáutico do país, com inúmeras empresas de aviação e um leque variado de serviços oferecidos. A cidade tem ainda reconhecido potencial na formação de recursos humanos nas diversas atividades aeronáuticas. A ABAG acredita que a cidade funciona como aglutinadora de interesses do Centro/Oeste, notadamente de Brasília, Cuiabá e Campo Grande e por isso quer introduzir o evento no calendário oficial anual da cidade. [www.abag.org.br ].

Fonte: Revista Fator

UFG pode contar com dois novos câmpus no entorno do Distrito Federal e em Aparecida de Goiânia

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Implantação será confirmada após realização de estudos e aprovação pelo Conselho Universitário da UFG

A Universidade Federal de Goiás pode contar com mais dois câmpus em sua estrutura, um no entorno do Distrito Federal e outro em Aparecida de Goiânia. A informação foi dada pelo secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, durante reunião no dia 20 de julho com o deputado federal, Rubens Otoni (PT-GO).

Segundo o vice-reitor no exercício da Reitoria da UFG, Eriberto Francisco Beviláqua Marin, a instalação de um novo câmpus no entorno do Distrito Federal – e também no Norte e Nordeste goiano – já estava prevista no Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade.

Ele afirma, entretanto, que a implantação dos dois novos câmpus só será confirmada após a realização de estudos sobre novos câmpus federais para regiões metropolitanas e da análise e aprovação pelo Conselho Universitário da UFG. Logo, ainda não existem previsões para o início ou finalização das obras.

Atualmente a UFG possui dois câmpus em Goiânia, um em Jataí, um em Catalão e um na Cidade de Goiás.

Fonte: UFG.br

Paço vai demorar para concluir obras estruturais

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Canteiro de obra ainda sem conclusão, e sem operários, na estrutura interna do Paço

Quem percorre os arredores do Palácio das Campinas Venerando de Freitas Borges, localizado no Park Lozandes, percebe que as obras do complexo que forma o Paço Municipal de Goiânia ainda não ficaram totalmente prontas e, no ritmo em que estavam ontem à tarde, devem mesmo demorar muito ainda para serem concluídas. Falta terminar todo o bloco em que será construído o restaurante e o auditório, que devem custar os cofres municipais cerca de R$ 5 milhões, segundo previsão do secretário de infraestrutura, Luiz Carlos do Carmo.

Apesar do complexo ainda estar inacabado, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), que é a responsável pelo canteiro de obras, ainda não tem expectativa de quando poderá viabilizar a entrega total das instalações. Conforme o secretário de Comunicação do município (Secom), Rodrigo Czepack, a administração direta tem muitas obras sob sua responsabilidade hoje em toda a capital, por isso não dá para concentrar tantos servidores no Paço Municipal.

De acordo com o coordenador de obras do Paço Municipal, Valdir Siqueira, hoje apenas 20 pedreiros trabalham na obra. Mas todos estão atuando nos serviços finais de pintura, gesso, revestimento de banheiros e reparos nos blocos que já foram entregues às secretarias municipais.

Enquanto o ritmo das obras é lento, os frequentadores se deparam com galpões vazios e sem janelas. O pátio de entrada para acesso imediato aos blocos B, C, D e E também exibe escadas inacabadas e trechos sem calçamento. Nesse locais, chama atenção a quantidade de pombos, que sujam o local.

Fonte: Jornal O Popular

"Mais 50 Vapt Vupts", promete Giuseppe Vecci

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O Secretário Estadual de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, Superintendentes, Supervisores e Coordenadores da Agência Vapt Vupt discutiram medidas para melhorar o atendimento nas unidades.

A aposentada Elisa Barbosa dos Santos utiliza os serviços nos Vapt Vupts relata que o atendimento precisa melhorar principalmente no tempo de atendimento.

“Eu avalio como bom, mas desejo que seja ótimo. Nós da terceira idade precisamos de um atendimento mais ágil”.

O Secretário de Planejamento Giuseppe Vecci argumenta que realmente é necessário trabalhar para diminuir o tempo de atendimento ao cidadão. “Estamos acompanhando órgão por órgão o tempo de espera, alguns estão excessivos, outros estão menores, meu objetivo é resolver o problema da recepção, da triagem e do tempo de espera”, declara.

Giuseppe Vecci ainda destaca que o Vapt Vupt vai passar por um processo de ampliação, com mais 50 Vapt Vupts, para serem feitos nas cidades médias e nos povoados, uma aliança com as Lan Houses, e fazer um comitê com a participação dos 10 órgãos que mais atuam no atendimento ao cidadão.

Fonte: Portal 730

Empresa do Paraná fará projeto do novo aeroporto

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Empreiteira ganhou licitação do novo terminal, mas precisa aguardar a fase de recursos

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já decidiu qual empreiteira deseja que reelabore o projeto de construção do terminal de passageiros do Aeroporto Santa Genoveva, cujas obras estão paradas desde 2007. A PJJ Malucelli Arquitetura Ldta. foi a escolhida na licitação, por ter cobrado o menor preço pelo trabalho. No entanto, a empreiteira paranaense ainda não pode ser considerada vencedora, pois falta o parecer final da fase de recursos da licitação.

Uma das concorrentes entrou com recurso contra o resultado, mas a Superintendência de Estudos e Projetos de Engenharia da Infraero negou. Segundo a assessoria de comunicação da Infraero, a Noronha Engenharia S.A. ainda pode recorrer à Justiça, o que provocaria atrasos no certame. Passada esta etapa, o processo licitatório segue para o controle interno da Infraero, antes de ser homologado. Somente depois de percorrer essas instâncias que a ordem de serviço é assinada.

A PJJ Malucelli Arquitetura Ldta. propôs elaborar o novo projeto de construção do aeroporto da capital por R$ 3,1 milhões. Caso seja confirmada como vencedora da licitação, deverá fazer tanto estudos preliminares quanto projeto de execução das obras, o que inclui topografia, geotecnia, arquitetura, urbanismo, orçamento e planejamento. O novo projeto deve utilizar o que já foi feito até então.

O fim do processo licitatório não garante a continuidade das obras. Antes disso, uma briga judicial entra a Infraero e o consórcio que era responsável pela construção precisa ser resolvido. O contrato entre as duas partes foi cancelado em 2008. Desde então, existe a pendência relativa ao valor que deve ser pago pelo trabalho já executado.

A empresa pública e o consórcio formado pelas empreiteiras Via Engenharia e Odebrecht nunca chegaram a um acordo. Há três meses as partes buscam saída extrajudicial. Desde o final de maio um grupo de trabalho composto por representantes da Infraero e do Tribunal de Contas da União (TCU) analisa proposta do consórcio, mas ainda não se posicionou a respeito.

As obras do novo terminal de passageiros parou quando o TCU detectou indícios de superfaturamento. O projeto original foi elaborado em 2005, com recursos orçados em R$ 257,8 milhões, sendo posteriormente aditivados para R$ 287,7 milhões. Até dezembro do ano passado haviam sido gastos R$ 106,2 milhões.

O Santa Genoveva foi o terceiro aeroporto do País com maior crescimento no número de passageiros entre 2009 e 2010. Neste intervalo, teve 536 mil passageiros a mais, chegando a dois milhões por ano. O terminal foi originalmente projetado para receber 600 mil pessoas anualmente.

Fonte: Jornal O Popular

Governador destaca boa relação com Dilma

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Na solenidade em que sete ministros da presidente Dilma Rousseff foram homenageados, a boa relação com o governo federal deu o tom dos discursos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que falou em nome dos homenageados, disse que a ordem de Dilma é para que os auxiliares estabeleçam parcerias com os Estados, independentemente de cor partidária.

Marconi chamou a presidente de "republicana" e pediu que os ministros levassem a mensagem de "reconhecimento carinhoso de que ela tem tido o único objetivo de somar esforços em favor do futuro do Brasil".

"Se alguém tinha dúvida sobre o bom relacionamento, acho que não terá mais (com a presença dos ministros). O mais importante é que está ficando cada vez mais claro no Brasil que o tempo da disputa político-partidária é tempo da eleição. Depois é preciso haver somatório de forças para que o País avance", disse Marconi em entrevista.

Além de Cardozo, receberam a comenda do Mérito Anhanguera Wagner Rossi (Agricultura), Carlos Lupi (Trabalho), Garibaldi Alves (Previdência), Pedro Novais (Turismo), Fernando Bezerra (Integração Nacional) e Mário Negromonte (Cidades).

Obra
No evento, Marconi Perillo assinou ordem de serviço para a duplicação da rodovia GO-070, entre Inhumas e a cidade de Goiás. O governo começará a elaborar o projeto e a promessa é de inauguração em 2 de julho de 2013.

Fonte: Jornal Opopular

Goiânia tem projeto de calçada consciente

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Nos próximos dias a Câmara de Vereadores de Goiânia deve receber um Projeto de Lei do Executivo Municipal que incentiva a adoção de um novo modelo de passeio público construído dentro dos conceitos de acessibilidade e sustentabilidade. O ofício que encaminha ao Legislativo Municipal projeto de lei que visa incentivar e regulamentar a adoção de um novo tipo de calçada, foi assinado pelo prefeito Paulo Garcia na manhã desta quarta-feira, 27, durante a entrega de mais uma Calçada Consciente, instalada na quadra que fica na Avenida T-7, esquina com Avenida T-1, Qd. 39, Lote 5, Setor Bueno.

Durante a solenidade, o prefeito Paulo Garcia parabenizou a iniciativa da Consciente Construtora e Incorporadora, empresa responsável pelo desenvolvimento do Projeto Calçada Consciente. Segundo ele, é uma ação simples, mas com resultados positivos, como a garantia do direito de acessibilidade e mobilidade a todos, e, ao mesmo tempo, colaboração com a preservação do meio ambiente. “Promove a justiça social porque assegura a todos o direito de acessibilidade, não só aqueles que possuem necessidade especial permanente para se locomover, mas também as pessoas que em uma determinada situação da vida ou ao longo dos anos adquiriu essa necessidade especial de mobilidade. Esse mostra e incentiva também a nossa responsabilidade para com o meio ambiente, já que prevê essa preocupação com a permeabilidade do solo e captação adequada da água das chuvas”, avalia o prefeito.

Paulo Garcia lembou que o Calçada Consciente é um projeto premiado no Brasil e fora dele. “Recentemente este projeto foi apresentado em um Fórum do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), realizado na Colômbia, e representantes de países ali presentes ficaram realmente impressionados”, recorda.

Acessibilidade e sustentabilidade
Dentro do conceito de acessibilidade, a Calçada Consciente é mais larga, dando mais espaço ao pedestre; conta com rampas de acesso e não possui nenhum desnível ao longo do perímetro, o que facilita a mobilidade de cadeirantes e outras pessoas que tenham alguma necessidade especial de locomoção. Outro ponto destacado pelo engenheiro Augusto Fernandes, um dos responsáveis pela criação da Calçada Consciente, é que esse novo tipo de passeio público busca um melhor planejamento na hora de construir a calçada, adotando por exemplo, o plantio de espécies mais adequadas ao meio urbano como árvores de pequeno ou médio porte e cujas raízes não estraguem os passeios, tornando-se mais um obstáculo para a mobilidade das pessoas.

A Calçada Consciente também possui ao longo do perímetro uma faixa construída com uma espécie de material que possui uma grande capacidade de absorção da água. “Esse piso especial que é feito com 80% de pedriscos de concreto facilita em muito a drenagem da água das chuvas no meio urbano. Com isso o que acontece é que nós evitamos problemas como alagamentos, enxurradas provocadas pela chuva que estragam ainda mais os passeios, levam o lixo do esgoto para nossos rios e nascentes. Com esse tipo de piso, que tem uma grande capacidade de absorção da água, conseguimos alimentar os lençóis freáticos do solo”, explica o engenheiro Augusto Fernandes ao falar dos ganhos ambientais com o novo modelo de calçada.

Outra vantagem em relação ao aspecto da sustentabilidade é que a Calçada Consciente pode ser feita quase que inteiramente com material reciclável, ou seja, com restos e entulhos gerados pelas obras. “Todo o entulho gerado por uma construção poderá ser usado para fazer uma nova Calçada”, ressalta Augusto. (Goiânia Notícias)

Fonte: Jornal O
Hoje

Marconi diz que havia ''quadrilha'' na Celg

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Mirelle Irene

Exortado a abordar a questão da Celg, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse ontem, na Cidade de Goiás, que o problema da empresa é que o governo passado montou uma “quadrilha” dentro da estatal. Ele voltou a garantir que o governo de Goiás está fazendo sua parte nas tratativas com a Eletrobras. O governador disse que, se continuar o nível de saneamento da empresa como o atual, em breve será possível o ajuste tarifário.

Questionado sobre a possibilidade de o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC) se filiar ao PSDB para disputar a Prefeitura de Luziânia, no Entorno, o governador Marconi Perillo indicou que não está por dentro da articulação. “Não estou informado disso. Quem está tratando deste assunto é o prefeito de Luziânia (Célio Silveira, PSDB). Eu não conversei sequer com ele sobre isso”, despistou.

Quando mencionado que Roriz pode levar sua recente história de corrupção para o PSDB goiano, Marconi também não quis dar uma resposta direta. “Como não estou tratando disso, não quero emitir nenhum tipo de comentário. Se for procurado para discutir o assunto, certamente emitirei a minha opinião”, assegurou.

Candidatura
Marconi falou sobre a possibilidade de ele próprio ser indicado pelo PSDB nacional como candidato ao governo do Distrito Federal. “Já chegou este tipo de sondagem por várias fontes, tanto pelo conselho político do partido, ou o partido em Brasília”, confirmou o tucano.

Segundo o governador, apesar de lisonjeado com a ideia, ele está comprometido com o Estado de Goiás. “O meu compromisso sagrado é com Goiás, é a paixão da minha vida. Estou 24 horas focado no Estado e no governo de Goiás”, declarou.

Fonte: Jornal o Hoje

Assinado acordo de R$ 1,6 milhão para gestão dos recursos hídricos

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Repasse da contribuição foi autorizado durante a 1ª Reunião do Comitê da Bacia do Rio Vermelho

Déborah Gouthier
DA CIDADE DE GOIÁS

Na 1ª Reunião do Comitê da Bacia do Rio Vermelho, realizada na manhã desta terça-feira, 26, durante início das solenidades que marcam a transferência do centro administrativo do Estado à Cidade de Goiás, foi assinado um acordo de contribuição de R$ 1,6 milhão, de um total de R$ 2,824 milhões, para o Plano Estadual de Gestão dos Recursos Hídricos. De acordo com o titular da Semarh (Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos), Leonardo Vilela, antes da formação deste plano, Goiás ainda sofria alguns conflitos devido à má gestão, tanto pelo controle e consumo dos recursos quanto pela qualidade da água.

O secretário estadual destacou a importância da Bacia do Rio Vermelho e disse que o ativismo político da região junto à atuação do governo vai dar as diretrizes e cobrar ações do Comitê. Vilela também afirmou que, a exemplo deste comitê, até o fim do mandato de Marconi Perillo, todo o Estado receberá departamentos específicos para melhorar a gestão dos recursos hídricos.

O evento prossegue com a palestra de Flávia Simões Rodrigues, da ANA (Agência Nacional das Águas). O Comitê foi instalado durante o 13° Fica, visando à gestão dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Vermelho, que integra os municípios de Aruanã, Britânia, Buriti de Goiás, Faina, Fazenda Nova, Goiás, Itapirapuã, Jussara, Matrinchã, Novo Brasil e Santa Fé de Goiás.

Fonte: Jornal Opção

Goiás produz ciência?

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Recursos existem e em quantidade suficiente. Mas a pesquisa em Goiás ainda avança de forma muito tímida, conforme admitem até os próprios pesquisadores. UFG centraliza praticamente todo o trabalho
Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção
Divina Cardoso, pró-reitora da UFG: "O pesquisador sempre acha que não tem o tanto de dinheiro que precisa"

Andréia Bahia

Para responder a essa pergunta, a reportagem do Jornal Opção percorreu vários caminhos que passam pela universidade, governo e iniciativa privada. Descobriu a dificuldade que é mapear a produção científica de Goiás, a não ser por números estatísticos de publicações que não trazem à tona aquilo que realmente interessa: o que Goiás produz de conhecimento e qual a qualidade dessa produção intelectual.

Apesar do esforço para aproximar a academia da comunidade – se é que isso não passa de discurso –, a universidade ainda continua sendo um feudo protegido por uma linguagem erudita e pouco objetiva do ponto de vista jornalístico. Os cientistas se envaidecem em ter o nome vinculado a algum feito importante, mas não conseguem transpor a barreira que separa a universidade do mundo real para divulgar suas pesquisas. A ciência produzida em Goiás é uma mera desconhecida da população, apesar de algumas já fazerem parte do dia a dia das pessoas.

Não se trata de uma produção científica poderosa se comparada à desenvolvida no Sudeste do País, antecipa a pró-reitora de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Divina das Dores de Paula Cardoso. “O que é esperado, por uma questão de maturidade do ponto de vista do início da pós-graduação e atividade de pesquisa no Centro-Oeste e também porque há muito mais instituições de ensino superior no Sudeste que aqui.” São Paulo abriga as três maiores universidades estaduais do Brasil, além de 13 universidades federais.

No Centro-Oeste – Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso –, a pesquisa vem sendo desenvolvida quase que exclusivamente nas universidades federais e de forma ainda incipiente nas estaduais, que são relativamente novas nesses Estados. Em Goiás, a PUC e a UniEvangélica dão uma pequena contribuição para a produção da ciência. Mas os dados sobre a produção científica produzida no Estado não são centralizados em um único órgão ou instituição. Nem a Secretaria de Ciência e Tecnologia sabe ao certo aquilo que os cientistas goianos desenvolvem em seus laboratórios. Cada instituição tem sua própria estatística, que muitas vezes se entrelaçam porque é comum pesquisadores de instituições diferentes se debruçarem sobre o mesmo trabalho.

No Distrito Federal a produção de ciência é mais robusta. A Universidade de Brasília (UnB) fomenta a pesquisa há bem mais tempo e com mais intensidade, respondendo por mais de 40% da produção científica de toda a região. A Pontifícia Universidade Católica do DF também contribui para aumentar essa estatística. Em seguida vem Goiás, com 25%.

Publicações

De acordo com a pró-reitora, no triênio 2007–2009, foram publicados cerca de 1 milhão de pesquisas produzidas no Brasil. Dessas, de 80 a 100 mil foram produzidas no Centro-Oeste, sendo que cerca de 20 mil de autoria de goianos. É pouco, mas representa um crescimento significativo para Goiás. Para se ter uma idéia, a UFG, principal instituição de pesquisa do Estado, publicou, em 2008, 2.764 trabalhos. No ano passado, essa produção saltou para 5.485. Quase o dobro.

De acordo com dados da Science Citation Index Expanded (SCIE) disponibilizada pelo Institute for Scientific Information (ISI), de 1994 a 2004, Goiás já havia praticamente dobrado sua participação na produção científica do País. Em 1994, o Estado produziu 0,46% dos artigos científicos do Brasil e em 2004 passou para 0,81%. Passou de 27 artigos em 1994 para 176 em 2004, totalizando 1.030 artigos no período. Goiás é o 14º Estado em termos de produção científica.
A UFG conta hoje com cerca de 300 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em todas as áreas de conhecimento; é responsável por quase 80% das redes de pesquisa cadastradas na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e participa em mais de 90% das redes que existem no Estado.

A vocação agrária de Goiás não é ignorada pela universidade no momento da seleção dos projetos, mas não é a diretriz central, afirma Divina Cardoso. “Há pesquisas importantíssimas nessa área, com consequência prática para a comunidade.” Ela cita como exemplo uma pesquisa com o gado curraleiro, de Ana Cláudia Gomes Rodrigues Neiva, da Escola de Veterinária, que buscou recompor o modo de vida da população Kalunga a partir da reintrodução do gado curraleiro na região, pesquisa reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional como uma das ações afirmativas desenvolvidas no País.

É nesse campo que o pesquisador Albenones José de Mesquita, médico veterinário com mestrado em Higiene e Processamento de Alimentos e doutorado em Microbiologia de Alimentos de Origem Animal Destinados ao Consumo Humano atua. Ele tem mais de cem trabalhos publicados, mas o que considera mais importante socioeconomicamente é a pesquisa de 2002 que monitora a qualidade do leite produzido em Goiás.

No Laboratório da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), o cientista desenvolve um método que controla acontagem celular somática, a bacteriana e a composição do leite produzido que é destinado as empresas que tem inspeção federal. “Analisamos 80 mil amostras por mês e controlamos não só a qualidade do leite nos tanques de refrigeração, mas de vacas individualmente. O controle está se dando da porteira para dentro”, explica o pesquisador.
O conhecimento trouxe vantagens para o produtor rural, para a indústria e o consumidor. Isso porque o controle da célula somática controla a sanidade da glândula mamária do rebanho – e na vaca de leite o que vale é o úbere, o maior patrimônio do produtor. O controle da contagem bacteriana garante a higiene na ordenha e da composição do leite o valor nutricional do produto, que está diretamente relacionado com o aspecto nutricional do rebanho. “Se o industrial recebe o leite com contagem celular e bacteriana baixa e proteína, gordura, lactose altas terá maior rentabilidade nos derivados porque vai produzir queijo e iogurte com menos leite e um produto com prazo de validade maior”, afirma Albenones Mesquita.

O lucro para o consumidor está na qualidade do produto, que é mais saudável quando a qualidade da glândula mamária e do leite é controlada. Além disso, o leite controlado tem uma durabilidade maior: 15 dias no refrigerador. Os leites comuns azedam dois dias depois de aberto. A melhoria da qualidade do leite já mudou a forma de pagamento pelo produto em Goiás. “As empresa começaram a pagar pela qualidade do leite.” A pesquisa vai mapear agora onde se encontra esse leite de qualidade em Goiás a partir de geoprocessamento. “Vamos colocar no mapa onde está o melhor leite do Estado de Goiás e é lá que os grandes laticínios vão querer se instalar.”

O Estado tem vocação para pesquisa na área de fármacos e medicamentos e conta com um grupo forte de pesquisadores da UFG em parceria com outras instituições de ensino e empresas. Desenvolvem-se, também, várias pesquisas na área das engenharias, conta Divina Cardoso. “Uma delas, sobre a qualidade do asfalto, foi desenvolvida para atender a uma demanda específica da Agetop.” O projeto possibilitou a criação de um laboratório na Agencia Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que analisa a qualidade do concreto, a durabilidade das construções.
É também da área da engenharia a pesquisa de Maurício Martines Sales, que dimensiona as fundações de edifícios altos usando grandes blocos de estacas. A partir dessa pesquisa é possível calcular fundações de edifícios altos com maior segurança e economia e reduzir os custos dessas fundações em dezenas de milhares de reais em cada obra. O professor Maurício Martines Sales, juntamente com Gilson de Farias Neves Gitirana Jr. e Eufrosina Terezinha Leão de Carvalho, também desenvolveram um método para drenar a água da cidade por meio de poços de infiltração que captam a água de chuva e redirecionam para o lençol freático da cidade.

São pesquisas voltadas para resolver os problemas pontuais da cidade e do Estado, mas nada de extraordinário que possa revolucionar ou criar novos paradigmas mundiais. Não se tem notícia, em Goiás, de um pesquisador como o paulista e fundador do Instituto de Neurociências de Natal, Miguel Nicolelis. Ele é cotado para ser indicado ao Prêmio Nobel por desenvolver um sistema que controla robôs com pensamento que pode ajudar pessoas com paralisia nos membros superiores a retomar os movimentos.

Nos últimos anos, os cientistas goianos descobriram o Cerrado como fonte de inspiração para pesquisa. “Têm atuação forte na fauna, flora e hidrologia”, observa Divina Cardoso. Um dos projetos visa preservar as espécies do Cerrado por meio de ferramentas genético-moleculares em estudos de genética de populações, ecologia molecular e filogeografia de espécies do Cerrado enquanto outro propõe a criação de um museu virtual da diversidade do Cerrado. Há cientista preocupado em identificar a espécie de madeira do Cerrado a partir do carvão vegetal de origem desconhecida apreendido pelas autoridades. Diante dessa identificação, os órgãos encarregados da investigação e confecção do inquérito policial passarão a contar com um recurso desprovido de avaliações subjetivas, portanto, com mais confiabilidade.

Assim como em todo mundo e no Ppaís, a área de saúde é a que mais produz ciência em Goiás e nesse campo foi desenvolvido um programa de computação para diagnóstico da pneumologia. A partir da pesquisa, criou-se um sistema para observação de radiografia que foi jogado na rede pública de saúde, pelo qual o médico pode acessar o exame de onde estiver. Esse projeto tem financiamento internacional.

Financiamento

Diferente de outros países produtores de ciência e que têm na iniciativa privada os grandes fomentadores de pesquisa, no Brasil é o governo federal que financia a maior parte da produção do conhecimento. “O Brasil é um dos países que mais investem em termos de Estado e, nos últimos seis anos, houve abundância de recursos para a pesquisa”, afirma a pró-reitora. “É um dos poucos países do mundo, senão o único, que o governo literalmente paga a pessoa para estudar, para se qualificar”, observa o cientista da Faculdade de Física Andris Bakuziz.

Em Goiás, a Fapeg começou a financiar a pesquisa em 2007 e os recursos da fundação não chegam a 10% do disponibilizado pelo governo federal. Algumas pesquisas têm financiamento internacional, da Organização Pan-Americana da Saúde, de grandes indústrias farmacêuticas, da Unesco e outros organismos estrangeiros. Mas apesar da fartura de dinheiro, Divina Cardoso afirma que sempre falta recurso. “O pesquisador sempre acha que não tem o tanto que precisa.” O cientista goiano tem encontrado muito mais facilidade para captar recursos em todos os ramos do conhecimento – e é ele que corre atrás do financiamento, não a instituição –, mas o do Sudeste tem mais facilidade ainda. Para equilibrar a distribuição de recurso, há uma lei que obriga que 30% dos editais sejam destinados aos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O restante, 70%, são disputados pelo Sul e Sudeste. Caso não houvesse a lei, a pró-reitora acredita que os cientistas do Sul e Sudeste captariam quase todos os recursos do governo federal destinados à pesquisa, uma vez que têm mais instituições e pesquisadores.

Uma das formas de mensurar a produção científica de um Estado é a partir dos artigos publicados em veículos especializados que tenha o conceito Qualis, conferido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). São revistas e jornais especializados com linguagem técnica para divulgação dos resultados de investigações científicas. Em três anos, o Centro-Oeste publicou 285 mil artigos e a UFG, mais de 20 mil. “Artigos que agregam conhecimento porque não se consegue publicar artigo em revista Qualis se não tiver agregação de conhecimento, é completamente novo ou agregou alguma coisa ao existente.”

Na avaliação da pró-reitora, não há obstáculo para a ciência em Goiás. “Se o pesquisador tem infraestrutura que lhe permita desenvolver sua ideia e insumo para realizar a pesquisa, recurso tem disponível nos editais.” Uma das fontes de recursos para a ciência são as fundações de amparo à pesquisa. A de Goiás, a Fapeg, é apenas um bebê e quase foi fechada no governo anterior. Sobreviveu graças ao empenho dos pesquisadores. Hoje é presidida pela professora Maria Zaira Turchi, pesquisadora da área de Letras da UFG, que vê no crescimento da produção científica da pesquisa no Brasil e em Goiás o reflexo do aumento dos cursos de programas de pós-graduação. “Estamos formando mais mestres e doutores e a produção aparece em publicações importantes.” Ela afirma que, nos últimos 20 anos, Goiás vem construindo uma história mais consistente por pesquisadores que já aparecem no cenário nacional e internacional.

Todavia, ela afirma que ser pesquisador em um Estado periférico como Goiás é mais complicado, porque o investimento em ciência é bem menor do que Estados que já têm suas fundações de amparo a pesquisa consolidadas. A Fapesp é responsável por toda a pesquisa realizada no Estado de São Paulo. “Mas a despeito desse cenário, Goiás tem pesquisas importantes”, afirma. Para ela, os obstáculos enfrentados pelos pesquisadores variam conforme a área em que a pesquisa se desenvolve, mas uma dificuldade que precisa ser sempre superada é o fomento. “Não é possível o desenvolvimento de pesquisa sem recursos específicos.” Segundo ela, a dificuldade em captar recursos para executar um projeto de pesquisa não atinge apenas o pesquisador de Goiás. “Todavia o goiano tem de romper mais barreiras para captar os recursos federais porque boa parte fica em São Paulo, no Sudeste e Sul”.

Por isso, explica Zaira Turchi, é importante que o Centro-Oeste receba programas especiais de indução da pesquisa para que as propostas apresentadas pelos pesquisadores da região consigam ter aprovação em âmbito das agências de fomento federal. Mas para obter financiamento nas instituições de fomento à pesquisa, o Estado precisa dar a contrapartida e, nesse sentido, a criação da Fapeg foi fundamental para o aumento da produção cientifica em Goiás. “Toda vez que há um aporte federal exige-se uma contrapartida estadual.” A Fapeg acaba de lançar o edital para pesquisa voltada para o desenvolvimento de inovações para microempresas e empresa de pequeno porte, recebeu R$ 11 milhões do governo federal e investiu R$ 5,5 milhões. “Uma demonstração que o Estado também vai investir em inovação.”

Apesar de um orçamento mínimo – 0,3 % da receita líquida do Estado, R$ 23 milhões em 2011, enquanto a Fapesp dispõe de 1% da receita tributária do Estado de São Paulo, cerca de R$ 600 milhões – a Fapeg tem conseguido dobrar os recursos para financiamento em pesquisa com parcerias. A fundação financia mais de 400 bolsas de pós-graduação e já soma 411 redes de pesquisas cadastradas nas áreas de qualidade de vida, conhecimento e expressão humana, infraestrutura e processos produtivos, desafios estratégicos e políticas públicas, agronegócios, desenvolvimento rural e fundiário e pesquisa inicial e fundamental.

Foi uma pesquisa financiada pela Fapeg que deu origem ao Estatuto do Portador do Câncer, que tem como seu principal objetivo, de acordo com o artigo 1°, “reunir e estabelecer as diretrizes, normas e critérios básicos para assegurar, promover, proteger e resguardar o exercício pleno e em condições de igualdade de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais pelas pessoas com câncer visando sua inclusão social e cidadania participativa plena e efetiva”.

A produção de ciência avançou, mas não o suficiente, na opinião de Zaira. “A cultura de inovação precisa ser mais desenvolvida em Goiás para que a empresa compreenda que, na medida em que tem um produto inovador, obterá mais lucro e gerará mais trabalho e renda à sociedade.” Ela afirma que a pesquisa não pode ficar fechada nas universidades.

Física no tratamento do câncer

É no apertado laboratório na Faculdade de Física da UFG que Andris Bakuzis passa a maior parte do seu tempo. A sala em que ele recebe a reportagem do Jornal Opção não tem mais do que 4 metros quadrados e é preciso se esgueirar nos estreitos corredores formados por mesas e equipamentos estranhos. Andris é doutor em Física pela UnB e concluiu o pós-doutorado na Flórida, nos Estados Unidos. Regressou ao Brasil a partir de um projeto do governo federal que trouxe doutores de volta ao país, em 2004. Ele retornou para desenvolver um projeto para a Petrobras e, logo depois, o governo federal decidiu aumentar o número de professores universitários e Andris passou em um concurso na Faculdade de Física na UFG.

Ele é um dos cientistas que hoje fazem ciência em Goiás. Também orienta alunos de graduação na iniciação científica, e de mestrado e de doutorado na pós-graduação. Andris atua em uma área relativamente nova: nanomagnetismo, área da Física que trata das propriedades magnéticas de objetos em escala nanoscópica, tão pequenas que só podem ser vistas com o auxílio de nanoscópio.

Andris sempre trabalhou na área de magnetismo, mas com focos diferentes: no doutorado com os fundamentos do magnetismo e do nanomaganetismo e, no pós-doutorado, com ferrohidrodinâmica, material desenvolvido pela Nasa e que vem sendo utilizado para o transporte de calor.

A pesquisa que o cientista desenvolve atualmente – e que envolve um grupo multidisciplinar da UFG e de outras instituições – trabalha a aplicação biomédica do nanomagnetismo. “Nem todas as pesquisas desenvolvidas na academia têm um resultado prático; muitas são feitas para que o aluno ou o professor conquiste o título. Mas algumas podem gerar interessantes aplicações”, afirma. A que ele se dedica tem aplicação na biomedicina. “As nanopartículas podem ser utilizadas para diagnóstico e tratamento de doenças, inclusive do câncer, uma neoplasia que é a segunda ou terceira causa de morte no mundo inteiro.”

Em uma pequena demonstração, o cientista mostrou como um líquido contendo nanoparticulas magnetizadas reage ao ímã movimentado fora do copo. O material acompanha o ímã; é esse movimento que os pesquisadores pretendem que ele faça dentro do corpo humano.

Mas como a Física, uma ciência que estuda os fenômenos da natureza, pode contribuir com o tratamento do câncer? Para o leigo é difícil imaginar químicos, farmacêuticos, médicos e físicos buscando, juntos, uma maneira de usar essas minúsculas partículas no tratamento do câncer. Eles querem que elas transportem os medicamentos de forma que eles sejam direcionados a um órgão ou tecido específico do corpo humano. “A ideia é colocar um medicamento dentro de uma nanoestrutura e levar especificamente para um local e liberar esse fármaco”, explica Andris.

Nesse processo físico de carregar uma quantidade pequena de medicamento, os químicos estão associados à preparação síntese das nanoestruturas, os farmacêuticos ao processo de cinética e liberação desse fármaco e cabe aos outros pesquisadores da área de saúde verificar a eficiência para a aplicação biomédica. “Esse sistema também serve para diagnosticar doenças e é mais eficiente que as técnicas comuns”, conta o físico.

Segundo ele, as nanoparticulas podem ser injetadas no sangue e distribuídas pelo corpo para diagnosticar doenças precoces, como o câncer e metástases em um tamanho menor do que as tecnologias atuais. Mas o tratamento da doença é o principal foco da equipe.

A pesquisa, que começou há dois anos e meio, está em fase de teste em animais e para chegar até aqui teve que superar muitos problemas. A montagem da estrutura mínima necessária para que se pudesse começar a linha de pesquisa de utilização da nanopartícula para aplicações médicas foi bem demorada, “apesar de o governo federal ter decidido investir nas universidades, o que melhorou significativamente a estrutura laboratorial de diversas universidades”.

Andris Bakuziz conta que o retorno do financiamento para as universidades se deu pouco antes do fim do governo Fernando Henrique Cardoso. “Nessa época foram criados os fundos setoriais, que forçaram empresas nacionais importantes, como a Petrobras, a financiar projetos que fossem de interesses da própria empresa.” Foi quando o País começou a ter dinheiro especifico para aplicação em ciência e tecnologia.

Jornal Opção

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou os recursos destinados à pesquisa, “ciente de que ciência de qualidade e tecnologia de qualidade geraram riqueza”. Os resultados do investimento, que levam em média dez anos, começam a aparecer agora.

O primeiro laboratório de hipertemia da Faculdade de Física da UFG foi construído com um recurso bem pequeno e com um equipamento de laser que Bakuzis havia adquirido em um projeto desenvolvido na UnB. O ímã que até hoje é um dos principais equipamentos do laboratório estava abandado no UFG e o pesquisador o colocou para funcionar e, a partir desse modesto laboratório, alunos e professor começaram a colher os primeiros resultados, que permitiram que eles conquistassem novos financiamentos. “Aí vira uma bola de neve”, compara Andris, que hoje coordena essa rede de pesquisa na Física com a participação da Faculdade de Ceilândia, da UnB, da Embrapa do DF, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). O projeto de nanomagnetismo conta com um financiamento do governo federal e da Fapeg na ordem de R$ 2,7 milhões. Os pesquisadores têm três anos para provar o resultado da pesquisa em vivos, ou seja, em pessoas.

Um dos maiores entraves que os pesquisadores enfrentam é a burocracia na hora da importação de equipamentos e insumos, o que reduz a competitividade do Brasil em relação a outros países. Recentemente, Bakuziz encomendou um sensor que demorou seis meses para chegar. Nos Estados Unidos o prazo para entrega seria de três dias.

Na opinião de Bakuzis, os pesquisadores brasileiros não deveriam estar reclamando da quantidade de editais que vêm sendo publicados para financiamento de pesquisa. Ele calcula que, apesar de ter avançado significamente, o governo federal ainda não deve ter atingido o teto de investimento feito no período dos governos militares – “eles foram os que mais financiaram ciência e tecnologia no País na década de 1970”. Nos governos militares houve muitos investimentos, principalmente a partir de 1968, e as áreas que mais receberam investimentos à época foram a informática –com participação direta da Marinha –, a engenharia aeroespacial, nuclear e a agricultura, com o fortalecimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os recursos destinados à Física duplicaram entre 1967 e 1968, e a participação direta do governo federal por meio do BNDE triplicou.

Já o governo estadual investe muito aquém do mínimo necessário, afirma o pesquisador, que tem 37 artigos publicados.

“Estou voltado para a qualidade de vida”

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Prefeito diz que está completamente entregue à administração de Goiânia e afirma que vai acelerar “ainda mais” o ritmo de obras herdado de Iris Rezende, com foco no indivíduo
Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

Ele se mostra bem mais à vontade. Parece cada vez mais “prefeito”, bem mais convicto de suas ações e seguro de suas metas para a cidade do que ao herdar a cadeira do Paço de Iris Rezende, de quem não esconde a admiração e a quem respeita como amigo e confidente. Paulo Garcia é hoje bem mais conhecido da população goianiense e vem segurando o fardo pesado de ser herdeiro do estilo Iris de governar, sempre marcado por bastante dinamismo e muitas obras. Ele enumerou dezenas delas — espalhadas por toda a cidade e em todas as áreas da administração — durante a boa entrevista que ao Jornal Opção. Fez questão de ressaltar que quer ser marcado como um gestor que prioriza o lado humano do cidadão. Justifica o cuidado pela formação de médico. “Tenho muita preocupação com a qualidade de vida das pessoas. Quero que as pessoas tenham autoestima, que se sintam bem em morar em Goiânia.” O prefeito não se absteve de falar sobre nenhum tema, mas disse que não é hora de perder tempo discutindo sua reeleição. “Quero é trabalhar, e trabalhar muito pela cidade.” Ele aproveitou para esclarecer assuntos polêmicos, como a questão da incorporação de gratificações por auxiliares Raphael Cupertino (Zôo) e Fernando Contart (Amob).

Cezar Santos — Como é dar continuidade à administração de um realizador como Iris Rezende? É fácil ou a comparação é problemática?

Peguei a administração de uma pessoa que tem uma capacidade de realização inigualável. Minha preocupação era manter o ritmo, considerando que tenho pouco tempo, só até dezembro de 2012. E fazendo uma autocrítica, sem falsa modéstia, acho que mantivemos esse ritmo, até acelerando. Estamos num ritmo aceleradíssimo de obras e vou acelerar mais ainda até o final do mandato. A equipe está bem montada, ajustada e vai executar muitas obras, programas e projetos. Mas só isso não me basta. Quero que cada centavo do recurso do município seja gasto promovendo qualidade de vida. Esse cuidado é até pela minha formação: sou médico, tenho formação humanística e me preocupa muito a qualidade de vida das pessoas. É isso que persigo, que as pessoas tenham autoestima, que se sintam bem em morar na cidade de Goiânia, que tenham alegria de viver. Quero criar um ambiente de relação fraterna.

Euler de França Belém — E os projetos para a habitação, como estão?

Eu convidei a presidente Dilma Rousseff para vir a Goiânia inaugurar o Cerrado 7, que a Caixa Econômica Federal tem trazido pessoas do Brasil inteiro para conhecer. Eu sou suspeito para falar, até porque estou diante do secretário de Habitação [Paulo Borges, que acompanhava a entrevista], mas eu não estou exagerando, é um projeto que não estamos chamando nem de conjunto habitacional, mas de condomínio habitacional, onde tem até estação de tratamento de esgoto própria. Meu secretário de Habitação está fazendo um trabalho que não é surpresa, caso contrário não o teria convidado.

Euler de França Belém — O sr. não está arrependido disso?

(Risos) Arrependido? Ele está cumprindo a meta que me disse que faria até 2012 agora em 2011.

Patrícia Moraes Machado — Essa é a antecipação de uma chapa [com Paulo Borges]?

Se for candidato, vou trabalhar pela nossa base de sustentação, que tem vários partidos. Obviamente, os partidos que coordenam essa aliança hoje são PT e PMDB e tenho certeza que será assim também em 2012. Os dois devem apresentar os nomes para a chapa majoritária. Eu jamais seria descortês de participar de uma decisão interna de um partido a que não pertenço. Meu secretário de Habitação é do PMDB. Caberá ao PMDB decidir, durante a discussão do processo eleitoral. Agora não é hora de discutir, porque tenho de trabalhar tanto que não posso preocupar com processo eleitoral.

Patrícia Moraes Machado — Mas esse trabalho de habitação, que é uma vitrine muito interessante para o sr., fortalece ele dentro do PMDB?

Tenho certeza que todos os partidos dão valor aos seus melhores quadros, sem exceção.

Euler de França Belém — Mas o sr. vai ser candidato a reeleição, está decidido?

Não tenho o direito de discutir isso. Estou vivendo um momento muito alegre da minha vida. Estou me sentindo em uma posição, sem nenhuma arrogância, com muita humildade, estou me sentido em um momento muito confortável porque nós estamos conseguindo fazer o que eu me propus, que é uma administração que dê resultado e que se preocupe com as pessoas. Tenho uma decisão que é muito pessoal e espero que as pessoas respeitem: tenho tão pouco tempo para administrar Goiânia, mais um ano e meio, e tenho de administrar de forma correta. O processo eleitoral é em 2012. Em 2012, esse assunto será discutido. Não é agora. Eu não posso me dar ao luxo de ficar discutindo isso agora.

Euler de França Belém — Seus adversários dizem que o sr. é um candidato “derrotável”. Na verdade, todo candidato é “derrotável”. Mas falam o seguinte: pelo fato de o sr. ser “derrotável” todo mundo quer ser candidato em Goiânia. Como o sr. avalia isso?

Com muita humildade. Acho que as manifestações individuais, além de serem democráticas, são legítimas. Eu disse aqui no início: os anseios individuais têm de ser muito respeitados. Eu penso que todo mundo que é eleitor em Goiânia tem direito de ser prefeito.

Euler de França Belém — Um dos seus problemas é que você é pouco conhecido. Segundo pesquisas, o grau de conhecimento ainda é pequeno.

Eu não sei quais pesquisas, com toda a sinceridade e franqueza.

Euler de França Belém — O sr. é conhecido por 50% da população?

Sou. Pelo número que acho que seria adequado nesse momento.

Euler de França Belém — Qual pesquisa?

Tenho informação, eu ando na cidade toda. Eu sou muito esforçado, pragmático. Quando decido uma coisa eu vou até o fim e consigo. Eu gosto de obstáculo. Obstáculo não me deixa nem um pouco esmorecido.

Elder Dias — Como o sr. vê a movimentação do PMDB em relação a seu nome como candidato? O sr. acredita que ainda existe dúvida de que o senhor é o candidato natural, por parte de alguns peemedebistas?

Não posso responder pelo PMDB.

Elder Dias — Mas o sr. sente que está sendo mais bem acolhido pelo partido?

Ah, tenho uma relação fraterna com o PMDB. O partido que mais tem participação na minha administração é o PMDB, com nomes importantes. Um deles está aqui, um vereador [Paulo Borges]. Tenho uma relação fraterna, vocês não tenham dúvida. PT e PMDB estarão juntos nos próximos anos.

Euler de França Belém — O sr. chega à prefeitura às 6 horas?

Deixa eu contar uma gafe que cometi esses dias. Eu tenho insônia, sempre dormi pouco. Penso que é genético isso. Mas, esses dias, peguei o telefone e liguei para um auxiliar. Vi que ele atendeu com uma voz sonolenta, quando olhei no relógio era 15 para as duas da manhã. Falei, “você me desculpa”, eu não estou mentindo para vocês. Eu não vi que era aquela hora. Mas já cheguei [à Prefeitura] às 5 horas. Mas não é isso. O horário é 8 horas, às vezes 7 horas. Mas eu queria falar sobre a aliança. A gente tem conversado com todos os partidos que deram sustentação para o presidente Lula e dão à presidente Dilma e me auxiliam na administração. Prova essa foi a reunião que promovi com o presidente Lula. Estavam lá os presidentes regionais do PMDB, PC do B, PDT e PSB. Não convidei mais porque não tinha espaço físico, meu apartamento é pequeno para acomodar muita gente. Mas procuro respeitar todos os partidos que nos auxiliam. Eu acredito muito que o resultado de uma administração é coletivo. Não acredito em resultado individual.

Euler de França Belém — Por que Demóstenes [Torres, senador do DEM] lidera as pesquisas em Goiânia?

Deixa eu te dizer o seguinte: no processo eleitoral de 2012, nosso grupamento para apresentar um candidato viável tem que mostrar a população que trabalhou muito, que fez o maior esforço possível e realizou tudo aquilo que era necessário. Eu penso que é mais ou menos assim: faz primeiro o que é necessário; depois, o que é possível e, quando menos se espera, está fazendo aquilo que achavam que era impossível. Cabe ao candidato do governador, que me parece que é o senador Demóstenes Torres, também colher os resultados da administração do Estado. Então eu penso que neste momento não é hora de discutirmos índices, dados, temos de trabalhar.

Euler de França Belém — Por que o senhor acha que ele é o candidato do governador?

Pelo que eu leio na mídia é isso que eu percebo. Pelo menos o que eu vejo é isso, que o Demóstenes é o candidato do governador. Ou não?

Patrícia Moraes Machado — No Congresso da UNE, um dia depois de jantar com o presidente Lula, o sr. falou que, se morresse naquele dia, morreria feliz....

Mas como eu não morreria feliz? A pessoa que eu mais idolatro do ponto de vista de política nacional, com quem eu tinha amizade por nos encontrarmos em eventos políticos, vem jantar na minha casa! Um homem que é uma personalidade mundial veio jantar na minha casa... Claro que eu tinha de dizer que ficaria feliz se morresse no dia seguinte!

Patrícia Moraes Machado — Isso é uma glória política. Mas a glória como administrador, tendo a oportunidade de transformar uma cidade como Goiânia para melhor, é uma oportunidade para poucos. Como o sr. pegou essa cidade e como o sr. pretende entregá-la ao fim deste mandato?

Peguei a cidade em uma situação extremamente favorável, que me foi entregue sem dívidas e com projetos, senão em andamento, pelo menos já pensados. Procurei manter o ritmo e até avolumá-lo. As pessoas percebem isso. Desejo que, além de obras, eu transforme Goiânia em um espaço fraterno, extremamente justo, onde as pessoas têm autoestima elevada, prazer de viver, onde as pessoas entendam que quem está trabalhado por Goiânia está preocupado com a vida delas.

Patrícia Moraes Machado — O sr. garante que, com a formação que tem, vai entregar para o cidadão uma cidade melhor?

Não tenho a menor dúvida disso, pode escrever.

Euler de França Belém — E a cidade? Nós não conhecemos Goiânia. Na verdade, conhecemos regiões. O sr. conhecia Goiânia antes?

Eu conheço bem Goiânia. Conhecia menos, agora conheço mais. Tem gente que fala que eu tenho um GPS na cabeça. (risos)

Euler de França Belém — Goiânia lhe surpreendeu?

Não me surpreendeu porque eu conhecia. E conhecia porque fiz muita campanha eleitoral em Goiânia. Desde 2000 eu ando Goiânia inteira. Eu nasci aqui. Tenho 50 anos de vida, cinco décadas nessa cidade. Um pequeno período da minha vida que eu passei fora. E eu ainda fui vice-prefeito de Iris Rezende, aprendi muito com ele. Então, Goiânia não me surpreende.

Euler de França Belém — Qual será a participação de Iris Rezende em sua campanha?

Tenho certeza de que ele será um companheiro de todas as horas.

Patrícia Moraes Machado — Ele vai ser candidato a vereador?

Eu não tenho conversado com ele sobre o processo eleitoral. Se o ex-prefeito Iris for candidato a vereador, ele sozinho elege 10 pessoas.

Elder Dias — E o PMDB quer que ele seja candidato?

Quem não gostaria? (risos) Mas deixa eu dizer uma coisa, eu não vou me preocupar com campanha por agora. Acho que quem está se preocupando com isso agora é porque não tem nada de ofício ou está deixando de fazer o que teria de ofício. Porque quem tem função pública deveria estar preocupado com seu dever, não com o processo eleitoral.

Euler de França Belém — O que Adriete Elias, de Catalão, está fazendo no seu governo?

Eu a convidei pelo conhecimento que adquiriu como deputada, para trabalhar em simbiose com o governo do Estado, que criou a Secretaria Metropolitana e eu percebi que eu tinha uma secretaria extraordinária vaga. Eu penso que fui o último deputado a modificar com base em lei a formatação da região metropolitana. Então, eu busquei uma deputada que tivesse essa experiência, que servisse esse modelo que também foi proposto pelo governo do Estado, que levou um deputado estadual.

Patrícia Moraes Machado — Como está a sua parceria com o empresário Júnior do Friboi?

Júnior é um grande amigo, assumiu a vice-presidência do PSB. O PSB faz parte da base de sustentação do meu partido.

Euler de França Belém — O sr. demitiu João de Paiva Ribeiro [ex-secretário de Compras e Licitações]. Foi por corrupção?

Nós conversamos com ele, que colocou o cargo à disposição quando houve uma denúncia e ele me disse que se sentiria mais confortável quando a avaliação e todo o processo de investigação fossem concluídos. Eu acatei. Acho que ele estava correto.

Euler de França Belém — E a questão dos salários de Raphael Cupertino e Fernando Contart?

Que bom que você me perguntou, porque não tenho tido oportunidade de explicar isso. O chamado artigo 31 que foi denunciado foi motivo de acréscimo por parte dos vereadores em 2000, de um projeto de lei encaminhado por Nion Albernaz à Câmara, que abordava temas do plano de cargos e salários da Educação, foi emendado pela Câmara há 11 anos. E o prefeito acatou a emenda e sancionou. Portanto, essa lei existe e foi sancionada e homologada pelo prefeito Nion Albernaz. De lá para cá, 1.767 servidores do município utilizaram essa lei para incorporar gratificações. Vamos excluir, desses 1.767, quatrocentos e poucos servidores da Educação. Os cerca de 1.300 não são servidores da Educação. Então, ao longo de 11 anos, mais de 1.300 servidores utilizaram essa solicitação para a incorporação com base na legislação vigente. E a interpretação vem sendo aceita por todos os prefeitos que me antecederam. Não há nenhum ato assinado por mim relacionado a essa lei. Sou o único prefeito nesses 11 anos que nunca assinou ato baseado nessa lei. A última dúvida que houve há anos foi um questionamento sobre essa lei. Uma procuradora assistente se manifestou. A dúvida dela era de que o artigo 31 não cabia em um caso específico, que nem são relativos a esses especificados. Nesse caso, existe um órgão na administração pública municipal que cuida disso, que é o Conselho Superior do Servidor, que disse que aquele servidor ou servidora tinha, sim, direito, com base na legislação, de incorporar esse vencimento ao seu salário. Essa é a verdade dos fatos. Eu, pessoalmente, não tenho um ato sequer assinado. Mas houve uma denúncia, encaminhada por dois vereadores ao Ministério Público, que notificou o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que solicitou a interrupção do pagamento dessa gratificação, até o julgamento em definitivo, para esses servidores e mais três, no total de cinco. Eu solicitei de imediato ao TCM que me informasse como deveria me comportar em relação aos outros, porque eu não quero cometer nenhum ato de improbidade administrativa. Aliás, eu não cometo. Se tem um cuidado que tenho é com a legitimidade e idoneidade de meus atos. Ele me determinou a suspensão de pagamento de 5, mas e dos outros 1,3 mil que não são da Educação? Preciso de segurança jurídica para me posicionar, porque não fui eu que criei a lei, mas ela existe. Até ser modificada, as pessoas ganham na Justiça e quem arca com o ônus é o município. Essa é a verdade. A lei foi criada no governo Nion e vem sendo adotada ao longo dos anos.

“Vamos entregar mais parques este ano”

Cezar Santos — Parques foram prioridade nas administrações Iris Rezende, às quais o sr. tem dado continuidade. Goiânia vai ganhar mais parques este ano?

Sim. Temos 27 parques, ou unidades de preservação, como prefiro chamar. A última, o Baliza, na Região Noroeste, foi inaugurada agora por mim. Temos em execução o do Itaipu, cuja obra foi paralisada temporariamente porque a empresa desistiu. No Parque Campininha das Flores, retomamos as obras definitivamente agora, no aniversário de Campinas. Estamos ampliando o Mutirama, que vai se tornar o maior parque público do País, com a construção do túnel sobre a Avenida Araguaia, reunificando as duas áreas do Córrego Botafogo, como previsto no projeto original de Attilio Correia Lima, da década de 1930. Temos o Parque da Vovó, cujas obras iniciais eu lancei no Parque das Amendoeiras, perto do Cais. Então, resumindo, temos em execução o Parque do Itaipu, a recomposição do Mutirama, o Parque da Vovó e o Campininha das Flores.

Elder Dias — E sobre o projeto Macambira-Anicuns?

O Macambira-Anicuns, iniciado na administração Darci Accorsi, vou conseguir tirá-lo definitivamente do papel. Se não tivermos problemas nos prazos, dentro de dois meses vamos iniciar o processo de licitação das obras. O projeto inicial foi um pouco ampliado, serão 26,5 km de extensão de parque horizontal. Além disso, haverá duas unidades de conservação separadas. Então, somando-se, são sete parques.

Além disso, temos outras unidades que têm problemas técnicos, como o Parque do Jardim Nova Esperança. Ali será preciso uma obra de arte de engenharia para a formação de um lago muito extenso. É preciso uma obra de contensão e de drenagem adequada, os técnicos estão estudando isso.

Essa característica que eu chamo de desenvolvimento sustentável, nem é preservacionista, já está no inconsciente coletivo. Nossa comunidade não aceita mais que Goiânia produza atividades que não sejam limpas. Aliás, essa foi uma das razões que levaram o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e a União Europeia a escolherem Goiânia para implantação do projeto-piloto de Cidades Emergentes Sustentáveis. Fizeram uma seleção entre 500 cidades da América Latina, consideradas de médio porte, de 200 mil a 2 milhões de habitantes, utilizando critérios, para o afunilamento, como IDH [Índice de Desenvolvimento Humano], capacidade do sistema educacional, característica preservacionista e preocupação ambiental e a possibilidade de desenvolvimento de todas as cadeias econômicas ao longo das próximas décadas. Aí, o que me chamou a atenção, segundo eles, é que Goiânia terá, nos próximos 30 anos, crescimento ascendente de todas as suas cadeias produtivas. E um dado que eu não tinha, revelado por eles, Goiânia é responsável por 0,8% de todo o consumo brasileiro. Não sei se isso é para se comemorar, mas não se deve apenas aos goianienses. Goiânia é cêntrica, atrativa para vários municípios brasileiros. Tudo isso mostra que somos mesmo a melhor cidade em qualidade de vida.

Cezar Santos — O sr. lançou um programa de segurança. A Prefeitura vai ajudar na segurança pública?

Hoje [dia 18], lançamos o Programa Goiânia Mais Segura, na Região Noroeste. O projeto inicial vai englobar os Setores Finsocial e Morada do Sol, bairros vizinhos. Esse projeto vinha sendo gestado desde que mandei a reforma administrativa para a prefeitura, criando a Secretaria de Defesa Social. Constitucionalmente é dever da União e do Estado a segurança do cidadão, mas tenho a visão de que o município tem de participar. Para criar essa secretaria, estudamos vários modelos e o que serviu embrionariamente para gestarmos nosso projeto foi o de Diadema (SP), cidade da região metropolitana de São Paulo que tinha índices alarmantes de delitos e de criminalidade. Tive a sorte de conhecer Regina Miki, secretária nacional de Justiça, minha amiga, responsável pelo projeto, e depois José de Filippi Júnior, que foi prefeito por três mandatos e hoje é deputado federal. Foi ele que implantou essa secretaria em Diadema. Colocamos no guarda-chuva da nossa Secretaria de Defesa Social alguns departamentos, como uma agência da Guarda Municipal, um departamento de interação social, um departamento de prevenção e atenção e combate à dependência química, em especial ao crack. Nosso entendimento é de que o município precisa participar. Não adianta só cobrar e deixar por conta do Estado e da União a solução para superar esses obstáculos. No dia da posse do novo comandante do Policiamento da capital, coronel [Sérgio] Katayama, me encontrei com o comandante-geral da PM, coronel [Raimundo] Nonato [de Araújo Sobrinho], com o secretário de Segurança Pública, João Furtado, e disse a eles que tinha uma proposta de trabalho em conjunto num projeto interessante. E depois recebi a visita de toda a cúpula da segurança estadual e então fiz a proposta de limitar uma área geograficamente para atuar nos limites dos deveres de cada uma das instâncias — já que todas são valiosas para se implantar um projeto de segurança. Da nossa parte, colocaríamos a Guarda Municipal e 150 agentes, viaturas e motos, que eu comprei para a Guarda, dentro do padrão estabelecido pela Secretaria Nacional de Segurança, do Ministério da Justiça. Essa Guarda vai agir como polícia comunitária. Precisamos nesse trabalho de uma atuação simbiótica de todas as nossas secretarias, como educação, saúde, esporte e lazer, cultura, trabalho. Obviamente o trabalho ostensivo vai ser feito pela Polícia Militar, no combate direto aos delitos. E a parte de inteligência cabe à Polícia Civil e à Polícia Federal, a qual também convidamos. Então isso mostra que queremos fazer e estamos fazendo. Goiânia está um canteiro de obras, mas não quero ser só um gerente de obras. Tive oportunidade de ter uma escola com um administrador que faz obras como ninguém. Anteriormente tive oportunidade de aprender a administrar, mas, além disso, quero me preocupar com as pessoas.

Euler de França Belém — E como está a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos?

Temos grande preocupação com os serviços públicos e estamos tentando avançar. Dou exemplos do que estamos fazendo já no âmbito da reforma administrativa, que muita gente dizia que era só para acomodação política e, pelo contrário, nós reduzimos postos. Na reforma, transformamos a Comdata [Companhia de Processamento de Dados] em Agência de Ciência, Tecnologia e Inovação, para que tivéssemos um arcabouço tecnológico que dê sustentação para prestação de serviço de qualidade, ágil, rápido e on-line. Hoje em dia, com a tecnologia, não podemos nos limitar a uma prestação de serviço que demande papel, burocracia, obrigando as pessoas a se locomoverem a várias unidades. Um exemplo prático disso: hoje o goianiense entra na internet e tira em segundos o registro de número oficial e do uso do solo para empreendimentos empresariais. Antes, tinha de percorrer vários lugares. Além disso, estamos em fase final de estudos para criar unidades de atendimento mais contemporâneas, que usem de tecnologia embarcada para produzir serviços de qualidade para a população. Por meio do Fundo do Servidor, o IPSM, adquiriu-se uma unidade no Centro para instalar uma agência de atendimento de alto padrão. Esse projeto significa “e-doc” [documento eletrônico], mas tudo isso faz parte de um projeto maior que é o “e-gov”. Queremos transformar a relação do governo com a sociedade. Se estou preocupado com as pessoas, tenho de oferecer um serviço de qualidade a elas.

Euler de França Belém — A área de saúde é sempre problemática. Houve avanço nesse setor em Goiânia?

Goiânia é a capital de melhor qualidade de vida do País, organismos internacionais nos dizem isso. Mas não escondo o sol com a peneira, sei que temos muitos problemas. Precisamos avançar na saúde, na educação. Aliás, fiz compromisso de construir tantas unidades quantas forem necessárias para zerar a demanda no ensino infantil. E lembro que no ensino fundamental não há mais procura, da 1ª à 9ª série todas as crianças têm vagas na rede municipal. No ensino infantil, de 6 meses a 5 anos, ainda temos uma demanda de cerca de 5 mil crianças. Mas temos prazo até 2016, pelo Ministério da Educação, porque o ensino infantil não era responsabilidade do município, só passou a ser com a modificação do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]. Mas pretendo até 2012 zerar essa demanda atual. Precisamos, sim, avançar principalmente nas áreas de atenção humana, na saúde, na educação, na mobilidade urbana, que me preocupa muito.

Euler de França Belém — Ainda sobre saúde, a questão das drogas é muito séria. O que sua gestão está fazendo nessa área?

Nós nos inserimos no projeto do Ministério da Saúde. O ministro Alexandre Padilha (PT) esteve aqui há poucos dias, para assinarmos ordem de serviço para uma obra no Jardim Novo Mundo. Temos alguns CAPs [Centros de Atenção Psicossocial], mas queremos ampliar a rede. Esse projeto tem uma visão global da dependência química. Nós já temos equipes com o chamado consultório de rua, em que os profissionais de acolhimento abordam diretamente pessoas em situação de risco social ou de dependência química, por exemplo, um alcoólatra dormindo em praça pública. Essa equipe tem médicos, psicólogos, enfermeiros etc. Passam pelos ambulatórios, por uma rede hospitalar para atendimento em que a internação seja necessária, já que dependência química é uma doença. Temos já um pronto-socorro psiquiátrico que dá atendimento na porta de entrada para o Sistema Único de Saúde. Esse é o modelo proposto pelo Ministério da Saúde que adotamos em Goiânia.

Patrícia Moraes Machado — O paciente entra pelo pronto-socorro e depois qual é o caminho?

É destinado à rede conveniada do SUS onde haja leito hospitalar para esse tipo de tratamento.

Patrícia Moraes Machado — A Prefeitura tem um projeto para o pós-atendimento inicial?

O pós-atendimento é feito nos CAPs, não só para o dependente, mas também para todo o seu núcleo familiar, que é completamente afetado por uma patologia como essa.

Patrícia Moraes Machado — Hoje, para agendar uma consulta na neurocirurgia na rede municipal em Goiânia, a demora é em torno de seis meses. Uma pessoa que tem a necessidade iminente nessa área pode esperar tanto tempo?

Situações emergenciais são atendidas no pronto-socorro, há essa porta de entrada, o SUS se dissemina. Em Goiânia temos alguns serviços de urgência e emergência nos Cais 24 horas. E há os hospitais do Estado que prestam atendimento emergencial nas situações de traumas, acidentes ou de agudização emergencial nas diversas patologias. A maior parte das patologias neurocirúrgicas, acidentes vasculares cerebrais, hemorrágicos e isquêmicos, é encaminhada aos hospitais de urgências. As consultas são em situações eletivas. Estamos procurando melhorar. Nossa Central de Marcação de Consulta foi premiada pelo Ministério da Saúde como modelo de atendimento e, apesar disso, detectamos necessidade de modificação para humanizar essa relação do paciente com o SUS na prestação de serviço. Racionalizamos as marcações de consultas em termos de horário, escalonando as marcações.

Cezar Santos — Está prevista a construção de unidades?

Vamos construir quatro centros de especialidades espalhados nos quatro polos geográficos da cidade. Vamos construir mais dez Unidades Básicas de Saúde. E vamos construir três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), sendo que uma já foi iniciada no Jardim Itaipu — são unidades de atendimento emergencial. E vamos entregar até o fim do ano um hospital da mulher: a Maternidade Dona Iris deixará de dar só assistência obstétrica à mulher gestante para dar assistência global à saúde da mulher. Vai ser o primeiro hospital da mulher em Goiânia e consegui agora com o ministro Padilha recursos federais para equipá-lo. As obras lá estão em dois turnos, 24 horas por dia, e vamos inaugurá-lo rapidamente. É uma obra com recursos próprios da Prefeitura. Vai ficar fantástico. É uma quadra toda e, ao lado, vamos instalar o Projeto Cegonha, em convênio com o Ministério da Saúde. Nessa casa, para os casos em que a mulher precise ir com mais frequência ao obstetra, ela poderá ficar alojada. Precisou ir ao hospital, é só atravessar a rua. Outra situação, se o bebê tem problema — nasceu prematuro, por exemplo — e precisa de atendimento de terapia intensiva, ele fica na UTI do hospital — serão duas UTIs lá — e a mãe fica alojada na casa, perto da sua criança. Já pensou a comodidade para uma mãe que mora no Bairro Floresta [região Noroeste de Goiânia], por exemplo, bem distante da Vila Redenção, onde fica o hospital da mulher?

Patrícia Moraes Machado — Qual solução para a falta de UTIs em Goiânia, um problema recorrente?

Contratamos agora mais leitos de terapia intensiva, melhorando a remuneração. Praticamente triplicamos a remuneração que era paga por esses leitos. Nesse aspecto há um problema, do qual não reclamo, mas faço observação. Conversei com o secretário estadual de Saúde, porque precisamos de auxílio do Estado. De cada três atendimentos feitos em Goiânia diariamente, dois vêm de 550 outros municípios. Goiás tem 246 cidades. Mas vem se tratar em Goiânia gente do Acre, do sul do Pará, do Tocantins, do Maranhão, do Distrito Federal, do oeste da Bahia, vem gente de todas as regiões. Goiânia é um polo de atratividade, de excelência. Têm casas de outras prefeituras, até de outros Estados em Goiânia. Não reclamo, mas isso sobrecarrega nossas unidades. Quando vamos ao Ministério da Saúde propor programas, só podemos fazer com base em nossa população, não posso pedir recursos considerando que atendemos três vezes mais. Do ponto de vista das cadeias produtivas, não é ruim essas pessoas virem para Goiânia. Elas gastam com alimentação, fazem compras, usam serviços variados, movimentam as cadeias produtivas. Em alguns casos, até recebemos a posteriori os recursos do tratamento pelo SUS quando há pactuação dos municípios. Então, do ponto de vista econômico, pode-se dizer que não é ruim essas pessoas virem, mas do ponto de vista de ocupação das nossas unidades é muito ruim. Elas são planejadas para “x” e atendemos “3 x”. E não há como planejá-las para mais porque os critérios adotados pela União são por base na população medida pelo IBGE. Em recente reunião de prefeitos de capitais, em Belo Horizonte, vimos que todas as capitais vivem o problema, não é só Goiânia. Queremos discutir isso com o Ministério da Saúde. Falei com o ministro Padilha, mas isso passa por mudanças na legislação, por votação no Congresso, não é tão simples porque são recursos federais.

Patrícia Moraes Machado — Diante de toda essa demanda que o sr. cita, não seria interessante construir um hospital do município, com UTIs e toda a estrutura?

Criaríamos outro problema. Há um fortalecimento do Estado fiscalizador e enfraquecimento do Estado executor - isso é minha opinião, que pode ser contestada. Fazer obra ficou muito complicado no Brasil hoje. Por exemplo, tenho recurso de caixa para promover melhoria na remuneração dos servidores, mas não posso fazer, porque meu gasto com folha atingiu o limite prudencial que a legislação determina. Para o Hospital da Mulher, vou ter de contratar mais 800 profissionais, tenho de ter um cuidado muito grande sob risco de estourar o limite. O problema então não é construir uma escola, um CMEI, um hospital de urgência. Isso é relativamente fácil. O problema depois são os recursos humanos para manutenção dessa estrutura que for construída. A legislação me limita, não posso contratar, não posso aumentar salários. Se construir um hospital, como vou fazer?

Patrícia Moraes Machado — Então o sr. não pode aumentar o piso salarial do médico?

Eu sancionei o projeto gestado pelos médicos, pelo SindSaúde com representação de todas as entidades. O plano foi aprovado agora e é um dos mais modernos do País. E deve ter um repique salarial em agosto e outro no final do ano. Mas se você estiver se referindo ao piso nacional salarial que as entidades estão propondo, aí tem de passar no Congresso Nacional.

Patrícia Moraes Machado — A queixa dos médicos é sobre o piso nacional. Mas o que pergunto é o seguinte: o médico ganha “x” na Prefeitura. Se quiser aumentar para “mais x”, o sr. pode?

Somos favoráveis ao piso nacional, mas na Prefeitura não posso aumentar o salário dos médicos porque estou no limite constitucional. Eu posso gastar até 54%, mas é errado. Tem de ter uma margem porque às vezes surgem alterações que não estavam previstas. Você em uma situação emergencial precisa fazer contratos, têm também os repiques, os planos de cargos e salários, reposição salarial... Dei uma reposição salarial esse ano que ninguém deu em Goiás. O Estado está propondo, salvo engano, 1 vírgula alguma coisa; o nosso foi 6,75%, que é uma reposição inflacionária, fora os ajustes dos planos de cargos e salários.

Euler de França Belém — O sr. já falou sobre o assunto, mas o [médico] Dráuzio Varela escreveu um artigo interessante na “Folha de S. Paulo” sugerindo a internação de usuários de drogas pesadas.
Para deixar bem claro: sou contra [internar]. Eu adotei a tese. Isso está ultrapassado no País. A tese hospitalocêntrica do tratamento da doença mental está ultrapassada. Não, eu não disse que não pode internar. Não foi isso que eu disse.

Euler de França Belém — O sr. falou para mim que é contra o Credeq.

O Credeq está sendo citado agora.

Euler de França Belém — O sr. me falou na semana passada.

Eu não tenho dúvidas em afirmar que um hospital isolado para tratamento de uma doença mental é uma posição já superada no País e no mundo. Não há por que em um hospital geral não ter uma enfermaria — ou leitos privados, apartamentos — dedicada a essa área, uma doença como as outras.

Euler de França Belém — O HDT [Hospital de Doenças Tropicais] está ultrapassado?

Não, o HDT é um local de tratamento de doenças infectocontagiosas, que em algumas situações precisam de tratamento sob isolamento para evitar a cadeia de transmissão.

Patrícia Moraes Machado — A proposta da prefeitura é buscar os doentes e levá-los para um tratamento?

As pessoas chegam em uma situação aguda no pronto-socorro. Numa situação que não seja de agonização elas entram num sistema ambulatorial e se precisarem de internação são encaminhadas para os leitos hospitalares que são comprados ou nós temos na nossa rede própria.

Patrícia Moraes Machado — Hoje, a gente teria como buscar essas pessoas nas ruas e levá-las para onde? Não há leitos.

Nós não temos leitos suficientes em Goiânia em algumas situações em razão do que já expliquei. A nossa rede de assistência de saúde se fosse só para os nossos usuários estaria dimensionada de forma adequada.

Patrícia Moraes Machado — E o tratamento compulsório de três meses? Não tem como fazer tratamento compulsório?

Tem. É o seguinte: hoje em dia os CAPs são criados modernamente, inclusive com áreas acessórias, para pessoas que possam ficar por um período mais longo, mas numa convivência não hospitalar. É quase uma casa de acolhida e recuperação. Os CAPs modelos são pensados. Neles a pessoa tem um tratamento ambulatorial multidisciplinar.

Patrícia Moraes Machado — Quantos CAPs modelos Goiânia precisaria?

Não sei mensurar, mas nós temos previstos para Goiânia mais quatro.

Cezar Santos — Sobre a questão de entrosamento das Secretarias Municipal e Estadual [de Saúde], em um passado recente seu ex-secretário Paulo Rassi ficava de bate-boca com a secretária estadual, principalmente na história da dengue. Agora tem um entrosamento maior entre prefeitura e Estado?

Acho que vocês têm percebido isso, não têm? Volto a repetir: nosso objetivo é humanizar nossos programas e projetos. Quando inauguro uma praça não fico pensando em quantos sacos de cimento gastei, não é isso que me atrai. Eu olho o que tem de ser feito. E nós estamos fazendo muito. Temos atuado em tudo que o Estado nos propôs, uma relação institucional que traga resultados positivos para a sociedade goiana, de forma imediata, aberta e tranquila. Um exemplo são as obras urbanísticas do Estádio Serra Dourada para receber aquele jogo [Brasil x Holanda, em junho]. Acho que ficou claro que nós atuamos independentemente de matiz ideológica, de sermos partidos de oposição, de governos que não foram eleitos dentro do mesmo processo eleitoral. Agimos de forma republicana e tranquila. E tem sido assim, acho que nesse ponto mereço reconhecimento. A relação que percebo entre Elias Rassi [secretário municipal de Saúde] e Antônio Faleiros [secretário estadual de Saúde] tem sido a mais madura, republicana e tranquila possível.

Euler de França Belém — O problema da dengue não está resolvido. Mas como está?

Está bem equacionado. Houve uma redução significativa. A dengue tem de ser atacada não só pelo poder público, municipal ou estadual, mas com a participação ativa da sociedade organizada e a conscientização das pessoas. Porque esse é um problema endêmico que, se não tratado, pode vir a ser epidêmico algum dia. Goiânia nunca teve surto epidêmico. Nós estávamos em uma situação de endemia, que é uma situação que nós temos de conviver com ela até que se encontre uma solução definitiva. Goiânia está participando de um estudo multicêntrico internacional como um dos polos da evolução da criação da vacina definitiva da dengue. Tem um polo na América Latina, uma parte no México, outra no Brasil, um módulo na Austrália e outro na África.

“Mobilidade me preocupa muito. Temos de proteger o pedestre”

Euler de França Belém — O sr. está demonstrando preocupação com a questão da mobilidade urbana. Como o sr. vê essa situação?

Fiz duas obras grandes na Perimetral Norte. Na BR-060 vão ser unidas duas faixas da região Oeste, bairros que eram incomunicáveis e que tinham problema de segurança, de fluidez e de mobilidade. Só em Goiânia tem quatro obras de engenharia [na BR-060]. Tem um viaduto no final da Vila Canaã, na Vila Mauá, saída para Guapó. Na saída do Setor Goiânia Viva tem outro; ao todo, são quatro viadutos com passagens de nível. A BR-060 é hoje a maior obra de área do País.

Patrícia Moraes Machado — E a respeito de quem não usa carro?

O elo mais fraco e o mais importante é o pedestre dentro do conceito de vida no qual acredito, que é preservá-la e dar qualidade de vida para as pessoas. O que nós estamos fazendo? Estamos aparelhando a Agência Municipal de Trânsito para que ela tenha condições de orientar, educar, fiscalizar. Há uma associação entre Secretaria de Educação e AMT para desenvolver projetos. Nós desencadeamos uma campanha que merece reforço, que é a campanha da faixa de pedestre. Não há por que Brasília, a 200 quilômetros, respeitar a faixa de pedestre e Goiânia, não.

Elder Dias — Por que isso acontece, prefeito?

Porque está faltando uma movimentação que conscientize a população da importância disso. Porque na faixa de pedestre pode estar você, eu, meu filho, meu neto, minha companheira, seu amigo, enfim, qualquer um pode ser atropelado se ela não for respeitada. Falta uma conscientização e ela não deve vir só do poder público.

Euler de França Belém — Há também faixas apagadas pela cidade.

Ontem fiz uma vistoria no Jardim América e no Setor Bueno. Estamos, além dos mutirões a cada 15 dias, fazendo frente de serviço semanalmente. As frentes de serviço fazem, dentre outras coisas, a revitalização das praças. Se você passar hoje nos cruzamentos onde há faixas no Setor Bueno e Jardim América vai ver que estão todas novas. Só que nós temos limitação de equipes para fazer tudo de uma vez. Nós temos dois meses de campanha, mas precisamos reforçar. Conseguimos recursos agora para um projeto no núcleo original de Goiânia, na área que chama de “véu da santa”. Conseguimos recursos do Ministério de Turismo e do PAC das Cidades Históricas, que foi lançado em Ouro Preto. A gente conseguiu colocar Goiânia e angariar recursos para padronizar os calçamentos, porque as calçadas, além de acessíveis, precisam ser padrão para não provocar acidentes. Não só para quem é deficiente, mas algumas pessoas têm limitação de mobilidade. Então nós estamos cuidando do pedestre e precisamos de sinalização horizontal e vertical adequada. Estamos fazendo uma licitação do chamado mobiliário urbano, nunca feita em Goiânia, para sinalizar a sociedade de forma adequada. Na minha administração fizemos algumas sinalizações turísticas, com placas diferenciadas, de cor marrom, em pontos que são considerados pelo Ministério de Turismo como pontos de atração turística.

Elder Dias — E quanto às ciclovias?

Todos os nossos parques têm ciclovias. O Macambira–Anicuns terá 53 quilômetros de ciclovia. O novo Parque Mutirama tem ciclovia. Eu conversei com as entidades representantes locais, não só os que utilizam a bicicleta para esporte, mas também aqueles que a têm como meio de transporte e definimos, a pedido deles — não era meu desejo inicial — que a primeira ciclovia implantada começaria no início da BR-060, na Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, passando pela Avenida São Francisco, cortando o Setor Santa Genoveva de um lado e o Jaó do outro, indo até a Avenida Independência e chegando ao terminal da Praça da Bíblia. Essa foi a proposta deles. Quando fomos executar, do ponto de vista técnico, vimos que serão necessárias várias modificações que não dependem só de nós, mas da Saneago, de empresas de linhas telefônicas. Esse processo técnico é complexo. Temos de fazer de modo que a pessoa tenha segurança. Porque se eu jogar a bicicleta de qualquer forma no meio desse trânsito, que em alguns momentos é transloucado, vou submeter o ciclista a riscos. Além disso, estamos estudando outras alternativas.

Cezar Santos — E o que o sr. diz da utilização do veículo automotor individual?

Eu estive em Cartagena para uma reunião e lá havia representantes de várias cidades europeias, inclusive Madri. Guardadas as devidas proporções, Madri vive o mesmo problema que nós [vivemos], sendo que Madri tem transporte coletivo de excelência, coisa que nós ainda não alcançamos. Mas vive problemas semelhantes aos nossos, avenidas e ruas completamente obstruídas e com dificuldades de fluxo. Escolhemos ser cidades-irmãs e agora em agosto eles vêm conhecer nossa realidade e dar opiniões. Mas, sobre o trânsito de veículos automotores, o que nós precisamos? Primeiro, fazer operações pontuais que dão maior fluidez, o que estamos fazendo, como a duplicação de via na região Norte [Avenida Pedro Paulo de Souza, no Setor São Judas Tadeu], abrindo rotatória na Perimetral Norte; na confluência da Goiás Norte com a Avenida Nerópolis, no início do Balneário Meia Ponte, abrimos rotatória e colocamos semáforo, iluminando a Nerópolis até chegar no Campus Samambaia; duplicamos a Avenida C-267 no Parque Amazônia; estamos duplicando a Avenida T-8, criando um novo corredor. Enfim, temos várias alterações pontuais, além disso precisamos de obras estruturais em alguns pontos de estrangulamento. Por exemplo, precisamos concluir a Marginal Botafogo entre as Avenidas 136 e 2ª Radial, na Vila Redenção. Ainda na Marginal Botafogo, temos alguns pontos de estrangulamento para os quais estamos licitando as obras, vamos fazer dois viadutos porque nós temos um estudo de tráfego que mostra que 25 mil carros que passam lá por dia passam direto, sem usar os retornos. Também tiramos alguns retornos, sincronizamos sinais, colocamos faixa indutora na Praça Cívica, para mudar o semáforo de acordo com o volume de carros.

Euler de França Belém — E a questão do parquímetro?

Está em licitação, na fase de formatação do edital para ser apresentado à praça, como eles falam.

Patrícia Moraes Machado — Além dos viadutos, quais ações há para melhorar o transporte?

Nós temos um transporte coletivo que é motivo de visitação de todos os Estados do país. Temos o maior índice de frota acessível do País, a frota mais nova do país em circulação. Por conta disso, você quer que eu diga que o nosso transporte está uma perfeição? Não está.

Elder Dias — E por que é tão criticado?

Precisa melhorar. As pessoas reclamam com razão. Nós temos alguns gargalos. Nós só temos hoje dois terminais novos e um em execução. Temos o Terminal Cruzeiro do Sul, de que não temos uma reclamação. No Terminal Bandeiras, o projeto arquitetônico deveria ter dado maior largura à cobertura a algumas das plataformas para proteger o usuário do sol e da chuva. Vamos fazer essas correções. Não é muita coisa, mas provoca insatisfação nas pessoas. O grande problema do transporte não é a frota. Tirando a frota do Eixo Anhanguera — que eu renovei o contrato com o Estado —, a nossa é a mais nova do País, do ponto de vista médio. Os terminais do Eixo realmente estão numa situação lastimável. Não é transferindo responsabilidade, mas o Estado se comprometeu a renovar a frota, a participar do projeto global de transporte urbano e a restaurar e construir os novos terminais e novos ramais, na região Noroeste. O maior problema do nosso transporte coletivo é o tempo de percurso, está muito abaixo das necessidades. Para isso precisamos da implantação de corredores ou exclusivos ou preferenciais. Nós agora conseguimos recursos para implantação definitiva disso nas Avenidas T-7, T9 e Mutirão. Agora, conseguimos mais recursos para a licitação. E nós vamos licitar, com recurso internacional, o corredor Norte-Sul com o BRT (“bus rapid traffic”), o “ônibus rápido”. São ônibus modernos, sincronizados, usados no mundo todo. O projeto arquitetônico está pronto e humanizado. As pessoas vão ter prazer em usar e serão respeitadas. Então, eu vou fazer, até o fim do mandato, um trecho grande do BRT.

Euler de França Belém — E o VLT [veículo leve sobre trilhos], no Eixo Anhanguera, vai ter um trabalho confluente? Como vai ser?

O projeto de mobilidade é multimodal e tem de ser único.

Elder Dias — O que eu vejo é que essas coisas são feitas à parte. Por exemplo, o VLT, o BRT e a questão das ciclovias. Qual é o plano de mobilidade que existe em Goiânia?

Com toda a humildade, você está equivocado. Vou dar um exemplo prático. Nós renovamos a concessão e apresentamos ao governador as premissas que a CMTC entendia serem necessárias para renovação da concessão. Ele apresentou a vontade dele de execução do VLT, que é mais caro, é diferente do Eixo Norte-Sul, que é BRT. O governador acredita que o VLT é o ideal para um Eixo de maior demanda, como o Anhanguera. Hoje são mais de 200 mil usuários diariamente. Respeito os técnicos do Estado e a decisão do governador e me somei a ela e o auxiliei. Vou dar um exemplo de que as coisas são pensadas conjuntamente. No PAC da Mobilidade eram destinados a Goiânia R$ 450 milhões, e era preciso nossa homologação. Nós fechamos com o Ministério das Cidades que R$ 225 milhões de recursos viriam para o município de Goiânia; R$ 225 milhões nós repassamos para o governador do Estado, para que ele realize o projeto executivo e dê início ao VLT. Não há diálogo?

Euler de França Belém — Goiânia tem um Plano Diretor. Como foram feitas então aquelas obras do Setor Goiânia 2 [paralisadas por suspeita de terem sido aprovadas em área de preservação permanente]?

O Plano permite.

Euler de França Belém — Se houver alagamento e morrerem pessoas?

Aquilo está em reavaliação e me parece que a própria empresa teria decidido a exclusão de duas ou três torres para atender aqueles que têm uma posição mais extremada quanto à visão de preservação dos mananciais ou das áreas de inundação. Mas nada é aprovado fora do Plano Diretor. Se você me falar que o Plano Diretor — que aliás está em revisão — precisa tomar nova formatação eu posso concordar, mas que os empreendimentos são aprovados dentro do plano vigente, isso é. Vou dar um exemplo: quando nós éramos crianças, havia essa preocupação ambiental, preservacionista que existe hoje? Não. Então algumas áreas que foram desmatadas por homens da época se encontravam sob a égide da legislação daquele momento. Obviamente que a sociedade evolui e produz legislação de acordo com seu tempo. Agora, que tudo é feito dentro da legislação vigente, é. Se a legislação está precisando de revisão é outro aspecto.

Elder Dias — Desde a criação de Goiânia previa-se a prudência com a ocupação da região norte de Goiânia, por conta dos mananciais, altamente recomendável. Isso ficou registrado em vários documentos.

Attilio Corrêa Lima previu o Parque Botafogo em 1934, salvo engano. Ele foi antropizado [modificado pelo homem]. Em 2011, o prefeito Paulo Garcia, portanto 77 anos depois, resolveu recuperar a área que foi antropizada pelo homem. Existem previsões de Attilio que nem ele imaginava. E aí não é erro dele. Nem de Pedro Ludovico ou de outros urbanistas daquela época. Por exemplo, ninguém previa que a Avenida Araguaia ou a Tocantins que tem a mesma largura desde aquela época fosse ter o número de veículo que temos hoje. Eu vou criticar o Attilio Corrêa Lima? Isso são adaptações de acordo com as épocas.

Elder Dias — O secretário de Planejamento, Roberto Elias, é favorável à construção de condomínio fechado às margens do lago do reservatório do Ribeirão João Leite?

Não, existem impedimentos legais. Tem área de preservação. Ele não descumprirá a legislação. Existe uma lei impeditiva, não existe como construir.

Elder Dias — Mas por que o senhor acha que ele deu essa sugestão?

Primeiro que eu não vi. Não sei se a interpretação do que foi editado foi exatamente o que ele quis dizer ou se não soube interpretar. Existem leis. Ninguém faz nada fora da lei.

Euler de França Belém — O senhor desistiu da revitalização do centro de Goiânia?

Desisti? Eu fiz uma recuperação da Avenida Goiás adotando o modelo original do Attilio Corrêa Lima. Estamos adquirindo alguns imóveis na região central para oferecer prestação de serviço, porque não acredito em um termo chamado de “revitalização do Centro”, eu prefiro chamar de “reocupação do Centro”. Para ele se revitalizar, precisa ter ocupação noturna e diurna. Precisa ter cadeias produtivas e projetos habitacionais. Nós estamos trabalhando isso.

Patrícia Moraes Machado — Como está a cultura?

Lancei a 2ª edição, ampliada, da Revirada, uma adaptação da que existe em São Paulo. Encaminhei à Câmara e foi aprovado o plano de cargos e salários da Orquestra Sinfônica Municipal, que deu dignidade e segurança laboral para os músicos que agora têm salário digno e podem se dedicar. Nossa Orquestra Sinfônica foi convidada para apresentação na Europa neste segundo semestre. Estamos em execução da obra de Casa de Vidro.

Euler de França Belém — O que é, exatamente?

Vai ser um espaço multifuncional para diversas manifestações culturais. A Casa de Vidro é um equipamento multifuncional para as diversas manifestações culturais de Goiânia. Teremos teatro, cinema, música, artes plásticas, área para museu. Vai ficar lindo. São duas cúpulas completamente de vidro. A base de sustentação é em concreto, subterrânea. Mas tenho certeza também que será um ponto de atração turística em Goiânia.

Patrícia Moraes Machado — Para quando?

Para o mais rápido possível.

Euler de França Belém — Um vereador do PSDB fala que o senhor é negligente com a área social. Como o senhor responde essa crítica?

Com trabalho.

Euler de França Belém — Mas o que o senhor fez nessa área?

Acabei de te dar um exemplo. Não cabe à Prefeitura cuidar da segurança e eu criei o projeto Goiânia Mais Segura. Tudo o que eu faço é preocupado com as pessoas. Talvez as pessoas não estejam andando por Goiânia e percebendo o que está acontecendo.

Euler de França Belém — O senhor não está só feliz. A gente sente que o senhor está bem fisicamente...

Por dois motivos. Aliás, vou dar essa receita para as pessoas que querem perder peso corporal. Primeiro, se tornem prefeitos de Goiânia e trabalhem dia e noite, sábado e feriado e não tenham férias. Depois, tenham maior cuidado com a atividade física e façam uma restrição nutricional e dietética. Não tem como não perder peso.


Fonte: Jornal Opção