Roubo de veículos chega a 14 por dia
Apenas neste ano, até o último dia 12, registros apontam para mais de 4 mil ocorrências.
Cerca de 14 veículos por dia. Essa é a média de automóveis que foram alvo de roubos e furtos em Goiânia e na região metropolitana até o último dia 12. Ao todo, 4.606 ocorrências do tipo foram registradas pela Delegacia Estadual de Furtos e Roubos de Veículos (DERFRVA) apenas neste ano. Desses, 3.389 veículos foram recuperados pela Polícia Civil de Goiás, representando um total de 73,53%. No total, 539 pessoas foram presas por participação em crimes desse tipo.
Neste mesmo período no ano passado, 4.803 veículos haviam sido tomados por criminosos na capital, sendo que 3.360 tiveram recuperação. Para o delegado titular da DERFRVA, Edson Carneiro, os números são aceitáveis, apesar de, ainda, não representarem o ideal. O que deve ser levado em consideração, de acordo com ele, é o cruzamento da quantidade de automotores rodando com a de policiais atuando. As duas situações, segundo ele, são desproporcionais, daí um dos motivos para que os resultados não sejam tão positivos.
Para dificultar o trabalho da Polícia Civil, Carneiro comenta que, somente nesta semana, houve cinco ocorrências de comunicação falsa de crime. “As pessoas vêm aqui e registram o Boletim de Ocorrência, mas quando vamos apurar o caso descobrimos que se trata de golpes no seguro do veículo ou confusões entre o proprietário e terceiros, por exemplo”, afirma.
Além disso, os problemas não param por aí. O delegado explica que muitos menores são pegos envolvidos em roubos e furtos de veículos, no entanto, o trabalho da polícia acaba sendo comprometido, já que os jovens são soltos logo em seguida. “Só em dezembro, tivemos 25 carros roubados por menores. Eles foram detidos pela Depai (Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais) e liberados, ou seja, eles voltam para as ruas e cometem os mesmos crimes”, frisa.
Arrombamentos
Outro tipo de ocorrência bastante comum na capital são os arrombamentos, quadro que não faz parte dos dados apurados pela DERFRVA, já que são registrados em diversos distritos policiais. As situações mais comuns de roubo ou furto acabam sendo potencializadas pelos próprios donos dos veículos, especialmente nesta época do ano. Com a chegada do Natal e Ano Novo, a tendência são lojas e shoppings lotados e, com isso, sacolas e objetos de valor no interior dos carros. “Para piorar ainda mais, as pessoas acabam deixando seus veículos em lugares sem movimentação, sem iluminação e, muito menos, segurança. Em outras palavras, dando brecha para o perigo”, alerta.
Polícia orienta sobre situações de risco
O comandante do policiamento da capital, tenente-coronel Márcio Gonçalves de Queiroz, garante que a população goiana deve estar ciente das situações de maior risco quando o assunto é roubo e furto de veículos. De acordo com ele, os bandidos têm preferência por modelos de automóveis que tenham facilidade para serem clonados, em geral, carros populares. Já os considerados de luxo são tidos como moeda de troca por drogas e, na maioria dos casos, acabam indo para outros Estados e até países.
Por isso, é preciso estar atento às recomendações que, se seguidas, podem diminuir as chances de ser mais uma vítima. O comandante Queiroz orienta não estacionar em locais abandonados ou escondidos de movimentação. “Prefira locais onde haja maior movimento de pessoas; opte por estacionamentos privados. Não fique dentro do carro parado enquanto aguarda pessoas. Desça, tranque o veículo e se afaste, de forma que o bandido não associe a pessoa ao automóvel”, alerta.
Experiência foi traumatizante”, diz vítima de assalto
Era quarta-feira, por volta das 19h30. A administradora Daniela Paula Campos, 37, estacionava seu carro em frente ao prédio onde vive a sogra, no Setor Bueno. Junto com ela, estava a filha de apenas 12 anos. Quando menos esperava, um homem armado apareceu e a ordenou a sair do veículo. Naquele momento, Daniela se tornava mais uma vítima nos índices da Polícia Civil de Goiás. No dia seguinte, o automóvel foi recuperado em um motel, com o assaltante e uma menor. Mas o trauma de ter vivido uma situação de risco ficou para sempre.
“No outro dia, o delegado mostrou a arma usada e era de brinquedo, mas na hora não percebi, preferi entregar o carro e não reagir, mesmo porque estava com a minha filha. Foi uma experiência traumatizante. O sentimento que fica é o de impotência e indignação porque a gente trabalha tanto para conseguir as coisas e, de repente, surge uma pessoa e simplesmente leva embora”, desabafa Daniela.
Depois do trauma, a administradora conta que sempre fica apreensiva quando vai estacionar em algum lugar, principalmente se for à noite. “A gente nunca sabe o que nos aguarda”, diz.
Outras orientações:
-Não pare o veículo e fique falando ao celular, pois o bandido pode se aproveitar dessa situação para cometer o assalto;
-Nas situações em que precisar permanecer dentro do carro, fique com as portas trancadas. O criminoso irá procurar o alvo mais fácil;
-Películas nos vidros do carro dificultam a visibilidade do assaltante, portanto, ele não sabe identificar quantas pessoas estão dentro do veículo;
-Se possível, utilize as tecnologias para dificultar a ação de bandidos ou para recuperar o automóvel (como rastreadores e bloqueadores de combustível);
-Não ostente aparelhos de som potentes e acessórios automobilísticos de valor, pois atraem o olhar da criminalidade.
Fonte: Jornal O Hoje