Oferta de imóveis em baixa na Capital

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Pesquisa do Creci-GO mostra que novembro apresentou menor oferta de imóveis à venda em relação aos cinco últimos meses deste ano.

Este fim de ano está marcado pela baixa oferta de imóveis usados e de terceiros à venda em Goiânia. Novembro apresentou a menor oferta de imóveis à venda em relação aos cinco últimos meses de novembro de acordo com pesquisa realizada pelo Grupom Consultoria e Pesquisas para o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Goiás (Creci-GO), com base em ofertas anunciadas.

O presidente do Creci Goiás, Oscar Hugo, diz que é preciso levar duas hipóteses em consideração: “A oferta existente realmente diminuiu ou o mercado não está comprador e as pessoas não quiseram anunciar, se for por falta de produto, os anúncios podem ser menores por até seis meses”. Ainda afirma que grande parte da pesquisa é com imóveis usados, portanto, a diminuição da oferta pode ter ocorrido por ser difícil a reposição depois de um grande número de vendas até outubro.

Se comparado com o mês anterior, a queda foi de 12,5%, e em relação a outubro de 2011, uma baixa de 15,7%. “É preferível ter equilíbrio, precisa haver prevalência da oferta e procura, se tiver muita oferta, o preço cai e quando está raro, o preço sobe”, explica o proprietário da Construtora Consciente e presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Ilézio Inácio Ferreira.

Mas Oscar Hugo diz que não tem como ter oferta equilibrada com a demanda. “É fator de mercado, cada momento uma vai estar em alta em oposto à outra, e é melhor que a demanda esteja maior do que a oferta, porque, assim, é possível saber o que lançar”, declara.

De acordo com dados da Ademi, em 2011, havia 13 mil unidades à venda, entre casas de condomínio fechado, apartamentos e salas comerciais. Neste ano, até então, o número é 10 mil. “Teve uma redução de lançamentos de 58% este ano em relação ao ano passado, foram 11.830 mil em 2011 e 5 mil este ano, isso ocasionou na baixa de ofertas”, conclui Ilézio Ferreira.

Ele ainda emenda que essa baixa não aconteceu somente por conta dos lançamentos, mas houve uma retração efetiva em relação a 2011. “É reflexo da economia, o PIB deve amargar em volta de 1%, enquanto o mercado imobiliário esperava que ficasse em torno de 3% a 4%. As medidas que a Dilma está tomando ainda não surtiram efeito.”

DEZEMBRO

Porém, a pesquisa revelou que a menor oferta foi encontrada em dezembro de 2010, quando houve 60.182 anúncios, já que o último mês do ano, não é um bom mês para se vender imóveis.

“Por conta das festas de fim de ano, as pessoas não fazem quase nada depois do dia 20, e só voltam a trabalhar efetivamente lá pelo dia dois, quando voltam a pensar em imóveis e o mercado volta à normalidade”, diz o economista e presidente do Creci-GO, que ainda diz que neste mês a oferta deve ser ainda menor do que a de novembro.

APARTAMENTOS

A queda percebida na oferta de apartamentos foi de 7,2% com relação a outubro. Se considerado não os apartamentos de terceiros, mas os usados, o presidente do Creci diz que a oferta está menor porque realmente tem menos apartamentos usados disponíveis para venda. “As pessoas preferiram comprar imóveis usados este ano, porque os preços são acessíveis, já houve valorização e agora está estável, enquanto o preço do novo é bem variável. Então, muitos acreditam ser melhor reformar um usado, além de que já está pronto”, diz ele.

Já os apartamentos de cobertura, tiveram um aumento de 12,5% de sua oferta. Segundo a pesquisa, uma explicação é que os proprietários podem ter adquirido imóveis novos e disponibilizaram suas coberturas para venda.

CASAS

A oferta de casas teve uma porcentagem de queda ainda mais significativa do que a de apartamentos, 17,5% sobre o mês de outubro.

Para as casas em condomínio fechado, o resultado foi inverso, com um crescimento nos últimos três meses e, se comparado com o mês passado, relativo a 7,1%. “Foi questão de oportunidade, os condomínios horizontais levam muito tempo para serem aprovados, acumulou muito, e, agora, tem uma oferta grande”, explica o presidente da Ademi. Oscar Hugo concorda e diz que como muitos loteamentos foram aprovados a oferta é maior.

SALAS COMERCIAIS

A oferta de imóveis comerciais à venda no geral também apresentou queda com relação a outubro, neste caso de 5,9%. Porém, as salas para escritórios mantiveram estável. “As salas tiveram uma valorização menor neste período, porque a oferta foi grande, por isso ficaram estáveis”, afirma o presidente do Creci.

De acordo com o presidente da Ademi, o que fez com que as salas mantivessem o mesmo nível, foi a grande quantidade de lançamentos neste ano. A associação informou que foram cinco em 2012, destes, três no Jardim Goiás, o Metropolitan Business, da EBM; o Two Hands, da Queiroz Silveira; e o Flamboyant Park Business, da Opus e Flamboyant Urbanismo; e os outros dois no Setor Bueno, o Focus Business Center, da Brookfield; e o New Times Square, também da Opus.

LOTES

A queda na oferta de lotes se destacou em Aparecida de Goiânia com 15% em relação a outubro, sendo que vem caindo desde junho. Em Goiânia, a queda foi menos acentuada com 2,8%, porém, é constante desde dezembro de 2011.

“A tendência é diminuir mais ainda, porque se o mapa de Goiânia for verificado, é possível ver que tem pouco espaço disponível e o preço está alto”, informa o presidente do Creci. A pesquisa ainda propõe que justamente por causa deste alto preço, muitos proprietários não queiram vender por agora, já que têm garantia de valorização ainda maior.

Fonte: Diário da Manhã