Goiás lidera lista de prisões por fraudes em vestibulares de medicina
PF divulgou lista de universidades vítimas de golpes. Entre elas, duas são de Goiás
Ketllyn Fernandes
A lista das 38 instituições de ensino superior vítimas de fraudes em vestibulares de medicina foi divulgada nesta sexta-feira, 14, pela Polícia Federal. Entre elas, duas são goianas: a Universidade de Rio Verde e a Unievangélica de Anápolis. A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), embora tenha chegado a anular um vestibular em junho deste ano devido à fraude na prova de medicina, não consta na listagem da PF.
Goiás acumula o maior número de prisões: 28 (cumpridos 22 mandados de prisão em Goiânia, 7 em Aparecida de Goiânia e 1 em Anápolis). Em todo o Brasil, 52 suspeitos foram presos por envolvimento em fraudes nas 38 faculdades.
Em Goiânia, um médico, quatro empresários e um engenheiro foram presos por envolvimento no esquema. Sete quadrilhas atuavam no Brasil, sendo que o caso começou no Estado do Espírito Santo (ES). Com as investigações, os outros grupos foram descobertos, bem como a forma de hierarquia deles.
Goiânia foi apontada pela PF como sendo um ponto de apoio às demais regiões em que as quadrilhas atuavam. Em junho, o PUC-GO teve de ser anulado e refeito após a prisão de duas pessoas que tentavam fazer a prova para medicina no lugar de outras. Em novembro último, um rapaz de Minas Gerais foi preso em Anápolis ao tentar fazer o vestibular da Unievangélica de medicina.
Essas faculdades já cogitam a possibilidade de, após ser notificadas, pedirem a expulsão dos alunos ingressos no curso por meio de golpe.
Depois de um ano e seis meses de investigações, a PF deflagrou na última quarta-feira, 12, a Operação Calouros, que resultou na desarticulação de sete quadrilhas especializadas em fraudes em vestibulares de medicina. O grupo atuava em dez estados mais o Distrito Federal.
Conforme as investigações, em cada edição dos vestibulares as quadrilhas arrecadavam até R$ 400 mil, numa média de R$ 80 mil por aluno. O pagamento do montante, contudo, dependia da aprovação do aluno. Mas havia também a parcela de adiantamento, que custava em média R$ 5 mil. As fraudes se davam por meio de falsidade documental, substituição do aluno durante as provas e também pela produção de um gabarito e sua difusão não autorizada e clandestina por meio eletrônico aos alunos.
Confira as instituições que foram vítimas das quadrilhas:
1. Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP)
2. Faculdades Integradas do Centro Educacional do Planalto Central (Faciplac)
3. Centro Universitário de Caratinga/MG (Unec)
4. Centro Universitário de Araraquara (Uniara)
5. Centro Universitário São Camilo
6. Universidade Anhanguera (Uniderp)
7. Universidade Metropolitana de Santos (Unimes)
8. Centro Universitário do Pará (Cesupa)
9. Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí (Novafapi)
10. Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc)
11. Universidade Cidade de São Paulo (Unicid)
12. Universidade Presidente Antonio Carlos (Unipac)
13. Faculdade da Saúde e Ecologia Humanas - Vespasiano/MG - Faseh
14. Universidade Católica de Pelotas (UCPel)
15. Fundação Técnico-Educacional Souza Marques
16. Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo)
17. Universidade Anhembi Morumbi
18. Unificado Cesgranrio
19. Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata
20. Universidade Nove de Julho (Uninove)
21. Universidade Estácio de Sá
22. Centro Universitário de Maringá (Cesumar)
23. Universidade de Rio Verde
24. Universidade de Franca (Unifran)
25. Universidade Luterana do Brasil (Ulbra)
26. Associação Educativa Evangélica (Unievangélica)
27. Faculdade Ceres (Faceres)
28. Faculdade de Minas (Faminas)
29. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)
30. Universidade Salvador (Unifacs)
31. União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago)
32. Universidade Santo Amaro (Unisa)
33. Universidade de Marília (Unimar)
34. Faculdade Santa Marcelina
35. Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso)
36. Faculdades Unidas do Norte de Minas (Funorte)
37. Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam)
38. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Fonte: Jornal Opção