Oi vai reciclar lixo eletrônico em Goiás
Com investimentos de R$ 10 milhões, fábrica da empresa telefônica será uma das cinco da empresa no País
Em um projeto que envolve R$ 10 milhões em investimentos, Goiás será um dos cinco Estados beneficiados com a construção de unidades de reciclagem da empresa de telefonia Oi. O projeto é realizado em parceria com a empresa Descarte Certo, do Grupo Ambipar, especializada em coleta, manejo de resíduos e reciclagem de produtos eletroeletrônicos velhos ou sem uso e produtos pós-consumo. Além de Goiás, serão instaladas unidades no Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro e em Pernambuco, além da matriz em Americana (SP), que passará por ampliação.
De acordo com o presidente da Descarte Certo, Lucio Di Domenico, o local para a instalação da unidade goiana ainda não está definido, mas assim como as demais, terá capacidade para processamento de 150 a 300 toneladas de resíduos eletroeletrônicos por mês, somando um processamento de 14,4 mil toneladas de lixo eletrônico por ano em todo o País.
As cinco unidades devem ficar prontas até 2014 e vão gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, praticamente dobrando a capacidade de reciclagem de lixo atual. Com isso, será formado um parque industrial capaz de processar resíduos de outras fábricas de eletroeletrônicos.
A instalação será feita em quatro estágios. No primeiro será feito mapeamento e análise de operação da empresa. Em seguida, todos os pontos de venda do País deverão ser credenciados para receber os materiais. Na terceira fase será lançado um novo modelo no mercado e por último serão estudados projetos futuros para criar índices de sustentabilidade.
Parceria
A parceria foi anunciada ontem em Americana. Na ocasião, o diretor de tesouraria e Relações com Investidores (RI) da Oi, Bayard Gontijo, disse que a empresa está “costurando” a parceria há algum tempo e o resultado fará quase duplicar a capacidade de reciclagem brasileira, que atualmente gira em torno de 1,5 mil tonelada por mês.
Segundo Di Domenico, uma pesquisa da diretiva de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos da União Europeia aponta que o brasileiro consome 120 milhões de equipamentos eletroeletrônicos por ano. Desse volume, 70% são destinados a reposição de outros equipamentos. O coeficiente dessa equação é a sobra de 680 mil toneladas de resíduos de produtos eletrônicos por mês, grande parte descartada de forma inadequada.
O trabalho das recicladoras será desmontar os equipamentos, separando os compostos de acordo com sua classificação e revendendo os itens, que serão reutilizados.
A secretária de articulação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Samyra Crespo, estava no evento e citou um estudo do ministério no qual 17% da população brasileira informaram guardar produtos eletroeletrônicos em casa, como aparelhos de TV e som, e que a meta é sair dos atuais 4% de reciclagem desses produtos para 10% ano que vem, chegando a 14% até 2014.
Empresa se adequa à lei de resíduos sólidos
Com a iniciativa anunciada ontem, a Oi pretende se adequar à aplicação da Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que deve ter caráter obrigatório a partir do segundo semestre de 2013. Na política estão previstas a redução da geração de resíduos, a reutilização de resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
São considerados resíduos sólidos as partes e peças de bens de consumo, como computadores, celulares e eletrônicos. As fábricas, distribuídas nas cinco regiões do País, vão facilitar as operações e reduzir os custos ambientais e econômicos de deslocamento desses equipamentos até as regiões de reciclagem, no Sudeste brasileiro. Para a captação dos resíduos, serão instaladas urnas coletoras em lojas. O consumidor também poderá participar, adquirindo as urnas e entregando-as nas unidades coletoras quando estiverem cheias. (O repórter viajou a São Paulo a convite da Oi)
Fonte: Jornal O Hoje