O salto qualitativo de Goiás
A presidente Dilma Rousseff diz que o Estado é a pequena China dos trópicos e o ministro Guido Mantega elogia o ajuste fiscal. Mas todos estão de olho é no crescimento vigoroso da economia goiana. As ações adequadas de Marconi são decisivas para manter Goiás em alta no mercado
Quando foi indicado para ser interventor em Belo Horizonte, o médico Juscelino Kubitschek, ao conversar com seu antecessor, foi orientado a não fazer “nada” e deixar tudo no piloto automático. Era assim que as coisas “funcionavam”. Juscelino ouviu a “orientação pragmática” e, no dia seguinte, começou a trabalhar em ritmo frenético. O interventor mostrou-se tão eficiente — fazendo o básico e, ao modernizar a cidade, conectando-a ao país — que as pessoas optavam por chamá-lo de prefeito. Logo depois, tornou-se governador de Minas Gerais. Tudo aquilo que diziam que não era possível fazer, que as verbas eram insuficientes e que o gasto público deveria ser contido, JK fazia. Reuniu intelectuais, colheu sugestões e modernizou o Estado, cristalizando sua imagem como referência nacional. O arquiteto Oscar Niemeyer ficou famoso internacionalmente a partir da construção de Brasília — espécie de pirâmide egípcia incrustada nos trópicos. Mas sua “reinvenção” como profissional criativo — criador de obras públicas esteticamente belas e pouco funcionais — começou em Minas, na gestão de Juscelino. Com o suicídio de Getúlio Vargas, produziu-se um vácuo político nacional e alguns esperavam que fosse preenchido pelo principal discípulo do político gaúcho, João “Jango” Goulart. No entanto, apesar de seu relativo sucesso como ministro do Trabalho, Jango não tinha experiência administrativa e estatura nacional. Juscelino tinha experiência como governador de Minas e apresentou-se ao país como um político moderno, conciliador e, apesar de não fazer proselitismo, não-comunista. Ganhou a eleição, com menos de 40% dos votos — não havia segundo turno — e, de fato, contribuiu para modernizar o país, em termos políticos (mostrou-se democrata sem adjetivos) e econômicos (rodovias, como a BR-153, e a indústria automobilística). Com a construção de Brasília, contribuiu decisivamente para descentralizar o desenvolvimento do país. Atacadíssimo pelas vivandeiras, como Carlos Lacerda, não recuou um passo. Porque, para JK, o que importava eram os resultados — as polêmicas eram nada mais nada menos do que fofocas e intrigas políticas. Aos amigos e aliados, costumava sugerir que não se deve chorar sobre o leite derramado e que se deve governar “olhando” para a frente. O gestor que perde tempo com picuinhas, com as ações que querem paralisar sua administração, acaba por não governar. O ideal é viver no presente, resolvendo problemas reais, com o objetivo de garantir um futuro mais adequado aos indivíduos.
Economia modernizada
Vários governadores contribuíram para modernizar o Estado de Goiás, entre eles Mauro Borges — o criador de “estatais” para fazer aquilo que a iniciativa privada, no seu tempo, não tinha condições técnicas e financeiras para realizar. O governador Marconi Perillo, que se inspira em Mauro Borges mas sabe que os tempos são outros (daí as parcerias com a iniciativa particular), é da escola de Juscelino Kubitschek e, por isso, está com os pés bem plantados no presente com o objetivo de construir um futuro qualitativo para os goianos. Depois das recentes adversidades, setores da oposição chegaram a pensar que conseguiriam paralisar seu governo e, assim, fragilizá-lo politicamente. Estavam errados. Dialético, Marconi está dando o salto qualitativo, o que, devem admitir todos, é positivo para Goiás. Sugerimos que o crítico contumaz avalie os números do Estado e compare-os com os números de outros Estados. Guido Mantega tem recebido governadores, quase todos com pires na mão, que não fizeram o ajuste fiscal, não pagam os salários em dia e fecham o mês no vermelho. O quadro de Goiás é o oposto disso.
Nas interlocuções com auxiliares e aliados políticos, o governador Marconi frisa que, no lugar de pensar no que aconteceu, está preocupado com os próximos dois anos. A economia de Goiás, que cresce acima da média nacional e mesmo da internacional — entre 8 e 10% ao ano, daí o Estado ser chamado de a China dos trópicos —, para continuar em expansão, precisa de um governo atento às suas peculiaridades. A economia não avança sozinha, sem o apoio do Estado, como às vezes se pensa. Se assim fosse, o país não estaria com perspectiva de crescer no máximo 2% em 2012. O Estado, representado pela presidente da República, a economista Dilma Rousseff, e, no caso específico de Goiás, pelo governador Marconi, precisa exercer o papel de indutor. Quando Dilma Rousseff incentiva a criação de multinacionais brasileiras, com o BNDES proporcionando a base inicial para o salto no “escuro” no mercado global, está fazendo o papel de estadista — preocupando-se com o crescimento da economia e, ao mesmo tempo, garantindo, adiante ou paralelamente, desenvolvimento. Economistas e políticos cobram: cadê os resultados? Em economia, infelizmente, os resultados não aparecem de imediato. Os governos socialdemocratas, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma Rousseff, fizeram a aposta maciça — considerando-se que o país, sexta maior economia do planeta, quer manter-se como player mundial — de investir na recuperação e expansão das empresas nacionais. Ao serem patrocinadas pelo Estado, com o “financiamento” (ou mesmo associação) de capital mais barato, as empresas brasileiras se tornaram mais competitivas e ganharam o mercado externo, batalhando, de igual para igual, com as gigantes internacionais.
Por que o país cresce menos do que Goiás? Porque o Estado, além de ser uma fronteira agrícola avançada e com potencial para crescer ainda mais — daí a cobiça chinesa por algumas terras goianas, mesmo as degradadas —, acertou a mão ao organizar as cadeias produtivas e ao criar um incentivo fiscal (o Produzir), objetivo e ágil, para alavancar a expansão das empresas no Estado. Além da Hyundai-Caoa, em Anápolis, e da Hypermarcas (que possivelmente pagará mais impostos do que a Petrobrás), em Senador Canedo, é provável que, com o apoio do BNDES, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade (a sigla Caoa deriva de seu nome), inspirando-se em tecnologia chinesa e coreana, vai construir uma autêntica fábrica brasileira de automóveis. Como já está em Anápolis, a Caoa pode construir a fábrica, não uma simples montadora, no distrito industrial do município. É preciso admitir que as ações de outros governadores, como Irapuan Costa Junior, que construiu o maior distrito industrial de Goiás, o Daia, e outras formas de incentivo fiscal, como o Fomentar (criado no primeiro governo de Iris Rezende, em 1984, pelo economista Flávio Peixoto), foram decisivas para criar a estrutura básica. Mas o salto qualitativo, que tornou Goiás a nona maior economia do país, com crescimento econômico superior à média nacional, ocorreu nos últimos 12 anos, sobretudo nos governos de Marconi. Os números comprovam isto — não é propaganda. Setores das oposições, se continuarem apostando no caos, sem perceber a ampla movimentação da economia, vão continuar perdendo eleições para o tucano. A radiografia que fazem da economia de Goiás destoa dos dados. Ora, se o país cresce 0,6% no trimestre e, no mesmo período, Goiás cresce 6,6%, é evidente que a economia do Estado é mais eficiente do que a nacional. Não só. Fica evidente que a mão do Estado, em Goiás, tem sido mais eficaz. Mas a presidente Dilma Rousseff acertou a mão ao incentivar a recuperação da infraestrutura dos Estados — o crescimento nacional, ou parte significativa dele, pode advir daí. A expansão do PIB nacional deriva do crescimento dos PIBs estaduais e, como a economista Dilma Rousseff sabe, a economia de um país, apesar dos limites geográficos e das intervenções estaduais isoladas, é muito mais integrada do que parece. Países continentais, como o Brasil, criam Estados que funcionam como países, mas, ao final, é tudo uma coisa só — um único país, uma única economia.
Vozes de Estados como São Paulo fazem discursos contra os incentivos fiscais, afirmando que prejudicam a economia como um todo. A interpretação não procede. Não é um fato — é uma interpretação interessada. O fim dos incentivos fiscais não melhoraria em nada as economias industriais assentadas, como São Paulo e Minas Gerais, mas seria decisivo para travar o crescimento e o desenvolvimento de Estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, entre outros. Fica-se com a impressão, olhando do ponto de vista de São Paulo, que quem perde é Goiás. Sim, Goiás e demais Estados periféricos perderiam com o apocalipse dos incentivos fiscais, mas quem perderia mais, muito mais, seria a nação. Atenta, examinando as informações da economia com extremo cuidado — os dados gerais e os dados específicos dos Estados —, a presidente Dilma Rousseff sabe que os incentivos fiscais são instrumentos, tremendamente eficazes, de crescimento econômico e desenvolvimento. Mais: contribuem decisivamente para a descentralização do desenvolvimento — uma das bandeiras positivas do Partido dos Trabalhadores e, especificamente, da presidente.
Marconi e Dilma Rousseff têm características em comum. Primeiro, são desenvolvimentistas. Segundo, são extremamente focados. Terceiro, pensam grande. Pensam no país. Por isso, o tucano e a petista estão trabalhando, em harmonia, para potencializar o desenvolvimento de Goiás — que, curiosamente, faz percurso semelhante ao do Brasil no plano externo. Sem nenhuma discrição, que não se deve ter no agressivo mundo dos negócios, o Brasil saltou para a posição de sexta economia do mundo, com possibilidade de, brevemente, se tornar a quinta. Goiás já é a nona economia, mas deve se tornar, em cinco anos ou menos, a oitava.
Pensando grande, ou seja, no desenvolvimento (e não apenas no crescimento) de Goiás, Marconi aproximou-se de Dilma Rousseff, e descobriu na presidente uma autêntica republicana (ela não persegue e não deixa perseguir). O resultado é que, apesar da tentativa de alguns políticos goianos de travar os benefícios para Goiás, numa estratégia mesquinha — chegaram a frequentar Brasília em busca de amparo para boicotar Goiás, mas foram desencorajados pela equipe da presidente Dilma Rousseff —, as relações entre os governos federal e estadual são as melhores possíveis. Tanto que o governo Marconi tem R$ 2 bilhões em caixa para recuperar as rodovias, além de construir novas, e terá mais R$ 2 bilhões para os próximos anos. Obviamente, como se diz no mercado, o governo Marconi fez a lição de casa — ajustou suas contas e, por isso, pôde contrair empréstimos.
Com dinheiro em caixa, e a máquina ajustada (apesar dos aumentos para o funcionalismo, que desequilibra parte da economia pública), o governo — além de fazer novas estradas e recuperar as existentes, com um trabalho de qualidade, fiscalizado pela Funape, com o apoio da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás, ou seja, um fórum independente —, vai também investir em desenvolvimento. Vai recuperar escolas, valorizando tanto o professor quanto o aluno, e vai investir maciçamente na área de saúde, com a construção de novos hospitais.
As organizações sociais, que estão cuidando de alguns hospitais, como o Crer (apontado como modelo nacional em termos de gestão e atendimento clínico), o Hospital Geral de Goiânia (HGG), o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital Materno-Infantil, melhoraram, à larga, o atendimento aos pacientes. Claro que ainda há problemas, mas quem visita os hospitais e, sem má-fé, conversa com as pessoas que buscam atendimento percebe que as mudanças são visíveis. Veja-se o exemplo específico do HGG. Lá faltavam medicamentos, as prateleiras estavam sempre vazias, não havia local apropriado para armazená-los, a caldeira a diesel era motivo de reclamação permanente (as multas, nunca pagas, passam de R$ 100 mil). Com uma organização social no comando, as pessoas são atendidas em tempo hábil, não faltam medicamentos, há local adequado para acondicioná-los, o edifício está sendo reformado, adquiriu-se uma caldeira a gás e a esterilização dos materiais, inclusive roupas, é feita de maneira adequada. Os médicos agora são obrigados a cumprir os horários acertados nos contratos. Há, claro, resistência às normas, mas o atendimento ao paciente melhorou. É preciso torcer para que o Ministério Público de Goiás, competente e exemplar, não se torne instrumento do corporativismo sindical — acreditando, na verdade, que está defendendo a sociedade.
À primeira vista, Marconi está cuidando de questões pontuais. Não é bem assim. Na verdade, o governador está atuando de modo estrutural, procurando melhorar o Estado de forma global. Quando adequa a saúde, melhorando o atendimento, seu custo se torna menor. Então, aquilo que, em tese, é apenas desenvolvimento — porque investimento supostamente a fundo perdido —, é também crescimento. A saúde, com os recursos bem aplicados, se torna mais barata para o Estado e, portanto, para o contribuinte. As estradas recuperadas, além de facilitar a vida de quem viaja a trabalho ou em busca de lazer, facilitam o escoamento da produção. São, aliás, um estímulo direto ao aumento da produção e aí os empresários podem se preocupar, ainda mais, com a questão da produtividade No país, Goiás é referência positiva. As contas ajustadas têm sido citadas, em reuniões com governadores, inclusive pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A própria Dilma Rousseff costuma chamar Goiás de a pequena China brasileira.
Porque está apostando na soma de crescimento com desenvolvimento — como o apoio a programas como a Bolsa Universitária, que, ao contrário dos projetos meramente assistencialistas, contribui para inserir o beneficiado, em tempo recorde, no mercado —, Marconi é um político tranquilo. Ele sabe que, apesar das incompreensões, às vezes até de aliados, está fazendo a coisa certa, quer dizer, contribuindo para melhorar a vida de todos os goianos.
Economia modernizada
Vários governadores contribuíram para modernizar o Estado de Goiás, entre eles Mauro Borges — o criador de “estatais” para fazer aquilo que a iniciativa privada, no seu tempo, não tinha condições técnicas e financeiras para realizar. O governador Marconi Perillo, que se inspira em Mauro Borges mas sabe que os tempos são outros (daí as parcerias com a iniciativa particular), é da escola de Juscelino Kubitschek e, por isso, está com os pés bem plantados no presente com o objetivo de construir um futuro qualitativo para os goianos. Depois das recentes adversidades, setores da oposição chegaram a pensar que conseguiriam paralisar seu governo e, assim, fragilizá-lo politicamente. Estavam errados. Dialético, Marconi está dando o salto qualitativo, o que, devem admitir todos, é positivo para Goiás. Sugerimos que o crítico contumaz avalie os números do Estado e compare-os com os números de outros Estados. Guido Mantega tem recebido governadores, quase todos com pires na mão, que não fizeram o ajuste fiscal, não pagam os salários em dia e fecham o mês no vermelho. O quadro de Goiás é o oposto disso.
Nas interlocuções com auxiliares e aliados políticos, o governador Marconi frisa que, no lugar de pensar no que aconteceu, está preocupado com os próximos dois anos. A economia de Goiás, que cresce acima da média nacional e mesmo da internacional — entre 8 e 10% ao ano, daí o Estado ser chamado de a China dos trópicos —, para continuar em expansão, precisa de um governo atento às suas peculiaridades. A economia não avança sozinha, sem o apoio do Estado, como às vezes se pensa. Se assim fosse, o país não estaria com perspectiva de crescer no máximo 2% em 2012. O Estado, representado pela presidente da República, a economista Dilma Rousseff, e, no caso específico de Goiás, pelo governador Marconi, precisa exercer o papel de indutor. Quando Dilma Rousseff incentiva a criação de multinacionais brasileiras, com o BNDES proporcionando a base inicial para o salto no “escuro” no mercado global, está fazendo o papel de estadista — preocupando-se com o crescimento da economia e, ao mesmo tempo, garantindo, adiante ou paralelamente, desenvolvimento. Economistas e políticos cobram: cadê os resultados? Em economia, infelizmente, os resultados não aparecem de imediato. Os governos socialdemocratas, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma Rousseff, fizeram a aposta maciça — considerando-se que o país, sexta maior economia do planeta, quer manter-se como player mundial — de investir na recuperação e expansão das empresas nacionais. Ao serem patrocinadas pelo Estado, com o “financiamento” (ou mesmo associação) de capital mais barato, as empresas brasileiras se tornaram mais competitivas e ganharam o mercado externo, batalhando, de igual para igual, com as gigantes internacionais.
Por que o país cresce menos do que Goiás? Porque o Estado, além de ser uma fronteira agrícola avançada e com potencial para crescer ainda mais — daí a cobiça chinesa por algumas terras goianas, mesmo as degradadas —, acertou a mão ao organizar as cadeias produtivas e ao criar um incentivo fiscal (o Produzir), objetivo e ágil, para alavancar a expansão das empresas no Estado. Além da Hyundai-Caoa, em Anápolis, e da Hypermarcas (que possivelmente pagará mais impostos do que a Petrobrás), em Senador Canedo, é provável que, com o apoio do BNDES, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade (a sigla Caoa deriva de seu nome), inspirando-se em tecnologia chinesa e coreana, vai construir uma autêntica fábrica brasileira de automóveis. Como já está em Anápolis, a Caoa pode construir a fábrica, não uma simples montadora, no distrito industrial do município. É preciso admitir que as ações de outros governadores, como Irapuan Costa Junior, que construiu o maior distrito industrial de Goiás, o Daia, e outras formas de incentivo fiscal, como o Fomentar (criado no primeiro governo de Iris Rezende, em 1984, pelo economista Flávio Peixoto), foram decisivas para criar a estrutura básica. Mas o salto qualitativo, que tornou Goiás a nona maior economia do país, com crescimento econômico superior à média nacional, ocorreu nos últimos 12 anos, sobretudo nos governos de Marconi. Os números comprovam isto — não é propaganda. Setores das oposições, se continuarem apostando no caos, sem perceber a ampla movimentação da economia, vão continuar perdendo eleições para o tucano. A radiografia que fazem da economia de Goiás destoa dos dados. Ora, se o país cresce 0,6% no trimestre e, no mesmo período, Goiás cresce 6,6%, é evidente que a economia do Estado é mais eficiente do que a nacional. Não só. Fica evidente que a mão do Estado, em Goiás, tem sido mais eficaz. Mas a presidente Dilma Rousseff acertou a mão ao incentivar a recuperação da infraestrutura dos Estados — o crescimento nacional, ou parte significativa dele, pode advir daí. A expansão do PIB nacional deriva do crescimento dos PIBs estaduais e, como a economista Dilma Rousseff sabe, a economia de um país, apesar dos limites geográficos e das intervenções estaduais isoladas, é muito mais integrada do que parece. Países continentais, como o Brasil, criam Estados que funcionam como países, mas, ao final, é tudo uma coisa só — um único país, uma única economia.
Vozes de Estados como São Paulo fazem discursos contra os incentivos fiscais, afirmando que prejudicam a economia como um todo. A interpretação não procede. Não é um fato — é uma interpretação interessada. O fim dos incentivos fiscais não melhoraria em nada as economias industriais assentadas, como São Paulo e Minas Gerais, mas seria decisivo para travar o crescimento e o desenvolvimento de Estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, entre outros. Fica-se com a impressão, olhando do ponto de vista de São Paulo, que quem perde é Goiás. Sim, Goiás e demais Estados periféricos perderiam com o apocalipse dos incentivos fiscais, mas quem perderia mais, muito mais, seria a nação. Atenta, examinando as informações da economia com extremo cuidado — os dados gerais e os dados específicos dos Estados —, a presidente Dilma Rousseff sabe que os incentivos fiscais são instrumentos, tremendamente eficazes, de crescimento econômico e desenvolvimento. Mais: contribuem decisivamente para a descentralização do desenvolvimento — uma das bandeiras positivas do Partido dos Trabalhadores e, especificamente, da presidente.
Marconi e Dilma Rousseff têm características em comum. Primeiro, são desenvolvimentistas. Segundo, são extremamente focados. Terceiro, pensam grande. Pensam no país. Por isso, o tucano e a petista estão trabalhando, em harmonia, para potencializar o desenvolvimento de Goiás — que, curiosamente, faz percurso semelhante ao do Brasil no plano externo. Sem nenhuma discrição, que não se deve ter no agressivo mundo dos negócios, o Brasil saltou para a posição de sexta economia do mundo, com possibilidade de, brevemente, se tornar a quinta. Goiás já é a nona economia, mas deve se tornar, em cinco anos ou menos, a oitava.
Pensando grande, ou seja, no desenvolvimento (e não apenas no crescimento) de Goiás, Marconi aproximou-se de Dilma Rousseff, e descobriu na presidente uma autêntica republicana (ela não persegue e não deixa perseguir). O resultado é que, apesar da tentativa de alguns políticos goianos de travar os benefícios para Goiás, numa estratégia mesquinha — chegaram a frequentar Brasília em busca de amparo para boicotar Goiás, mas foram desencorajados pela equipe da presidente Dilma Rousseff —, as relações entre os governos federal e estadual são as melhores possíveis. Tanto que o governo Marconi tem R$ 2 bilhões em caixa para recuperar as rodovias, além de construir novas, e terá mais R$ 2 bilhões para os próximos anos. Obviamente, como se diz no mercado, o governo Marconi fez a lição de casa — ajustou suas contas e, por isso, pôde contrair empréstimos.
Com dinheiro em caixa, e a máquina ajustada (apesar dos aumentos para o funcionalismo, que desequilibra parte da economia pública), o governo — além de fazer novas estradas e recuperar as existentes, com um trabalho de qualidade, fiscalizado pela Funape, com o apoio da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás, ou seja, um fórum independente —, vai também investir em desenvolvimento. Vai recuperar escolas, valorizando tanto o professor quanto o aluno, e vai investir maciçamente na área de saúde, com a construção de novos hospitais.
As organizações sociais, que estão cuidando de alguns hospitais, como o Crer (apontado como modelo nacional em termos de gestão e atendimento clínico), o Hospital Geral de Goiânia (HGG), o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital Materno-Infantil, melhoraram, à larga, o atendimento aos pacientes. Claro que ainda há problemas, mas quem visita os hospitais e, sem má-fé, conversa com as pessoas que buscam atendimento percebe que as mudanças são visíveis. Veja-se o exemplo específico do HGG. Lá faltavam medicamentos, as prateleiras estavam sempre vazias, não havia local apropriado para armazená-los, a caldeira a diesel era motivo de reclamação permanente (as multas, nunca pagas, passam de R$ 100 mil). Com uma organização social no comando, as pessoas são atendidas em tempo hábil, não faltam medicamentos, há local adequado para acondicioná-los, o edifício está sendo reformado, adquiriu-se uma caldeira a gás e a esterilização dos materiais, inclusive roupas, é feita de maneira adequada. Os médicos agora são obrigados a cumprir os horários acertados nos contratos. Há, claro, resistência às normas, mas o atendimento ao paciente melhorou. É preciso torcer para que o Ministério Público de Goiás, competente e exemplar, não se torne instrumento do corporativismo sindical — acreditando, na verdade, que está defendendo a sociedade.
À primeira vista, Marconi está cuidando de questões pontuais. Não é bem assim. Na verdade, o governador está atuando de modo estrutural, procurando melhorar o Estado de forma global. Quando adequa a saúde, melhorando o atendimento, seu custo se torna menor. Então, aquilo que, em tese, é apenas desenvolvimento — porque investimento supostamente a fundo perdido —, é também crescimento. A saúde, com os recursos bem aplicados, se torna mais barata para o Estado e, portanto, para o contribuinte. As estradas recuperadas, além de facilitar a vida de quem viaja a trabalho ou em busca de lazer, facilitam o escoamento da produção. São, aliás, um estímulo direto ao aumento da produção e aí os empresários podem se preocupar, ainda mais, com a questão da produtividade No país, Goiás é referência positiva. As contas ajustadas têm sido citadas, em reuniões com governadores, inclusive pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A própria Dilma Rousseff costuma chamar Goiás de a pequena China brasileira.
Porque está apostando na soma de crescimento com desenvolvimento — como o apoio a programas como a Bolsa Universitária, que, ao contrário dos projetos meramente assistencialistas, contribui para inserir o beneficiado, em tempo recorde, no mercado —, Marconi é um político tranquilo. Ele sabe que, apesar das incompreensões, às vezes até de aliados, está fazendo a coisa certa, quer dizer, contribuindo para melhorar a vida de todos os goianos.
Fonte: Jornal Opção