Paço terá maioria apertada na Câmara
Ao assumir no dia 1º, prefeito Paulo Garcia terá de lidar com equilíbrio de forças na Câmara da capital.
Ao contrário de Iris Rezende (PMDB), que administrou Goiânia por cinco anos e três meses, e sempre teve maioria folgada na Câmara de Vereadores, o prefeito reeleito Paulo Garcia (PT) inicia um novo mandato, em 1º de janeiro, com equilíbrio das forças políticas no Legislativo da capital.
Quando assumiu a Prefeitura, em abril de 2010, o petista herdou de Iris uma base sólida de apoio, fato que tem garantido a aprovação dos projetos na Câmara. O próximo a ser apreciado, e um dos mais polêmicos, é o que trata da adequação do Plano Diretor.
Mas a prova de fogo de Paulo, já que ele deixará a zona de conforto a partir de janeiro, é a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara, já com a nova composição dos vereadores eleitos e reeleitos. O cenário político para o prefeito não é tão confortável como o atual. Isso porque os partidos que compuseram a coligação do petista elegeram 18 vereadores, enquanto as forças de oposição conquistaram 17 cadeiras. Como tudo indica que a base do prefeito deverá optar por uma chapa “puro sangue”, a tendência é de acirramento da disputa, com a oposição lançando candidato.
Pelo menos numericamente há um equilíbrio, que tende a mudar, ao longo do mandato, para um lado ou para o outro. Vai depender tanto da articulação do Paço quanto dos partidos aliados ao Palácio das Esmeraldas.
Como se não bastasse não ter maioria absoluta, o Paço enfrenta críticas pontuais, com o chamado fogo amigo. Ao longo deste ano, o aliado Pedro Azulão Júnior subiu à tribuna para questionar o Paço, por exemplo, em relação à pavimentação de 31 bairros, cujo trabalho já deveria ter sido concluído, mas está ainda no seu início.
Mas a maior preocupação do núcleo petista hegemônico no Paço atende por um nome: Djalma Araújo. O vereador deixou a liderança do prefeito em meio a uma das mais fortes crises políticas de Paulo Garcia.
Com as suspeitas de corrupção nas obras de revitalização do Parque Mutirama, Djalma pediu a cabeça do então secretário de Esporte e Lazer, Luiz Carlos Orro (PCdoB). Não foi atendido pelo Paço e decidiu entregar a liderança ao prefeito.
Desde então o vereador petista tem desferido duras críticas a alguns órgãos da Prefeitura, como a Secretaria de Planejamento (Seplan) e a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). Segundo ele, são muitas as denúncias que diz ter recebido de irregularidades nos dois órgãos, no que diz respeito à suposta cobrança de propina em pareceres técnicos, referentes à liberação de licenças para empreendimentos imobiliários e ambientais.
Para complicar o meio de campo, Djalma insiste em se lançar candidato a presidente da Câmara, apesar de o Paço ignorar tal pretensão. “Eu continuo candidato”, sustenta.
Fonte: Jornal O Hoje