Quase 45% come fora de casa em Goiânia

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Mariza santana

De segunda a sexta-feira, o professor de educação física Alexandre Miranda almoça em restaurantes por quilo. Ele calcula gastar cerca de R$ 200 por mês apenas com as refeições fora do lar. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (A­bia), com base em dados de 2008 da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 44,7% do total das despesas das famílias de Goiânia com alimentação são feitas com refeições fora do lar. Esse porcentual supera a média de Goiás (30,2%) e também a média nacional (31,1%).

Alexandre Miranda mora no Conjunto Riviera e dá aulas em colégios do Setor Bueno. Ele atribui à correria do dia-a-dia, por causa do trabalho, o fato de não conseguir almoçar em casa nos dias úteis. “O jeito é comer fora, em restaurantes”, diz. Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-GO), Rafael Campos Carvalho, uma série de motivos explica a grande procura dos goianienses por refeições fora do domicílio. Entre eles, as complicações do trânsito, a vida corrida, a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e a crescente independência financeira feminina.

Maior demanda significa aumento do número de estabelecimentos do ramo para atender a população. Hoje, na Grande Goiânia, são mais de 10 mil restaurantes e bares em funcionamento, gerando 100 mil empregos diretos, informa o presidente da Abrasel-GO. Conforme outro levantamento da Abia, o total de empregos formais gerados por padarias, restaurantes e hotéis de Goiás subiu, de 40.392, em julho de 2010, para 40.424 em julho de 2011, com elevação de 6,3% no período.

Rafael Campos, da Abrasel-GO, informa ainda que o segmento de alimentação fora de casa era responsável pela arrecadação de R$ 14 milhões de ICMS em 2007. Já em 2010, o valor arrecadado nesse segmento subiu para R$ 31 milhões. “O setor está crescendo muito, mas ainda temos carência de pesquisas econômicas que ajudem os empresários do ramo a planejar melhor seus investimentos, como em que local abrir um novo estabelecimento, por exemplo”, afirma.

Na avaliação do coordenador do Departamento de Food Service (Alimentação preparada fora do lar) da Abia, Jean Louis Gallego, o avanço desse segmento em todo o País se deve às mudanças nos hábitos alimentares da população brasileira, causadas principalmente pela forte presença das mulheres e jovens no mercado de trabalho e pela expansão da classe C.

“Atualmente, mais de 30% das refeições dos brasileiros são feitas fora do lar. O aumento da renda e da geração de empregos reduziu o tempo de permanência das pessoas em suas casas e aumentou a necessidade e o interesse pela alimentação nos mais de 1,4 milhão de estabelecimentos espalhados pelo país”, explica Gallego.

Food service
Entre 2001 e 2010, o setor de food sevice, cresceu 235,1% no Brasil, movimentando valores estimados em R$ 1,093 trilhão. Essa evolução do setor impactou positivamente a indústria fabricante de alimentos, que nos últimos dez anos incrementou seu faturamento em R$ 532,9 bilhões em vendas de ingredientes ao mercado de alimentação preparada fora do lar.

Somente no ano passado, a comercialização de insumos para restaurantes, padarias, entre outros estabelecimentos, renderam R$ 75,1 bilhões aos fabricantes de produtos alimentícios.

Fonte: Jornal o Hoje