Abastecimento comprometido

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Galtiery Rodrigues

O abastecimento de água em Goiás pode ficar comprometido caso não seja feito um trabalho rápido de recuperação dos mananciais. Todos os 186 rios de fornecimento utilizados pela Saneago estão impactados por alguma degradação ou interferência humana. A informação é da Gerência de Proteção de Mananciais da estatal, que afirma que de preservado mesmo só os rios que estão nos parques estaduais ou em áreas de preservação. O aumento da população e o crescimento vertiginoso das cidades em direção às redes fluviais são pontuados como as principais causas dessa problemática.

Já existem 52 pontos críticos espalhados pelo Estado, conforme levantamento feito pela Saneago no início do ano. Desses locais, 12 já teriam sido solucionados e outros 15 estão prometidos para até o fim de dezembro. De acordo com o último levantamento feito pela Superintendência de Serviços do Interior (Susei), 10 cidades e dois distritos en­frentam hoje os sintomas do período de estiagem e a população convive com a falta de água. Em alguns, o problema é de ordem estrutural nas estações de tratamento, já em outros é, sim, por causa da vazão e quantidade de água aquém do necessário.

Não bastasse a redução do nível dos rios, os lençóis freáticos também passam pelo mesmo em épocas de seca. E o excesso de calor, como nos últimos dias, quando a temperatura chegou a 41,2ºC na cidade de Goiás na quarta-feira (31), ocasiona aumento no consumo de água em até 30%, segundo a Saneago. A situação passa a ser a seguinte: reduz-se muito a produção de água, que, além da degradação dos rios, é vítima também da evaporação, e aumenta-se o uso.

Processo antigo
A deterioração dos rios goianos não é de hoje. Trata-se de processo antigo e que acompanha o crescimento do Estado, que se desenrolou, até então, sem levar em consideração a sustentabilidade ambiental. Agora, o maior desafio dos órgãos competentes é recuperar o tempo perdido e evitar que o provável futuro marcado pela falta de água seja enfrentado pelos goianos antes do previsto. O gerente de Proteção de Mananciais da Saneago, Henrique Luiz de Araújo Costa, reconhece que recuperar é muito difícil. “A degradação que aconteceu décadas atrás não se resolve da noite para o dia. A coalisão de forças é o caminho”, expõe.

O superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Augusto Almeida, afirma que a água existente em Goiás ainda é suficiente para abastecer a população. No entanto, em alguns pontos, a situação já é preocupante e inspira estudos de impacto. Os rios mais críticos, segundo ele, são: Rio dos Bois, Turvo, Meia Ponte, Rio São Bartolomeu e Rio Corumbá. Eles abastecem regiões de forte atividade e­conômica e densamente povoadas.

Fonte: Jornal o Hoje

1 comentários:

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Erick Morais
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1 de dezembro de 2011 às 23:18 delete

A água já é objeto de grandes sofrimentos para milhões de terráqueos; já vemos aqui, próximo de nós...Brasil, Goiás, Goiânia...grandes ameaças! Que cidade pode ser considerada sustentável, se ela não blindar suas fontes de abastecimento?????????????????E isso é um desafio para toda a sociedade, depende da participação e colaboração de todos...empresas, instituições oficiais, universidades, ongs, bancos cidadãos, igrejas ...todos enfim!
Acredito que a água ainda é o produto mais importante e o mais barato que consumimos, mas, infelizmente, ainda é o mais maltratado recurso natural que temos!
Grande Matéria; que sirva de alerta!

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