AMT multa veículos em trecho proibido da 85

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Wanessa Rodrigues

No primeiro dia da proibição de estacionar na Avenida 85, no trecho entre as Avenidas T-9 e T-10, no Setor Marista, apenas três motoristas foram multados por desobedecer a norma. Conforme a Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), a situação no local é considerada tranquila, com boa adesão e compreensão de condutores de veículos. Por isso, apenas dois agentes do órgão ficaram responsáveis por fiscalizar o trecho. Mas, ao observar o local por pouco mais de 40 minutos, a reportagem constatou que, mesmo sem terem sido multados, outros motoristas insistiram em desrespeitar a determinação – que partiu do Ministério Público.

No período, pelo menos quatro veículos pararam em frente uma agência do Bradesco. Um dos carros, uma caminhonete S-10, permaneceu por mais de 30 minutos parado e só foi retirado depois que uma viatura da Polícia Militar (PM) estacionou no local. Do outro lado da avenida, outros veículos também paravam a todo momento e, para não serem multados, ligavam o pisca alerta. O administrador Paulo Guimarães, de 40 anos, usou desse recurso. Enquanto esperava pela mulher e sem lugar para estacionar, ele teve de parar na avenida.

Paulo conta que toda semana faz compras nas lojas daquele trecho da 85, mas que, com a proibição, já pensa em ir para outro centro de compras. A insatisfação do motorista é a mesma de parte dos lojistas. A vendedora Sara de Sousa Rios observa que a proibição já refletiu de forma negativa nas vendas. Segundo ela, o movimento no estabelecimento em que atua caiu de forma drástica. “Tivemos queda de 60% desde a semana passada, quando falaram da proibição. Se continuar assim, vamos ter de mudar”, conta.

O problema da loja onde Sara trabalha é que não há recuo de calçada que propicie a implantação de vagas de estacionamento. O presidente da Associação Comercial e Industrial da Avenida 85 e Adjacências (Aciaa 85), Leonardo Silvério Gonçalves, observa que, para resolver casos como desse estabelecimento, há oito anos a associação encaminhou um projeto para AMT.

Gonçalves esclarece que o documento contempla soluções para o trânsito e a falta de vagas no local, com sugestões de calçadas mais acessíveis, faixas de pedestres e a construção de trincheiras nas portas das lojas que não têm estacionamento e nem recuo.

O presidente da AMT, Miguel Thiago, esclarece que o projeto feito pela associação aguarda por recursos federais.

Fonte: Jornal o Hoje