Parques sofrem com queimadas

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Angélica Queiroz

A baixa umidade no Estado, com médias em torno de 12%, castiga, desde o feriado, três reservas ecológicas. Há dois dias, as chamas mobilizaram o Corpo de Bombeiros ao Parque Estadual Serra de Caldas Novas, entre os municípios de Caldas e Rio Quente; ao Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia; e à Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia. Nos três locais, a polícia suspeita de que a causa que deu início ao fogo tenha sido criminosa.

Segundo o secretário do Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia, Juliano Cardoso, os danos ambientais de queimadas nos parques são muito graves. Para ele, o crescimento acelerado das cidades que chegam cada vez mais próximas às reservas é um fator bastante preocupante, principalmente porque grande parte da população não tem consciência. “Existem várias campanhas de conscientização, mas esperar que as pessoas colaborem é complicado. Acaba sendo uma luta de Davi contra Golias e o resultado é esse que estamos vendo”, desabafa. Ele destaca ainda que ver incêndios como estes é desanimador para quem trabalha com o meio ambiente, porque a população cobra do governo, mas não colabora.

No Parque Ecológico Serra das Areias, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Defesa Civil de Aparecida de Goiânia, juntamente com equipes do Corpo de Bombeiros e da ONG Anjos Verdes, trabalham há dois dias para combater o fogo que não para. Até o fechamento desta edição, cerca de 40% do primeiro estágio do parque já haviam sido destruídos.

Segundo Cardoso, a área é uma das mais sensíveis do local por ser acidentada e abriga nascentes e cachoeiras que formam o Córrego Lage. Os bombeiros têm bastante dificuldade para trabalhar porque o local é de difícil acesso e possui fendas de até 100 metros de profundidade. Por essas características, é perigoso trabalhar no local à noite – melhor período para conter as chamas.

Outra preocupação é o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, com cerca de 70% de sua área destruída. A informação é dos bombeiros que sobrevoaram o local, para avaliar os danos e a área atingida pelo incêndio que começou há dois dias. O fogo da parte sul foi contido na tarde de ontem e a área foi isolada.
Segundo o tenente-coronel Mauro Gonçalves Queiroz, o problema é a parte norte, onde, até o fechamento desta edição, o fogo estava alto e se alastrava. As equipes de combate, com cerca de 20 homens cada, se dividiram de forma que cada uma focou em uma das pontas da queimada.

O forte calor, o clima seco e fortes ventos colaboraram para o alastramento do fogo e dificultaram o trabalho dos cerca de 100 profissionais que se revezam na contenção das chamas. A causa do incêndio não foi confirmada, mas tudo indica que se trata de crime, já que começou ao lado da trilha do paredão. Seis pessoas que estavam no parque foram detidas, mas liberadas em seguida por falta de provas.

Na tarde de ontem, o Parque Flamboyant, em Goiânia, sofreu queimada de pequenas proporções e controlada rapidamente pelos bombeiros. A suspeita é de outro crime.

Fonte: Jornal o Hoje