Shopping Bougainville não se rende à crise
A concorrência no mercado de shopping centers em Goiânia é acirrada e tende a crescer. Na capital são 12 shoppings com quase duas mil lojas. Outros dois empreendimentos estão em construção nas regiões Norte e Oeste da capital. É nesse cenário competitivo e cheio de especulações que o Bougainville luta para se manter. A seu favor contam a localização privilegiada e o perfil dos consumidores que frequentam o centro comercial.
Instalado há 23 anos no coração do Setor Marista, região nobre da cidade, o Bougainville é frequentado principalmente por turistas que se hospedam nos hotéis das imediações, alunos de escolas vizinhas e pela elite goianiense que não trocou o charme de bairros tradicionais pela segurança e individualidade dos condomínios fechados. O Shopping não é popular e nem tem a pretensão de ser. Numa tarde de sexta-feira a reportagem da 730 encontrou pouco movimento nas lojas, situação explicada por Rafaela Pimentel, gerente da marca M.Officer. “Nossos clientes não vêm até aqui, nós é que vamos até eles.” Funciona assim: as pessoas ligam encomendando um modelo e a loja manda toda coleção para que elas escolham. O movimento parece fraco, mas os lucros são garantidos, afirma a gerente. “A maioria dos clientes do Bougainville tem muito dinheiro e gosta de gastar com qualidade.”
O cinema atende àqueles que preferem filmes culturais. No início do ano, os cinéfilos da cidade apreciaram a sexta edição da Mostra de Cinema Francês, exibida com exclusividade pelo shopping.
Construído numa área de 21 mil metros quadrados, o Bougainville tem capacidade para abrigar 120 lojas, nove salas estão vazias e a saída de estabelecimentos como Authentic Feet, World Tennis, Óticas Brasil e Cantão, alimentaram rumores de que o shopping estaria em crise.
O superintendente Derço Altran Júnior confirma que o shopping vive as dificuldades comuns ao mercado, mas nega qualquer indício de falência. ”As lojas que fecharam não se adequaram ao nosso conceito de conforto, comodidade e segmentação. Os espaços serão ocupados por marcas nacionais e internacionais que estão negociando com o grupo.”
Um indício de vitalidade do shopping é a renovação dos contratos que venceram no ano passado por mais cinco anos. Entre as lojas que assinaram novo acordo de aluguel está o Empório Piquiras. O proprietário Marcelo Piquiras está satisfeito com o shopping. “Comigo está tudo bem, meu contrato é de cinco anos e eu não pretendo sair de lá não. O espaço é bom e sempre tem clientes.”
Movimento parece fraco, mas os lucros são garantidos.
O Shopping Bougainville, inaugurado em 1990, já foi o point dos jovens de Goiânia no final da década de 90 e primeiros anos do século XXI. Passou por longa crise com a falência da Encol, proprietária do empreendimento. Naquele período, mais de 80% das lojas fecharam. O patrimônio leiloado em 2002 passou para as mãos do Grupo Orca e Funcef, Fundação dos Economiários da Caixa Econômica Federal. Resistiu por mais dois anos e fechou as portas em 2004.
Reinaugurado em 2006, o Shopping Bougainville passou por mudanças arquitetônicas internas e investiu em uma estrutura mais moderna para ser um espaço atraente e sofisticado. Nesse novo conceito, o shopping ganhou até aroma exclusivo, criado para dar uma identidade olfativa, ou seja, a marca Bougainville pode ser reconhecida pelo cheiro.
Esse ano mesmo vamos reformar a área de lazer e a fachada, diz Edminho.
Um de seus sócios proprietários Edminho Pinheiro não só nega a crise como lamenta a falta de espaço para expandir o shopping. Segundo ele, essa limitação fortalece ainda mais o conceito de que o Bougainville deve continuar investindo para atender a classe A. “Nossa meta é fazer com que o nosso cliente seja bem atendido e se sinta em casa e nisto estamos sendo eficientes. Se não tem como expandir a gente melhora os banheiros, a decoração, o estacionamento. Este ano mesmo vamos reformar a área de lazer e a fachada.”
O nome Bougainville é uma referência a uma floração rústica, de fácil cultivo e também a uma bela ilha no Oceano Pacífico que já enfrentou guerras, destruição, se reconstruiu e hoje atrai milhares de turistas de todo mundo. Pode ser que a escolha do nome não seja apenas coincidência.
Superintendente Derço Altran Júnior: as lojas que fecharam não se adequaram ao nosso conceito de conforto, comodidade e segmentação.
Fonte: Portal 730
1 comentários:
Write comentáriosEu queria morar em Goiania e ir todos os dias no Shopping Bougainville!
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