Justiça determina que grupo ligado a Cachoeira devolva mais de R$ 100 milhões à União

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O contraventor e mais quatro integrantes do grupo foram condenados pelo esquema de exploração de jogos de azar no estado de Goiás

Para tentar amenizar os prejuízos causados aos cofres públicos com as atividades do contraventor Carlinhos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Justiça determinou a perda dos bens dele, de mais quatro integrantes da quadrilha que ele comandava e de “laranjas”. Conforme o Ministério Público Federal, entre os bens confiscados estão apartamentos, lotes, casas, fazendas, empresas, carros importados e até aeronaves. Ao todo, valor retido deve ultrapassar R$ 100 milhões. A Justiça ainda fixou multa de R$ 156 mil, em favor da União. Todos foram condenados pelo envolvimento no esquema de exploração de máquinas caça-níqueis e jogos de azar, desmantelado pela Polícia Federal no ano passado.

Na visão dos procuradores da República, os condenados deveriam pagar a “conta” dos gastos que o Estado teve para coibir a criminalidade. Cachoeira e os outros envolvidos foram condenados por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato e violação de sigilo envolvendo servidores federais, estaduais e municipais. Só a pena de Cachoeira soma quase quarenta anos. Os outros integrantes da quadrilha receberam penas menores: Lenine Araújo foi condenado a 24 anos e quatro meses, José Olímpio Queiroga recebeu a pena de 23 anos e quatro meses. Já o sargento da aeronáutica, Idalberto Araújo, o Dadá, foi condenado a 19 anos e três meses. Ao todo, o MPF denunciou 80 pessoas.

Os bens estavam em nome dos sentenciados, de “laranjas” e de empresas. No nome de Carlinhos Cachoeira, por exemplo, havia apenas um terreno em condomínio de luxo em Goiânia, com 904 m², no valor de R$ 1,5 milhão. Já José Olímpio teve decretado o bloqueio de cinco apartamentos – dois em Águas Claras (DF), no valor de R$ 800 mil, dois também em Águas Claras (DF), estimados em R$ 1,5 milhão, e um em Taguatinga (DF) –, e duas fazendas, no valor de R$ 450 mil, além de um prédio comercial no valor de R$ 8 milhões, no Distrito Federal e um posto de lavagem e lubrificação, com 1.833 m² de área construída.

As perdas no nome de Lenine Araújo são de dois carros e três terrenos (dois de 360 m² e um de 200 m²) em Valparaíso (GO), além de dois imóveis em Caldas Novas, estimados no valor de R$ 300 mil. Enquanto para o sargento da Aeronáutica, Idalberto Matias, o Dadá, a perda, em seu nome, consiste em dois carros e um apartamento em Brasília no valor de R$ 600 mil. Por último, Raimundo Queiroga, com uma fazenda de 10 mil m² em Luziânia, cujo valor é estimado em R$ 1 milhão.

Em nome de “laranjas” e de empresas, está uma lista de bens que ultrapassa a casa dos R$ 100 milhões: apartamentos de luxo (no Rio de Janeiro, nos bairros nobres de Goiânia), fazendas e até uma aeronave (no valor de R$ 750 mil), além de carros importados.

Fonte: Estado de Minas