Sem obra, vias ficam intransitáveis

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Está cada vez mais difícil chegar à Região Sudoeste de Goiânia. A travessia do Córrego Cascavel é feita, na região, por três corredores viários: T-63, mais ao Sul; T-9 e C-4/C-12, que recebe o fluxo das avenidas T-7 e Assis Chateaubriand. Os congestionamentos acontecem nos horários de pico (7 horas às 8 horas), com menor frequência por volta do meio-dia e das 17 horas às 19h30) e são de conhecimento da Prefeitura, que não tem data prevista para retomar a construção de uma obra que poderia distribuir o fluxo de veículos: a ponte ligando o Jardim América à Vila dos Alpes, a menos de um quilômetro da T-9 (leia reportagem nesta página).

A Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) afirma que medidas para mitigar o problema serão implantadas junto com os corredores de transporte coletivo T-7 e T-9, com previsão de começarem neste ano, mas sem data específica. Na T-63, via com caixa mais larga, a avaliação é de que a proibição de estacionamento já melhorou o tráfego. Esta melhoria, contudo, tende a ser temporária, já que uma das faixas ficará restrita aos ônibus.

A proibição de estacionamento faz parte do conjunto de ações para dar preferência aos ônibus que transitam nessa via. O sistema de monitoramento da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos comprova o diagnóstico da SMT e, principalmente, da população: a maior parte das regiões próximas às vias apresentam trânsito lento nos horários de rush. Às 7h20 de ontem, o trânsito no Corredor T-9 atingia média de 23 quilômetros por hora no sentido bairro-Centro. A velocidade era menor antes e depois da ponte sobre o Cascavel. Neste horário, trabalhadores e estudantes se deslocam de suas casas rumo à região central. A situação fica pior no fim do dia. “No caso da T-9, realmente há um gargalo de complicadíssima solução próximo ao Carrefour Sudoeste e à rotatória que dá acesso à rua U-82”, afirma o diretor de Engenharia de Tráfego da SMT, Sérgio Bitencourt.

Dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) mostram que bairros das Regiões Sudoeste e Oeste de Goiânia, que podem usar as vias como acesso ao Centro, concentram 5.291 unidades habitacionais em construção. Há, na região, muitos edifícios já prontos, além de bairros compostos majoritariamente por casas. Os números mostram que a demanda, que já é grande, vai aumentar. O presidente da associação, Ilézio Inácio Ferreira, afirma que a solução é uma só: melhoria no transporte público.

“Nós só vamos ter um bom fluxo de pessoas e veículos na cidade se o governo realmente entender a importância do transporte coletivo nesse processo. Hoje, a quantidade de carros que está nas ruas vincula-se ao fato de o transporte coletivo não atender, em sua plenitude, a demanda do cidadão”, afirma Ilézio. O presidente da Ademi diz que o problema não é incentivo governamental à compra de carros, mas sim as deficiências do transporte coletivo.

A SMT pretende proibir conversões à esquerda na Avenida T-9 para três ruas no Jardim América: C-104, c-159, e C-149. Bitencourt afirma que a possibilidade de atravessar a pista nestes locais aumenta o tráfego no trecho que cruza o Córrego Cascavel. “A ideia é fazer o mesmo que foi feito no Setor Bueno e acabar com as conversões à esquerda, porque os sinaleiros de três tempos influenciam no gargalo”, explica o diretor de Engenharia de Tráfego. A rotatória que dá acesso à Rua U-82, na Vila União, e à Rua Marconi, no Jardim Planalto, também passará por mudanças. Qualquer alteração, no entanto, será feita quando o Corredor T-9 estiver em obras. E ainda não há data para que isso aconteça.

A solução para a travessia composta pelas avenidas C-4 e C-12, entre o Jardim América e o Setor Sudoeste, é semelhante. “Ali o principal gargalo é o sinal de três tempos na C-4 com a C-1 (que dá acesso aos Setores Coimbra e Campinas). Outro ponto é o sinal de três tempos na T-7 com C-4 e a C-205 (Jardim América).

Construção de ponte sobre córrego ainda está indefinida.

A Prefeitura ainda não sabe se manterá o contrato com a Delta Construções S/A para construção da ponte sobre o Córrego Cascavel entre o Jardim América e a Vila dos Alpes, ou se realizará nova licitação. A Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou, por telefone, que “a Prefeitura está ainda estudando uma nova alternativa”. Segundo o órgão, “isso será resolvido nos próximos dias”.

A obra está parada desde o ano passado, quando a administração rompeu o contrato com a Delta Construções S/A, considerada inidônea pela União por suspeita de envolvimento com o esquema de Carlos Cachoeira. A assessoria informa que a obra será retomada ou diretamente ou licitando a construção da ponte e a canalização do Córrego Cascavel. A Amob faria, neste caso, a pavimentação até a Avenida dos Alpes, no setor homônimo e à Rua C-120, no Jardim América. A construção estava orçada em R$ 20,25 milhões.

Fonte: Jornal O Popular