Redutores diminuem acidentes

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Carla Monteiro

Em 2008, no curso de mais de dia de trabalho, o curitibano Mário Dias presenciou o seu carro, es­tacionado à porta do seu comércio, a Droga Alpes, no Setor União, em Goiânia, ser lançado sobre a calçada, depois que a Parati de um cliente foi atingida por um caminhão que trafegava em alta velocidade pela avenida homônima à loja. Ninguém se machucou.

Semanas depois, a Agência Municipal de Trânsito (AMT) instalou uma lombada, com dupla onda. Os acidentes diminuíram, mas os sustos continuam. Uma rotina que não deixa de ser estressante. Principalmente, quando está sendo vivenciada há 11 anos contínuos. “É tudo uma questão de educação. Na minha terra (Curitiba-PR), as punições são aplicadas, assim que as infrações são cometidas”, desabafa o comerciante

O diretor de Projetos de Trânsito da AMT, Ciro Augusto de Oliveira e Silva, exime a administração de culpabilidade, esclarecendo que os redutores de velocidade, como as lombadas eletrônicas, quebra-molas, tachões e rotatórias, para funcionar dependem, essencialmente, dos condutores. “Motoristas e pedestres precisam respeitar a sinalização.” Ele anuncia que no segundo semestre a Prefeitura de Goiânia irá lançar uma grande campanha educativa da faixa de pedestre.
As estatísticas revelam ser necessário o marketing estatal, pois depois de uma redução nos atropelamentos nas faixas em 2009, os casos voltaram a aumentar no ano seguinte. Até outubro do ano passado, 31 pessoas foram atropeladas quando utilizavam a faixa de pedestre, contra 20 em 2009. O número deve ser maior, mas sua atualização está atrasada seis meses, pois para ser conhecido é preciso que sejam somados resultados re­gistrados pela AMT, Detran e PM. Os dois últimos órgãos não conseguiram realizar as operações matemáticas necessárias.

Hospital de Urgências
Num quadro mais generalizado, onde não são evidenciadas as condições do acidente, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) atendeu nos últimos 63 meses, ou seja, de janeiro de 2006 até março deste ano, 13.090 casos de atropelamentos, que resultaram na morte de 472 pessoas. Situações que ocorreram apenas na capital. O que equivale a uma morte a cada 27 pacientes atendidos na emergência hospitalar (confira quadro abaixo).

O atendente da Farmácia Droga Márys, Eusaldo Gomes, se diz convencido que os redutores de velocidade “representam uma gota do oceano”. Há menos de 60 dias na Avenida Pedro Ludovico, na Cidade Jardim, onde foi aberta nova filial da empresa em que trabalha, Gomes afirma que falta fiscalização e sinalização. “Recentemente, um motoqueiro pegou um senhor na faixa de pedestre. Como a vítima não morreu e nem se machucou com gravidade, nem polícia apareceu. O motoqueiro foi embora, passamos uns remedinhos no idoso e depois cada um foi cuidar da sua vida”.

Fonte: Jornal o Hoje