Goiás pode perder 4 milhões de hectares

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A reforma do Código Florestal aprovada na noite de quarta-feira, (25), pela Câmera dos Deputados, em Brasília, isenta os proprietários rurais que desmataram Áreas de Preservação Permanentes (APPs), até 2008. A proposta ainda seguirá para o Senado, e somente depois será submetida à sanção presidencial. Caso a presidente Dilma Rousseff vete a Emenda 164, presente na reforma, Goiás será um dos Estados mais prejudicados. Pelo menos 4 milhões de hectares de áreas produtivas serão suprimidos, perdendo produção avaliada em R$ 22 milhões por ano. A informação foi repassada pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, (Faeg), José Mario Schreiner, ontem, em coletiva à imprensa.

A Emenda 164 mantêm e regulariza a produção agrossilvopastoril, ecoturismo e turismo rural, nas APPs. No País, são 420 mil quilômetros quadrados de áreas de preservação já utilizadas que com a reforma estão liberadas para produção. Schreiner afirma que, se existir veto da presidente da República, Goiás será um dos Estados mais prejudicados do Brasil. O texto-base já foi aprovado diante da recusa de Dilma, que não aprova – o que foi considerados pelos ambientalistas como anistia aos desmatadores.

Já o professor do departamento de ecologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fausto Nomura, disse que a discussão está sendo realizada de forma confusa. “As áreas não vão ficar improdutivas, elas serão recompostas para a preservação da biodiversidade e dos recursos renováveis.” Ele explica que a recomposição iria regularizar, por exemplo, o ciclo das chuvas, e citou fatos como de fortes tempestades que causam prejuízos e impacto na agricultura. “A reforma propicia ganho e econômico e prejuízo ambiental.” (Lyniker Passos )

Fonte: Jornal O Hoje