Goiás gera mais emprego que a média nacional

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André Passos

Com crescimento de 8,63% na empregabilidade, Goiás fechou 2010 com 104 mil novos empregos formais, a maior taxa de crescimento da região Centro-Oeste. O resultado ficou acima da média nacional, que foi de 6,94%.

Com este desempe­nho, o Estado chegou, em de­zembro do ano passado, a 1,313 milhão de pessoas empregadas com cartei­ra assinada. O des­taque ficou para o setor de ser­viços. Em todo o País, foram criados 2,861 mi­lhões de empregos formais, fe­chando com um estoque de 44,068 milhões de empregados formais, o maior da história. Os dados fazem parte da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho (MTE).

Goiás foi responsável por 48% dos empregos criados no Centro-Oeste, em 2010 (213 mil). Os dados apontam ainda que, com a criação de 1,1 milhão de postos de trabalho, o setor de serviços registrou a maior variação anual, com alta de 8,38% sobre 2009.

Um dos felizardos que conquistou um dos postos criados, foi o técnico em Segurança do Trabalho Lucival Francisco Lopes, de 39 anos. Logo após fazer o curso técnico, o ex-vigilante conseguiu o tão sonhado emprego. “O mercado está muito bom. Quem tem qualificação não fica desempregado”, afirma ele.

Na empresa que o contratou, o Grupo Coral, foram empregadas 2,1 mil pessoas, somente em 2010. “Tivemos um crescimento de 28,7% no quadro de funcionários e de 20% na empresa”, conta o diretor de Recursos Humanos, João Luiz D’Otaviano. Segundo ele, agora, o maior desafio é “segurar os funcionários”. “A rotatividade no setor é muito grande. Por isso, nossa maior preocupação é com investimento em políticas que venham de encontro aos anseios dos colaboradores”, disse João.

Outros setores em destaque em Goiás foram o comércio, com a criação de 689,3 mil postos de trabalho – um crescimento de 8,96%. A indústria de transformação aparece na sequência, com 524,6 mil novos postos (7,13%); seguido pela construção civil, que gerou 376,6 mil empregos (17,66%).

DIFERENÇA COM CAGED
O resultado do Rais supera em 21.396 mil empregos a criação de vagas informada, em janeiro, pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apontando a geração de 82.935 novos postos de trabalho com carteira assinada, em 2010, uma diferença de 20,5%.

Superintendente Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE-GO), Samuel Alves Silva lembra que a diferença é significativa, porque muitas empresas declaram o número de funcionários fora do tempo, não os incluindo no Caged. “O Rais é mais preciso e avalia melhor o mercado de trabalho formal”, disse. Além dos empregados contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a Rais também inclui os dados dos trabalhadores temporários, avulsos e estatutários.

Silva destaca que, apesar de o Estado ocupar a 11ª posição no ranking nacional, em termos de criação de empregos, na variação proporcional sobe para a 7ª posi­ção. “Significa que estamos pu­xando a média para cima. Estamos muito adiante das médias nacionais e de grandes regiões, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, pontua o superintendente do SRTE-GO.

Salários
Mesmo com a variação positiva no número de postos de trabalho, o desempenho do rendimento médio do goiano não acompanhou a média nacional. Obteve elevação de 2,41%, a­baixo do resultado do País, que foi de 2,57%), ficando com em 23º lugar entre 27 regiões bra­sileiras pes­quisadas. O trabalha­dor em Goiás ganhou em média R$ 1,426, no ano passado, ante os R$ 1,393 em 2009.

As mulheres goianas ganharam em média R$ 196 a me­nos que os homens: média de R$ 1.311,00 (alta de 2% sobre 2009), contra R$ 1.508,00 pagos aos homens (elevação de 2,66% na média salarial).

Fonte: Jornal o Hoje