Centro Cultural Oscar Niemeyer pode ficar pronto até agosto
Galtiery RodriguesFinalmente, surge uma esperança para o Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON). Na próxima segunda-feira (16), a Agência Estadual de Transportes e Obras Públicas (Agetop) abre o período de apresentação de propostas à licitação de término da obra. Desde 2006, o espaço aguarda para ser totalmente terminado. De lá para cá, ele ficou praticamente inativo e serviu de local para poucos eventos.
A estimativa de gasto da Agetop é de R$ 3,8 milhões, dinheiro do tesouro estadual. O chefe de gabinete de gestão do CCON, Nars Chaul, acredita que passado o período de habilitação das propostas das empresas interessadas, a duração da obra será de dois meses e meio. O presidente da Agetop, Jayme Rincon, confirma esta previsão e ao que tudo indica, em agosto, o Centro Cultural pode estar concluído. O valor a ser gasto foi atingido após a Agetop levantar os itens que estavam no contrato feito com a empresa encarregada pela construção e que não foram executados (Warre Engenharia) mais as adequações necessárias que surgiram no período em que esteve fechado e exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros. O dinheiro ainda não está disponível em caixa e será repassado à vencedora da licitação gradativamente.
A reportagem visitou as instalações do Centro Cultural na última sexta-feira (7) e percebeu que durante os cinco anos em que permaneceu praticamente fechado e inconcluso, o espaço amargou estragos e acabou tendo a estrutura danificada. Paredes rachadas, piso sujo, espelho d’água mal cuidado, jardins internos sem a atenção devida e muita poeira. No período, a obra permaneceu sob a guarda da construtora. Só não foi totalmente entregue para os cuidados do Estado porque não havia sido terminada e o contrato, embora vencido durante o período em que o CCON ficou fechado, não tinha sido cumprido.
Diante disso e da necessidade de realizar nova licitação para concluir a obra, a Agetop informou à empresa que iniciaria novo processo e rescindiu oficialmente a relação contratual com a Warre. A construtora reivindica, agora, valores que não foram pagos em forma de ressarcimento de alguns serviços prestados. Entre eles, a vigilância da esplanada e dos prédios. Tais custos, porém, estão em fase de levantamento e não possuem valores específicos, assim como o que já foi gasto até então na obra. Tais processos, ressalva Rincon, são independentes e não interferem no andamento futuro da obra de conclusão. A Warre, inclusive, pode se candidatar novamente ao ganho da licitação.
NOVIDADES
O cargo que Nars Chaul ocupa não existia e foi criado pelo governador Marconi Perillo especialmente para solucionar as implicações do Centro. Desde janeiro, a agenda cultural foi aberta a interessados e pequenos eventos vêm sendo realizados desde então, com a condição expressa de corresponderem à estrutura atual dos espaços. Chaul espera em breve poder receber eventos maiores, e a agenda já possui reservas para até o fim deste ano (veja quadro).
Além da resolução de questões urgentes como impermeabilização, pintura, instalação elétrica e piso, o projeto de conclusão da obra prevê a construção de uma bilheteria e de uma guarita. Entre outubro e novembro, a biblioteca vai receber, fora o polimento do piso, cerca de 40 mil livros, todos de temática cultural, especialmente catalogados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que fechou parceria com o governo estadual.
Chaul conta que já contatou o secretário da Região Metropolitana, Jânio Darrot, para falar sobre a necessidade de se criar linhas de ônibus que garantam o acesso da população de bairros mais distantes ao CCON. Da mesma forma, a Agetop já instala lombadas eletrônicas próximas ao local para conter o trânsito, principalmente, próximo ao recuo que dá para o estacionamento. Até um viaduto já chegou a ser cogitado.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Nars Chaul aponta que a tendência é que o Centro Cultural se torne futuramente uma organização social. Um contrato de gestão seria fechado com o Estado e toda a verba gerada a partir da bilheteria, de aluguéis dos espaços e entre outras atividades será direcionada para a gestão do Centro. Seria uma administração independente do governo, mas sem anular as ajudas de custo do mesmo. Ao mesmo tempo que vai ser possível captar verba própria, o dinheiro público não deixará de coexistir e contribuir para a gerência e manutenção do local.
Fonte: Jornal o Hoje