Combustíveis pressionam inflação em Goiânia

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André Passos

O pe­so dos gas­tos com com­bus­tí­veis no bol­so do go­i­a­ni­en­se não pa­ra de cres­cer. Des­de o iní­cio do ano, a gas­oli­na fi­cou 14,87% mais ca­ra e o eta­nol su­biu 43,2%. Os dois itens fo­ram os que mais con­tri­bu­í­ram com uma ele­va­ção po­si­ti­va de 2,23% nos gas­tos com tran­spor­tes e pu­xa­ram no­va­men­te pa­ra ci­ma, em 0,83%, a in­fla­ção em Go­i­â­nia em abril, me­di­da pe­lo Ín­di­ce de Pre­ços ao Con­su­mi­dor (IPC).

Di­vul­ga­dos on­tem, pe­la Se­cre­ta­ria de Ges­tão e Pla­ne­ja­men­to (Seg­plan), os dados mos­tram que, em um mês, a al­ta dos com­bus­tí­veis atin­ge 7,58%, sen­do que a gas­oli­na fi­cou 7,67% mais ca­ra e o eta­nol, 11,52%. Qual­quer cen­ta­vo a me­nos nos pre­ços de um destes produtos já é mo­ti­vo pa­ra que se fa­ça fi­las nos pos­tos. É o caso do posto da BR-153, próximo ao Carrefour, onde o litro da gasolina estava sendo comerciali­zada por R$ 3,06.

Quem tra­ba­lha com o car­ro, co­mo o re­pre­sen­tan­te co­mer­cial Wil­son Di­vi­no da Sil­va, de 45 a­nos, so­fre mais com as cons­tan­tes va­ri­a­ções nos pre­ços. Ele ro­da mais de cin­co mil qui­lô­me­tros por mês. Às ve­zes che­ga a gas­tar dois tan­ques de com­bus­tí­vel em um úni­co dia. “O lu­cro tem fi­cado to­do na es­tra­da”, la­men­ta.
Além dos com­bus­tí­veis, o con­su­mi­dor “amar­gou” al­tas em pra­ti­ca­men­te to­dos os gru­pos que abrangem a pes­qui­sa, com ex­ce­ção de des­pe­sas pes­so­ais, em que­­da de 0,05%, e co­mu­ni­ca­ção, que se man­te­ve es­tá­vel.

Nos qua­tro pri­mei­ros mes­es do ano a in­fla­ção acu­mu­la­da já atin­ge 2,78% e che­ga a 8,06% nos úl­ti­mos 12 mes­es. Em abril, fora os tran­spor­tes, os itens de sa­ú­de e cui­da­dos pes­so­ais tam­bém “pe­sa­ram na ba­lan­ça” e fi­ca­ram 1,55% mais ca­ros, pres­sio­na­dos pela ele­va­ção de 2,56% nos pre­ços de me­di­ca­men­tos. Den­tro des­te gru­po, os an­tiin­fla­ma­tó­rios e an­tir­reu­má­ti­cos su­biram 4,84%, os an­ti­a­lér­gi­cos 5,6% ,e os an­ti­ul­ce­ro­sos 6,34%. Em se­gui­da, o alu­guel re­si­den­ci­al foi re­a­jus­ta­do em 1,15%, e jun­to com o gás de co­zi­nha, con­tri­bu­iu pa­ra al­ta de 0,73% no gru­po ali­men­ta­ção.

Se­gun­do o ge­ren­te de In­di­ca­do­res Eco­nô­mi­cos e So­ci­ais da Seg­plan, Mar­ce­lo Eu­ri­co de Sou­sa, há uma ten­dên­cia de que o in­di­ca­dor de maio te­nha ain­da du­as pres­sões po­si­ti­vas, cau­sa­das por re­a­jus­tes nas ta­ri­fas de água e es­go­to, além dos itens de ves­tu­á­rio pa­ra o in­ver­no. “Den­tro dos de­mais gru­pos não há ex­pec­ta­ti­vas de al­tas. Por ou­tro la­do, é pos­sí­vel que os com­bus­tí­veis for­cem pa­ra uma pres­são ne­ga­ti­va com a en­tra­da da sa­fra de ca­na-de-açú­car.”

Ces­ta bá­si­ca
O pre­ço da ces­ta bá­si­ca em Go­i­â­nia fi­cou 0,97% mais ca­ro em abril e pas­sou a cus­tar R$ 203,40, se­gun­do o IPC. Em mar­ço, o va­lor da ces­ta com a ra­ção bá­si­ca men­sal pa­ra uma pes­soa cus­ta­va R$ 201,45. A va­ri­a­ção foi pres­sio­na­da, prin­ci­pal­men­te, por re­a­jus­tes de 4,62% no pre­ço dos le­gu­mes e tu­bér­cu­los, 4,04% no ca­fé, 3,08% na mar­ga­ri­na, 2,27% no pre­ço do lei­te.

A As­so­cia­ção das Do­nas de Ca­sa de Go­i­ás (ADC) já re­gis­trou al­ta de 11% no cus­to da ces­ta bá­si­ca, no início de maio, em com­pa­ra­ção com maio de 2010. As mai­o­res al­tas fo­ram ve­ri­fi­ca­das no fu­bá de mi­lho (38%), óleo de so­ja (34,31%), açú­car cris­tal (25,87%) e fran­go con­ge­la­do (25,61%).

Fonte: Jornal o Hoje